Chapter 5

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Podiam ser coisas da minha cabeça afinal, estava ali há tanto tempo que eu já reconhecia alguns dos ratos que ali passavam. Apesar de pensar que eu estava a ficar maluca despertei os meus sentidos tentando aperceber-me do que se passava ali mas logo que um silêncio se instalou desisti da ideia de que estaria alguém nas redondezas.

Voltei a relaxar o meu corpo 'acalmando-me'. Mas algo logo impediu os meus pensamentos, ouvi passos e vozes vindos de maIs longe, vindos da porta. Alguém estava ali dentro, alguém novo. Ia para me levantar para começar a correr mas logo que a minha pele se descolou bruscamente da parede relembrei-me de que mal me conseguia mexer graças à dor nas minhas costas.

Ele entrou no meu quarto e reparou na maneira que eu estava, alerta. Ele abanou a cabeça na negativa e andou até mim rapidamente tirando uma das minhas algemas. Será que eu ia para algum lado com os tais convidados que haviam entrado? Não queria, comecei a recuar o meu corpo o que o fez puxar-me cada vez com mais força pelo braço.

Tanto movimento fez a minha mordaça cair e eu comecei a gritar sem nunca deixar de puxar o meu corpo para longe.

- Não!! Socorro! -senti a minha face começar a ficar molhada mas apenas piorei a situação pois ele virou-se pra mim e deu-me um soco na cara. Nunca havia levado um soco dele com tanta força. E eram poucas as vezes que ele me socava a cara. Assim que a mão dele me atingiu a cara deixei o meu corpo imóvel, não havia mesmo forma de lutar contra ele.

Pouco depois ele parou e abaixou-se, levantou uma tábua mostrando-me um tipo de caixa/caixão e voltou a olhar-me sério quase que desesperado e isso via-se na expressão dele.

- Entra. -disse ele seco. Não sabia o que fazer, se haveria de gritar ou correr. Podia-lhe dar um pontapé e trancá-lo dentro daquele buraco mas não era capaz, eu não tinha força realmente. Por isso permaneci a trocar o olhar entre aquela pequena prisão e a cara dele que nem mudava de expressão.

- Não.. -murmurei assustada observando aquele espaço pequeno e apertado, assustava-me só o pensamento de ali estar deitada e presa. Completamente imóvel. Ele não gostou nada da minha resposta, agarrou em mim ao colo e rapidamente deitou-me lá dentro colocando a mordaça de volta na minha boca.

- É bom que fiques quieta. -a minha respiração começou a ofegar e ia para me levantar mas ele fechou a tábua por cima de mim e trancou-a.

Comecei a soltar gritos abafados por causa da mordaça e diversas lágrimas escorreram pelas laterais dos meus olhos visto que eu estava deitada. Decidi calar-me e limitei-me a ouvir a minha respiração tentando perceber aonde estariam os tais 'convidados'.

Os passos começaram a se aproximar do lugar onde eu estava e eu apenas ouvia as vozes.

- Malta vamos sair daqui.. -ouvi um deles. A sua voz parecia estar assustada. E com razão, sabia-se lá os perigos que corriam naquela road trip.

- O que achas que vamos encontrar aqui Wil? -soltou uma gargalhada. Era adorável a sua risada, adorei ouvi-la - Um serial killer? Uuuuhh!! -mal sabiam eles que estava lá provavelmente alguém pior do que um serial killer.

Apesar de estar presa naquele local há tanto tempo, ouvi diversas conversas entre o tal homem e outra pessoas. Eles mencionavam diversas expressões e foi dessas conversas que eu tirei os meus conhecimentos.

- Cala-te Puto! -disse uma voz diferente das outras duas, era mais grave, mais doce. - Porque será que abandonaram isto? Daria um local perfeito para um ginásio.. -riram-se todos. Consegui distinguir três vozes e três risos diferentes mas consegui perceber que eram masculinos. Sem duvida!

- Anda, vamos embora..! -comecei a desesperar, eles não se podiam ir embora! Era a minha única hipótese de escapar daquele lugar! Entrelacei os dedos de ambas as minhas mãos, visto que estavam presas em conjunto e comecei a dar pancadas desesperadas na tábua que impedia os rapazes de me verem. Dei gritos abafados tentando que eles me ouvissem e me ajudassem mas os meus gritos falhavam devido ao choro que estava a sair.

- Sh. Esperem. -disse a tal voz grave, a voz que mais me agradou em ouvir. - Estão a ouvir?

Comecei a dar pancadas mais fortes também com os pés na tábua fazendo o máximo de barulho possível e logo voltei a ouvir passos mas apenas de uma pessoa e eram lentos mas aumentavam cada vez mais. Usei as minhas mãos para retirar a mordaça, foi apenas um momento em que realmente pensei um pouco.

- Estou aqui! Ajudem-me por favor! -comecei a gritar desesperada por ajuda e poucos minutos depois ouvi pancadas fortes perto do meu corpo, era uma marreta ou um martelo qualquer.

Depois de poucas pancadas a tábua ergueu-se revelando-lhes o meu corpo encolhido, sujo, nojento com a minha face suja cheia de lágrimas mas à minha visão foi revelado apenas um rapaz lindo, talvez o rapaz mais bonito que eu alguma vez vira surpreso, consegui ver pena no seu olhar e fiquei a encarar a sua face durante alguns segundos até que outro rapaz apareceu no meu campo de visão e bolas, era lindo de matar! O terceiro por fim apareceu e eu praticamente derreti-me dos pés à cabeça, eram três brasas ali à minha frente! E eu estava com aquele aspeto lamentável.

- Oh. Meu. Deus.. -disse o terceiro rapaz que aparecera, ele pareia ser o mais acertado e simples e tinha um pack de bebidas na mão! Diversas vezes vi o meu 'guardião' (ou como ele se intitulava) beber daquele tipo de bebida.

«Tortura»Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz