Chapter 2

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A cada centímetro que a mão dele subia pelas minhas costas ele tocava e acariciava as minhas cicatrizes. Mas em vez de eu me sentir mais calma não, o meu corpo ficava cada vez mais tenso, cada vez mais trêmulo, o meu medo aumentava. Ele nunca me tinha tocado de tal maneira, nunca me tinha acariciado de forma tão calma.

- Reparei que à noite estavas a tentar partir o cano.. -disse ele ao retirar a mão de dentro do meu top e a contê-la para si próprio. Ele ia-me castigar por ter tentado fugir novamente, os castigos dele eram traumatizantes, nunca iria desejar nada assim nem para a minha pior inimiga! - Sabes bem que só sais daqui quando eu quiser..

Comecei a respirar ofegantemente, sentia o meu ar voltar contra a minha boca devido à força com que a mordaça estava atada, senti um calor começar a subir pelo meu corpo. Talvez de desespero. Não queria voltar àquela sala, não queria voltar a gritar de dor sem omitir nenhum som. Ele dizia que a cada som que eu produzisse sem a sua autorização, eu levava mais cinco.

Consegui reparar que ele se riu, consegui ouvir o seu riso abafado ecoar na minha cabeça.

- Vamos? -novamente ouvi o sorriso através da sua voz, ele tirou a chave do bolso e foi em direção a um dos meus pulsos retirando a algema que o rodeava. Que alívio! Senti uma pequena brisa no meu pulso, era ele a soprar para a parte que se encontrava roxa e latejante. Não percebia a razão de ele agir de tal man eira comigo naquela altura. Sentia-me confusa..

Logo, cuidadosamente, ele pegou-me por ambas as mãos e ajudou-me a levantar sendo que uma das mãos ainda tinha a algema pendurada e a balançar. Eu olhava-o tentando perceber qual era a sua intenção, observava a sua expressão agora mais nitida a meu ver tentando que ele desse um sinal de que ele estava só a brincar comigo! A troçar de mim!

Nada. Não vi nada.

Ele voltou a pousar a palma da mão completamente no meu maxilar e puxou suavemente a mordaça para o meu pescoço deixando os meus lábios libertos e a primeira coisa que eu fiz foi respirar fundo e sentir algum ar fresco invadir os meus pulmões. Não me atrevi a dizer nada, 

Começamos a andar, lentamente e eu ficava cada vez mais confusa com tudo. Aacbamos por chegar à sala, a sala que eu realmente temia que ele me levasse.

- Já sabes o que fazer. -ele murmurou calmamente me empurrando suavemente mais para o interior da sala onde não havia nada mas uma larga estaca de madeira que parecia um pilar. Era onde eu tinha de ir. Onde eu me tinha de prender.

Hesitei mas ainda assim aproximei-me do pilar lentamente e respirei fundo tentando ganhar a coragem para me por naquela posição mais uma vez. Ouvi a porta a ser trancada e fechei com força os olhos deixando que uma lágrima escorresse pela minha bochecha. Não queria estar ali, não queria que nada acontecesse e só pensava em 1001 maneiras de fugir daquele lugar mas logo os meus pensamentos foram interrompidos.

- Demoras muito boneca? -ele disse ao guardar a chave no bolso e começou a se aroximar de mim puxando-me a camisola pra cima e por fim retirou-ma deixando-me de tronco nú. As pontas dos seus dedos passaram lentamente pelas minhas cicatrizes anteriores. Várias recentes e várias antigas mas tão profundas que não desapareceram.

Poucos segundos depois ele me puxou suavemente pelo braço fazendo com que este se enrolasse na tal estaca, fez o mesmo ao meu outro braço e prendeu os meus pulsos com as algemas. Eu juro que parecia uma parvinha abraçada a um pilar de madeira.

Os passos dele fizeram ranger as tábuas do costume, eu simplesmente fechei os olhos e esperei pelo que pudesse vir. Ele apanhava-me sempre desprevinida na primeira vez. Logo senti...

«Tortura»Donde viven las historias. Descúbrelo ahora