Amores, Mentiras & Segredos.

14.

POV: Nate Archibald

FLASHBACK ON:

Janeiro de 2012

Coerência: A partir do momento que vi Serena se materializar diante dos meus olhos decidi apagar essa maldita palavra do dicionário e não fiz questão de esconder dos meus amigos que a procuraria, afinal, no dia do meu casamento eu esperava que o evento fosse calmo e contava mentalmente que qualquer imprevisto fosse resolvido rapidamente, mas contrariando a normalidade minha ex-namorada que julguei estar morta resolveu ressurgir das cinzas no dia mais importante para minha família e amigos.

Eu planejei tudo, calculei vários imprevistos, mas Serena van der Woodsen de volta? Jamais. Em primeiro lugar, não imaginava um retorno dela devido às circunstâncias de dois anos atrás, serena sofreu uma overdose de heroína e estava esperando um milagre acontecer, porque precisava de um transplante de coração, além disso, sofreu três derrames, duas paradas cardíacas e estava cega, como ela se recuperou é inexplicável. 

De toda forma, serena reaparecer nos Estados Unidos foi e continua sendo algo inesperado para todo mundo, porque até onde eu e a mãe dela sabíamos, serena estava vivendo na Inglaterra e não pretendia voltar, afinal tinha amigos "fiéis" e um relacionamento estável.  Entretanto, em particular encaro como algo positivo, porque é a chance que tenho de procurá-la, afinal, temos muita roupa suja que precisamos lavar.

Chuck e Blair me orientaram a não procurar por ela uma vez que acabei de trocar alianças e votos de fidelidade com Mayena, mas de um modo ou de outro Serena e eu temos que conversar, então, para que tentar adiar algo que em algum momento vira a acontecer? Com isso em mente consegui informações de onde está ela está morando e trabalhando e para minha surpresa Serena e a responsável pelo aluguel do novo prédio comercial na quinta avenida, o bendito prédio que eu queria alugar para expandir o NY Spectator.

Desço do carro e adentro o prédio, passo na recepção e um rapaz educado de sotaque estrangeiro me atende e presumo que ele seja gay, porque está me olhando cinicamente como se fosse me engolir.

— Bom dia! Tudo bem? — Abro um sorriso educado. — Estou à procura de Serena van der Woodsen, sabe me informar em qual sala a encontro?

— O senhor agendou um horário? — O rapaz pergunta. — A doutora Van der Woodsen só atende com agendamento, afinal, ninguém faz consultas jurídicas de graça em plena quinta avenida, mas posso anotar o seu nome e telefone e assim que ela estiver menos atarefada entraremos em contato.

Sorrio cordial inocente: — A doutora Serena alugou todo esse prédio? — Pergunto mais curioso do que deveria de fato soar.

— Não sei, pois fui contratado apenas para atender o telefone e recepcionar as pessoas na entrada do prédio. — O rapaz que continua vidrado em meus olhos responde. — Esse prédio foi alugado pela doutora Serena van der Woodsen, além disso, ainda temos uma parte voltada para as artes, tem uma enorme galeria de artes por aqui, mas se existem outros investidores, não faço a mínima ideia, porque todos os contratados recebemos ordens e somos pagos pela doutora Van der Woodsen.

Obviamente o recepcionista sabe muito mais do que realmente diz, porém, é compreensível que ele seja orientado a não contar um segredo, porque pode perder o emprego, entretanto eu já tenho o plano perfeito para ficar frente a frente com Serena.

Verifico o horário através do relógio em meu pulso e ligo para Olivia - minha secretaria e escudeira fiel pedindo para ela segurar as pontas no Spectator explicando que tenho problemas pessoais para resolver e não posso comparecer ao jornal, mas a realidade é que estou dentro do meu carro num estacionamento vazio esperando o momento em que Serena sairá desse maldito prédio, pois se eu não posso ser atendido por falta de espaço em sua agenda, então, a única alternativa é ficar de guarda esperando o momento em que seu expediente termina.