Blast Heart [ji.kook]

2.0 | Vigésimo E Carta Sete

Se passaram mais dez dias desde que Jungkook mandou aquela carta, ele está preocupado, sentado em sua beliche, suas pernas se chacoalham como uma máquina a vapor.

O rádio sempre noticiava sobre a guerra, e Jungkook sempre se lembrava que o Japão era um forte aliado, que não pararia de ajudar a Alemanha de uma hora apara outra, o que o aterrorizou mais ainda.

Talvez fosse a distância, estava acostumado com as respostas de Jimin chegando dez ou quinze minutos depois de enviar sua carta. Agora, o Park estava muito mais longe.
O que o fez suspirar como se os fios de esperança dançassem, pedindo para serem cortados pela raiz, mas Jungkook não o faria, por muito tempo.

Demoraria assim tanto tempo toda vez que enviasse uma carta? Ele torcia para que não mas temia que a resposta era desgostosa.

Hoseok se esforçava muito para comer mesmo que ainda conseguisse estar alguns quilos mais magro que o próprio Jungkook. À toda hora, o Jung carregava mapas e livros de estratégia para todos os lados, às vezes, passava noites em claro bolando planos inovadores.

Mas Namjoon não parecia muito alegre de estar fora da ativa, não que não fosse um soldado bom, pelo contrário, um dos melhores desde que chegou no quartel. Mas nenhum novato foi recrutado, o que era uma desvantagem olhando pelo lado que Namjoon possuía uma obrigação a cumprir ali.

— Quanto acha que vai demorar? — Jungkook questionou para o Kim, que 'brincava' de montar e desmontar armas no pátio.

— O quê? — Namjoon era rápido com aquilo e já encaixava o pente.

— Para nos chamarem também — Jeon olhou para o céu. Estava ensolarado, depois de muito tempo, na verdade. Fazia tempo que Jungkook não via o sol aparecer, quase quis tirar uma foto.

— Eu não sei — Namjoon balançou a cabeça enquanto analisava a arma já completamente montada e pronta — Talvez demore muito, talvez não. Depende daqueles idiotas — O Kim sorriu consigo mesmo — Se morrerem muitos, chamam a gente. Mas podem ser que nos recrutem também para outros lugares.

Aquilo deixava Jungkook ainda mais desanimado porque, se fosse para onde Jimin estava, eta porque a maioria tinha morrido. E a possibilidade de ir para outro batalhão? Não poderia nem imaginar. Ouviu alguns soldados conversando que batalhões de guerra são sujos, a comida é escassa e todos se tratam como raros entre si (não que não tratassem Jungkook do mesmo modo ali...)

— E você ainda quer ir pra lá... — Jeon observou, encarando seus pés.

Namjoon ajeitou a postura e soltou um sorriso ladino, como se desvendasse o garoto por completo.

— Não é como se você não quisesse também, huh? — Voltou a se concentrar em sua tarefa.

Antes que respondesse, Hoseok os chamou de longe. Dizendo que a ronda pelo quartel iria começar e o chefe precisava deles.

Jungkook foi primeiro, não havia montado sua arma como deveria. Talvez, ninguém tivesse percebido, ele não ligava.

A ronda consistia em dar duas voltar pelo quartel e depois revezar com outro grupo para ir até o início do bosque.

Jungkook e Hoseok acabaram por ficar no primeiro grupo. A caminhada foi silenciosa até a metade da primeira volta.

— Você está preocupado com alguma coisa — Jung observou.

— Ah? Eu não — Jungkook negou, segurando a arma como fora treinado para segurar. Caminhava devagar, acompanhado do amigo — Talvez eu esteja, mas não é grande coisa.

— Eu penso o contrário. Você não costuma ser quieto assim...

Encarou o amigo rapidamente, não querendo demonstrar sua fraqueza.