Chapter 6

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- Ajudem-me.. Por favor.. -disse sentindo as minhas mãos tremerem de medo enquanto os olhava. Apesar de ter sido encontrada e ter um alivio por isso ainda estava naquele armazém e, honestamente, tinha medo do que podia estar lá fora.

- Como foste aí parar? -perguntou um deles, ele estava provavelmente mais aterrorizado que eu. Ele já devia pensar em QUEM me havia posto ali e se essa pessoa estaria por perto. Bem, eu entendo-o, eu provavelmente preferiria VIVER a salvar a vida de uma completa desconhecida.

- Tirem-me daqui.. -comecei a implorar com a minha voz trêmula e a falhar- Imploro-vos.. -olhava para cada uma das suas faces soltando algumas lágrimas de desespero. Eles bem que se podiam despachar com o salvamento em vez de ficarem especados a fazerem perguntas.

- E-eu não entendo.. -disse aquele que me encontrou pasmado a olhar-me- Como te chamas? Eu sou o Jefferson, ele é o Carl -apontou para o tal rapaz que estava completamente aterrorizado com o que estava a ver- e ele é o WIlson.. -apontou com a cabeça para o boy que tinha o pack de cervejas na mão.

- Melody.. -já tinha a voz mais firme pois tinha clareado a voz segundos antes de responder- Ouçam, eu.. -antes que pudesse voltar a falar comecei a ouvir os tais passos de quando eles entraram, consegui ouvir alguém entrar pela porta e o meu instinto dizia-me exatamente quem era. Era ele. Arregalei os olhos olhando-os. Apesar de não os conhecer não os queria mortos e muito menos queria-os presos como eu, pareciam boas pessoas- Fujam.. -acabei por dizer mais exaltada que antes.

- Ajudem-me a tirá-la daqui rapazes.. -comentou o Jefferson. Eu sabia exatamente que o tempo de eles me tirarem dali seria excessivo, ele ia chegar e vê-los. Ao realmente ter isto em mente abanei a cabeça na negativa assim que os vi começarem a trocar de posições à minha volta.

- Não! Fujam, por favor! Ele vem ai! -exclamei em sussurro tentando que eles me dessem razão mas ao mesmo tempo que não se ouvisse muito alto.

- Ele quem? É o homem que te fez isto? -questionou-me o.. Wilson?! Sim, o do pack de cervejas!  Ele agaichou-se ao lado da minha cabeça olhando-me atentamente. Sentia-me constrangida com o olhar dele, ele parecia estar a avaliar-me.

- Ele é do piorio, por favor salvem-se.. -comecei a desesperar ao ouvir os passos cada vez mais altos e firmes, ele estava-se a aproximar de nós.

- Nós voltamos com a policia Melody, não te preocupes! -rapidamente disse Carl enquanto se levantava. Ele parecia um herói pronto para me salvar maas assim que ele acabou a frase eu rapidamente intervim.

- Não! Polícia não, por favor! Ele disse que mal as sirenes soassem, ele mata-me! E-e se não me matar deixa-me viva só para a policia me apanhar e fazer-me mal.. Policia não..! -comecei a chorar quase que desesperada mas mantive o tom da minha voz baixo e por vezes alterava entre sussurros e realmente som.

- Nós vamos te tirar daqui Melody, não te preocupes ok? -acabou por afirmar firmemente o Jefferson, ele parecia decidido tal como Carl. Apenas Wilson é que não estava muito animado com a ideia do salvamento. Ele parecia assustado com a ideia de enfrentar um vilão.

Rapidamente assenti ao Jefferson respirando fundo. Sabia que ele tinha de voltar a baixar a tampa e isso não me agradava nava, especialmente porque aquele 'caixão' deixava-me incrivelmente apertada e eu odiava estar num espaço tão pequeno.

- Agora fujam..! -Jefferson suspirou e assentiu, inclinou-se sobre o meu corpo e beijou-me a testa lenta e demoradamente. Lembrei-me do beijo dele mas só que este não teve nada a ver! Este beijo reconfortou-me, deixou-me feliz e mais calma. Eu não tive reação. Não fez sentido aquele beijo, ele tinha-me acabado de conhecer!

Logo ele fechou a tampa e eu permaneci imóvel a olhar para a frente, para o escuro mas mal ouvi-os a correrem pelo lado contrário de onde ele apareceu segundos depois. Não demorou muito até ele se dirigir ao tal alçapão onde eu estava, aproveitei o tempo para voltar a por a mordaça e mal ele abriu e me viu ali deitada soltou um suspiro de alivio

- Ainda bem que estás aqui.. -disse ele aliviado- Falaste com alguém? -eu não ia ser burra e confessar tudo então abanei a cabeça na negativa olhando-o com medo de que ele fosse revistar o local- Ótimo. Então vamos. -ele agarrou-me no braço e levantou o meu corpo o que levou a minha pele peganhenta e dolorosa das costas descolar-se do fundo do 'caixão' e bolas... Como doeu. Normalmente quando temos uma ferida demasiado profunda, o sangue sai pela mesma e se não for limpo ele fica ali até.. O nosso próximo banho! O que faz a pele naquela zona magoada ficar peganhenta e como é uma ferida, dói. Enfim.

Ele levou-me até ao meu 'quarto' e voltou a me por na posição habitual, algemas e tal mas desta vez, prendeu-me os tornozelos um ao outro com um pedaço de tecido.

Lá se foi a minha hipótese de ver o mundo exterior..

«Tortura»Onde as histórias ganham vida. Descobre agora