The Second Date

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O Segundo Encontro

A tempestade finalmente perdeu a força no começo da noite de terça-feira, fazendo Luhan se arriscar e abrir a janela do quarto. A temperatura havia despencado e o ar estava frio e límpido. Enquanto um pouco de neblina estava se formando e cobrindo o chão, as nuvens carregadas passavam em frente à lua, trazendo proporções iguais de luz e sombra.

Luhan se distraiu e se deixou devanear em meio ao vinho — que haviam ganhando de Sehun —, à brisa e a risada fácil de seus amigos. Ele percebeu que estava saboreando cada mordida que dava nos biscoitos amanteigados e no queijo de gosto forte e pungente, lembrando-se de uma época em que havia passado fome. Houve um tempo em que ele fora magro como um ramo de roseira.

As lembranças do chinês estavam aflorando à medida em que o álcool invadia seus vasos sanguíneos. Ele se lembrou de seus pais. Não dos tempos difíceis, mas das épocas boas, quando sua omma fazia um tradicional café da manhã americano com direito a ovos e bacon e o aroma delicioso preenchia toda a cozinha, e ele via seu appa andar de mansinho e se aproximar da esposa. Ele era um bom homem, havia servido à marinha chinesa há alguns anos. Ele ficou em navio por quatro anos, viajando para lugares como o Japão e a Coréia. Já sua omma era uma pessoa extremamente doce, uma ômega de linhagem pura, era lúpus igualmente ao seu appa. Ela adorava flores e sempre plantava bulbos em vasos de cerâmica que eram colocados na frente de casa durante a primavera. Tulipa, narcisos, rosas, begônias e violetas, todas aquelas flores explodiam em cores tão vivas que faziam os olhos de Luhan arderem.

O vinho ganhado de Sehun — que havia sido dado apenas por Minseok ter comentado a vontade repentina de tomar a bebida —, tinha toques de carvalho e damasco e o sabor era delicioso.

— Quer mais um pouco? — perguntou Baekhyun, vendo que a taça do lúpus já estava vazia.

Luhan fez que sim com a cabeça, e ele lhe serviu até a taça estar quase transbordando.

— Eu vou na cozinha pegar mais algumas coisas para comermos. — informou Junmyeon, ele era o mais sóbrio dos quatro.

Minutos depois o ômega voltou com o pratinho cheio de biscoitos e queijo cortados em cubos. Ele voltou a se sentar e começaram a conversar sobre coisas banais, coisas que amigos conversavam quando tinham álcool no sangue, nada de interessante. Até Baekhyun ter a brilhante ideia de pular a janela do quarto, era extremamente baixa, não tinha perigo de cair e machucar, senão estivessem moles por conta da bebida.

Luhan percebeu que estava cambaleando levemente e se segurou no parapeito da janela, se já era desajeitado e caia atoa sóbrio, imagina embriagado. Eles levaram a garrafa de vinha que ainda estava fechada — Sehun havia lhes dado duas por achar que uma era pouco para os quatro —, junto com as taças e o pratinho com biscoitos e queijo. Os quatro se sentaram na borda piscina, levantaram suas calças e colocaram seus pés dentro da água. A água estava extremamente gelada, mas estavam bêbados e não ligavam para isso. Eles continuaram a conversar e degustar o vinho, olhando para o céu pontilhado de estrelas.

Luhan se serviu mais um vez e tomou um gole. O líquido desceu quente pela garganta dele, o que o fez sentir-se um pouco zonzo. Escutava a risada gostosa de Junmyeon acompanhada pela risada de Minseok, que gargalhavam alto de alguma besteira dita por Baekhyun. Luhan se sentia feliz e seguro e pensou novamente no quanto aquela noite estava agradável.

Ele estava finalmente livre da prisão, e tinha amigos. Amigos de verdade, pessoas que riam e que o animavam. Fazia tanto tempo em que não vivia nada tão tranquilo e natural.

— Você está bem? — perguntou Baekhyun.

— Estou ótimo. — respondeu, encarando o amigo que lhe sorria sentando ao seu lado. — Estava só pensando... Em como nossa vida está diferente desde que fomos comprados daquele lugar. Eu nunca pensei que seria... Assim!

Prision [Em Edição]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن