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POV: 3ª Pessoa

FLASHBACK ON:

Upper East Side

Setembro

2017

Como uma bomba – relógio, o segredo obscuro de uma família tradicional estava prestes a ser relevado para o mundo.

Anne Archibald, a mãe de Nate Archibald, estava sentada em uma sala de interrogatório da polícia, mas diferentemente de uma grande porcentagem de pessoas, em sua maioria inocentes, a matriarca da família "Archibald / Van der Bilt" demonstrava sentir tudo menos que estivesse perdida e assustada. Ela havia sido chamada para prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento em um caso de tráfico de pessoas, tráfico infantil e contrabando.

A mulher sabia o que fazer. Ela havia sido acusada de crimes graves e para o terror de seus inimigos, sabia como se livrar, tinha certeza de que poderia se defender saindo ilesa das acusações, fazendo a nora se passar por mentirosa, ardilosa e vigarista que acusa os outros sem provas e claro não estava sozinha, ainda que estivesse atolada até o pescoço, sempre soube dos riscos e em quem realmente confiar.

A loura permanecia na sala fechada onde ficou sozinha por longo tempo, entendia a tática, era o famoso chá de cadeira, uma espécie de fórmula mágica para criminosos abrir a boca, mas não ela e desejava que seu advogado surgisse o mais rápido possível para acabar com a palhaçada. Horas depois a porta da sala se abriu, e um homem entrou. Chamava-se Kalid Hill, renomado delegado da polícia, fora transferido da Inglaterra para os Estados Unidos recentemente, mas seu currículo profissional era invejável.

O homem tinha um olhar sério: — Sra. Archibald. — Kalid umedeceu os lábios — Estamos aqui para falar sobre as acusações que pesam contra você. Vejamos, está acusada de tráfico de pessoas, tráfico infantil e contrabando, logo presumo que tem alguma coisa a dizer em sua defesa, correto?

— Olha bem para minha cara, acha mesmo que uma mulher do meu porte, de família tradicional, uma pessoa cuja educação veio de berço, bem-criada e bem amparada comete crimes tão cruéis como os que estou sendo acusada? Enfim, eu posso ficar horas falando minhas qualidades. — Anne olhou o delegado dos pés à cabeça. — Me sinto constrangida com todas essas acusações, e me machuca, senhor delegado, o fato de uma autoridade do seu nível acreditar que eu iria me envolver com tráfico de pessoas, tráfico infantil e contrabando, o senhor realmente acredita nisso? — Anne revirou os olhos em deboche. — Sinceramente, existem bandidos perigosos na cidade de Nova Iorque, mas eu não sou uma delas. Eu sou Anne Archibald, se não faz ideia de quem sou, saiba que está diante da mãe do jornalista mais respeitado e querido dessa cidade, como pode acreditar nas calúnias que estão espalhando?

— Veja bem, Sra. Anne, todos os dias criminosos se sentam nessa cadeira, contam a mesma história, mesmas palavras, mesmo olhar triste, trajando a armadura de coitadinhos igual às suas, mas eu não joguei anos de uma graduação no lixo, sou um agente com vasta experiência, logo sua arrogância, prepotência e falso moralismo me deixam mais em alerta indicando que de fato há algo de errado contigo, então sua manipulação comigo será em vão.

Anne respirou fundo ao perceber que o agente diante de si era casca-grossa, sem chances de se deixar levar por uma conversa mole, papo furado ou pela beleza dela. Na realidade o homem sequer a olhará, mas ela havia reparado nele, um agente que obviamente um cinquentão e tanto, com tudo em cima, sua postura rígida, seu olhar desconfiado e seu rosto eram sexy, mesmo coberto ela pode perceber o quanto era malhado, basicamente um "daddy" como manda o figurino.

Amores, Mentiras & Segredos.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ