The First Confession

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A Primeira Confissão

Pequim - China, janeiro de 2015

Luhan estava cansado do dia, havia faxinado a casa durante toda a parte da tarde e naquele instante, por volta das seis horas, ele deveria iniciar os preparativos do jantar.

Quon gostava das refeições como as que eram servidas nos restaurantes, com um prato principal e duas guarnições, ocasionalmente acompanhados com uma salada. Ele sempre se recusava a comer sobras de refeições anteriores, tudo tinha que ser fresco e preparado na hora. E isso cansava Luhan, pois, o jantar o deixava muito sobrecarregado.

Já na cozinha, o ômega esfregou os braços para se manter aquecido. A casa em que moravam era extremamente fria, o ar gelado de inverno entrava pelas frestas das janelas e pelo vão da porta da frente. O piso da cozinha era tão frio que fazia os seus pés doerem, mas Quon reclamava do custo do óleo usado para aquecer a casa e nunca deixava que Luhan ajustasse o termostato para uma temperatura mais agradável.

Depois de ter colocado a carne para assar, Luhan encostou o corpo na pia, respirando fundo e sentindo sua coluna doer pelo cansaço.

— Você falou a meu respeito para os seus amigos? — Quon indagou.

O ômega podia ouvir o barulho dos cubos de gelo batendo copo e aquilo estava fazendo seu corpo se arrepiar.

— Não.

Negou, pois, sabia que o alfa não iria gostar nenhum pouco se soubesse que os amigos sabiam de tudo. Quon tirou uma garrafa de whiskey do armário e a deixou ao lado do seu copo, sobre a mesa.

O alfa levou o nariz até o pescoço de Luhan e inalou o aroma do menor, colocando a mão em seus quadris. Sabendo o que deveria fazer, Luhan colocou os braços ao redor do pescoço de Quon. Ele o beijou, colocando sua língua na boca dele, sabendo que era isso que ele queria, e não percebeu o tapa até que sentiu o ardor em seu rosto. Queimava. Quente e vermelho. Como ferroadas de abelha.

— Sei que você abriu essa boca para aqueles imundos! — gritou Quon, agarrando-lhe os braços com força, apertando-os. Sua boca estava contorcida e os olhos vermelhos, injetados. Luhan sentiu o cheiro de álcool em seu hálito e algumas gotas de saliva atingiram o seu rosto. — Você acha que eu sou idiota? Já percebi o jeito que aquela alfa de merda fica olhando para mim.

— Me desculpe. — disse o ômega, com a mão no rosto.

Era muito apegado ao casal de amigos que morava no final da rua, afinal os conhecia há um tempo. Nunca havia dito nada, mas os dois descobriram através das marcas em seu corpo. Ele acabou contanto tudo, pois, sabia que podia confiar em Lian e Amen. Quon não gostava da sua amizade com o casal, não queria que Luhan tivesse amizade com alguém. Não queria que soubessem da vida que eles tinham.

— Será que é tão difícil pensar em alguma outra pessoa que não seja você mesmo?

Quon estendeu o braço, tentando agarrá-lo, e ele se virou, tentando correr. O alfa era bem mais esperto, estava preparado para aquela reação e não o deixaria fugir. O golpe foi rápido e com força, o punho se movendo como um pistão, atacando a região lombar das costas de Luhan. Ele arfou, sentindo sua visão escurecer, sentindo-se como se estivesse sido esfaqueado. Desabando no chão, sentiu seus rins arderem, a dor se irradiando pelas pernas e pela coluna. O mundo estava girando e quando ele tentou se levantar, seu movimento piorou a sensação.

— Você não tem nenhuma outra função a não ser me servir, ômega inútil! Por que não faz isso direito? — indagou ele, curvando-se por cima do menor.

Luhan não disse. Ele não conseguiria nem se tentasse. Não estava conseguindo nem respirar, quem diria falar alguma coisa. Ele mordia o lábio com força para não gritar e imaginou se iria urinar sangue novamente, como na vez anterior que isso havia acontecido. A dor era como uma lâmina, dilacerando seus nervos, mas ele não iria chorar. Sabia que aquilo deixaria Quon ainda mais furioso.

Prision [Em Edição]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora