25. (Parte II) [bônus]

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ACONTECEU EM:

AGOSTO DE 2006

A menina não o via desde o dia em que deixou o apartamento, após seus ferimentos e o medo finalmente ter se dissipado de seu corpo. Entretanto, Hanna queria ver o seu salvador mesmo de longe, saber como estava, porque os momentos entre eles foram os melhores, além de querer agradecê-lo por todo incentivo para se cuidar, por salvar sua vida e ter lhe encorajado a perder o medo de enfrentar o mundo. 

Por conta disso descobriu a delegacia onde o rapaz trabalhava e sem hesitar decidiu que iria até o local e procuraria por ele, contudo, sem deixar evidente o interesse ou explicitar que queria agradecer por tudo o que rolou naquela noite.  De fato, não sabia como agir com normalidade, porque já não conseguia negar que o que rolou mexeu com seus hormônios, desde que os beijos ocorreram ela não parava de pensar e tudo bem ele tinha se desculpado e ela aceitado, mas nas madrugadas o cheiro do perfume masculino, o gosto do beijo e as mãos dele a tocando invadia seus sonhos quase como uma fantasia aguçando sua libido, logo a culpa sumiu dando lugar a um desejo insanável de repetir o momento.

Com uma cesta de café da manhã em mãos, um vestido branco e por cima um casaco vermelho com capuz, Hanna escondia suas madeixas loiras quando finalmente adentrou ao último andar do grandioso prédio da delegacia central de Oxford. Sentiu a garganta fechar ao receber inúmeros olhares curiosos para si e no segundo seguinte duas pessoas foram atendê-la.

De um lado estava um rapaz muito bonito de origem asiática e do outro lado uma moça negra com a beleza espetacular, ambos a olharam estranhos e em uníssono disseram:— Boa noite! Em que podemos ajudá-la? — Liam abriu um sorriso galante e Jessica olhou a loira dos pés à cabeça.

— Oi! — Hanna sorriu de volta. — Estou procurando por um rapaz alto, acho que tem mais de um metro e oitenta e cinco, ele é negro e tem algumas tatuagens nos braços.

— Negro com tatuagens nos braços? — Jessica perguntou. — Sabe o nome dele? — A policial já tinha percebido que a descrição era de Benício, uma descrição específica e percebeu que a loirinha com certeza tinha algo com seu crush, porque as tatuagens de Ben eram escondidas, ou seja, se a menina sábia era por dormir com ele.

Jessica sentiu uma pontada de ciúme, porque mantinha a esperança de que o colega de trabalho em algum momento daria uma chance a ela, uma chance de terem algo além de sexo, vazio, rápido e momentâneo.

— Ben. — Hanna fingiu dúvidas quanto a isso. — Olha, eu não quero atrapalhar, mas ficarei agradecida se essa cesta chegar até ele. É uma forma de agradecimento por algo que fez por mim, diga que foi Hanna a garota da noite do pub quem deixou.  A garota não disse mais nada, apenas se virou caminhando rumo ao elevador, afinal, por mais que quisesse vê-lo, também não queria deixar obvio o interesse diante de duas pessoas que sequer conhecia.

Assim que Hanna sumiu de vista Liam forçou uma tosse, querendo rir, porque ao lembrar de cada palavra da garota loira percebeu o quanto a policial ao seu lado sentiu vontade de voar no pescoço da outra que acabara de sair, além disso, o visual de Hanna soava como uma piada, parecia a chapeuzinho vermelho e conhecendo o amigo que tinha pensou em inúmeras sacanagens que Benício fez ou faria ao vê-la daquela maneira, afinal, uma mina loira vestida de capuz vermelho, vestidinho branco, uma cesta em mãos e um rapaz negro a fórmula perfeita de realizar um fetiche masculino e sexista.

Jessica Cooper segurava a cesta de café da manhã com muita raiva e antes mesmo que Liam lhe dissesse alguma abobrinha, a garota negra saiu pisando duro indo em direção a uma enorme lixeira, parou, abriu a mesma e jogou a linda cesta com toda força dentro do objeto. 

Amores, Mentiras & Segredos.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum