Capitulo 12

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Parece que Ryan está sempre pensando adiante, em coisas que ele não quer demonstrar.


ENFERMEIRA: Doutor, temos dois novos pacientes! O doutor Daryl está com um, precisamos de você para o outro. O paciente está vindo da emergência com o David, precisamos que você o receba na ressuscitação.

RYAN: Tudo bem, obrigado.


Ele olha para mim.


RYAN: Parece que as visitas ficarão para mais tarde. Você vem?


Eu prontamente o sigo até a sala onde a enfermeira nos está levando. Estamos começando bem hoje!


RYAN: Olá, David. O que temos aqui?


Ele se aproxima da cama, eu o sigo de perto, prestando atenção a todas as informações.

A atmosfera no quarto é muito diferente do que com o Daryl, estou muito mais tranquila.


DAVID: Olá Ryan, e... senhorita?

NICOLE: Nicole, eu sou uma das estagiarias, é o meu segundo dia na ressuscitação.

DAVID: Eu sou o David, médico de emergência. Eu estava de folga ontem, prazer em conhecê-la, Nicole.

NICOLE: O prazer é todo meu.


Logo após as apresentações, um clima mais tenso, quase opressivo se instala no quarto.


DAVID: Temos um jovem com cerca de 25 anos trazido para a emergência pelos bombeiros.


É um rapaz moreno, com o rosto bastante machucado, deitado na cama.


ENFERMEIRA: Estou mudando o monitor doutor, e colocando o sensor de saturação.


Ele está usando um roupão do hospital e jeans. Um cateter periférico está em um dos seus braços, e no outro, um tensômetro está monitorando os seus batimentos.


DAVID: Sem registros no hospital, foi encontrado por um pedestre na rua. Sozinho, desorientado, confuso e sem identificação.


As pálpebras do jovem estão tremulas, e ele balança a cabeça de um lado para o outro, sem energia, enquanto a enfermeira prepara todo o procedimento.


DAVID: Desidratação, hiperglicemia, hipercalemia...


O jovem está com ansia, tomado por náuseas. Automaticamente, eu coloco minha mão em sua nuca, para acalmá-lo.


DAVID: PH em 6,8, potássio em 6,4...


De repente, ele abre os olho. Seus olhos estão amarelados, cansados, embaçados, e eles se fixam em meus olhos.


RYAN: É cetoacidose diabética.


Vejo que o jovem é diabético, seu nível de açúcar no sangue aumentou demais, e isso abalou todo o seu organismo. Ele ainda está me olhando, então eu me inclino até ele.


NICOLE: Qual é o seu nome?

??: Ma...Matt.


Ele está fraco, falando com dificuldade, mal consigo ouvi-lo. Eu sorrio para ele, tentando o tranquilizar.


NICOLE: O meu nome é Nicole.


Ele franze a testa, como se estivesse confuso e se esforçando para entender. Seus lábios ressecados se movem, sem emitir som.


DAVID: Nós administramos o soro isotónico e a bomba de insulina há quinze minutos atrás.


Os lábios do paciente se movem outra vez, desta vez, tenho a impressão de que ouvi um «não».


NICOLE: Ele...

RYAN: Tudo bem, obrigado. Nós assumiremos a partir daqui.


Mais uma vez, o mesmo movimento dos lábios, «não», e seus olhos continuam fixos nos meus.


DAVID: Perfeito, Ryan. Estou voltando para a emergência.


Matt fecha os olhos e... um apito alto ressoa do monitor cardíaco ao seu lado. Eu pulo de susto.


ENFERMEIRA: Doutor, estamos perdendo ele!


Não consigo deixar de gritar... a mesma palavra que Matt parece estar querendo dizer.


NICOLE: Não!

Amor nas UrgênciasTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang