Amores, Mentiras & Segredos.

30.

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POV: 3ª Pessoa

FLASHBACK ON:

Upper East Side

Setembro

2017

— Sua filha é linda. — Serena confessou abrindo um sorriso para a morena diante de si. — E poderia ter me ligado para conversar, dizer que estava grávida, nós poderíamos ter feito um chá de bebê ou qualquer coisa. — Serena tentava soar amigável, mas sabia que haviam perdido o laço, o que era uma pena, porque Hanna é a madrinha de Arthur.

— Essas coisas são idiotas. — A mulher de olhos verdes respondeu fingindo desinteresse. — E também pare de agir como se tivesse compartilhado sua gravidez comigo, pois, sumiu do nada, levou a Tara contigo e agora retornou com outro filho.

Hanna estava se comportando de forma mimada apenas para fugir da conversa referente ao pai de sua filha, contudo, Serena não desistiu de arrancar algo sobre o assunto.

— Por que não admite que está agindo dessa forma, pois não quer falar sobre sua vida amorosa? — S deu um gole na coca cola. — Você e o Ben realmente não se entenderam. O que eu acho uma pena, porque, ele seria um ótimo pai para Lolinha.

— De novo com essa conversinha? — Hanna revirou os olhos. — Todo mundo quer saber quem é o pai da Lola! Será que não percebem que eu não me sinto confortável para falar sobre isso? — Hanna vacilou em dizer com firmeza e Serena pegou no ar o quanto o assunto a machuca.

— O meu pai pensa que eu nem sei quem é o pai da minha filha. — Hanna engoliu seco. — Isso me ofende em tantos níveis que ninguém faz ideia, até parece que eu abriria minhas pernas para um cara aleatório numa noitada, mas não posso esperar menos daquele senhor que me entregou para um estuprador e agressor de mulheres por preferir um casamento forçado a ter uma filha desonrada.

— Hanna, pode desabafar. — Serena suavizou o olhar, queria que a amiga fosse a mesma da época da faculdade no aspecto de ainda manter a relação de confidência e irmandade entre elas, mas a distância as fez perder essa conexão. — Sei que o tempo nos afastou e as minhas escolhas também, mas ainda somos amigas, ainda somos as mesmas do começo da universidade, seja lá o que tenha feito nesse tempo em que estive fora, não vou julgar, afinal quem sou eu para fazer isso?

— É que sou uma idiota! — Hanna diz com pesar. — Às vezes cometemos erros e eu cometi alguns, mas não quero ver Lola pagando em meu lugar. — Hanna se ajeitou na cadeira. — Eu sei quem é o pai da minha filha, entretanto, seria melhor não saber, porque não vale nada.

— Esse homem te machucou? — Serena perguntou, visivelmente interessada e empática com a situação, sabe o quanto a amiga já sofreu e torce para Hanna encontrar um companheiro descente e que a respeite como bem merece.

— Fisicamente? Não, mas sentimentalmente sim. — Hanna suspirou segurando as lágrimas e frustrações. — Eu fui abandonada Serena e é por conta disso que não falo com ninguém, prefiro que pensem que eu transei com um qualquer sem ter certeza da paternidade da Lola do que viver com o olhar de pena das pessoas ao meu redor por conta do abandono. — Hanna mordeu o lábio. 

— Que cretinice. — A loura apertou a mão da amiga dando conforto. — Desculpa abrir essa ferida.

— De certo modo não é culpa sua. — Hanna respondeu desinteressada. — Todos ao meu redor perguntam a respeito, mas não digo nada, Lola às vezes me enche de perguntas e eu digo que o pai está muito longe, mas a real é que não faço ideia de onde aquele vagabundo vive.