Capitulo 137

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Ao contrário do que eu disse a mim mesma na ocasião, o Jake estava certo... já que ontem o pai do Marco estava bem.

Ryan, por outro lado, parece atordoado.


RYAN: Você disse Kardegic? Mas...

CAROLINE: Dado a um paciente com distúrbios hepáticos, que, por definição, já apresenta sintomas de hipocoagulação, junto com uma enorme hemorragia que estamos tentando controlar da melhor maneira possível... Administrar um anticoagolante parece ser uma péssima ideia.


Ryan balança a cabeça, parecendo esgotado.


RYAN: Eu nunca prescrevi Kardegic a esse paciente. Quando temos distúrbios de hipocoagulação nós obviamente não daríamos uma dose de algo que aumente isso ainda mais. Nesse tipo de paciente, um anticoagulante pioraria ainda mais a hemorragia, e pode levar até a morte. Eu sei, e qualquer estudante de medicina saberia isso.


Eu concordo, porque sei que isso é verdade. Eu mesma expliquei isso ao Jake na sala de descanso.


RYAN: Nunca passaria pela minha cabeça prescrever esse medicamento. Me desculpe, Caroline, mas você está enganada.

CAROLINE: Eu adoraria estar errada, Ryan, mas infelizmente...


Ela balança a cabeça de um modo triste, como nunca vi antes.


CAROLINE: Você pode ver no sistema. Veja que há uma linha indicando que o Kardegic foi receitado. E ao lado disso, você verá o seu numero de identificação pessoal.


Ao ouvir essas palavras, Ryan parece alguém que foi empurrado de um avião durante o voo. Pelo jeito, as coisas parecem estar piorando cada vez mais...


RYAN: Não, isso é absolutamente impossível. Eu nunca teria feito isso. Eu posso garantir que não tenho nenhuma lembrança de ter feito isso.


Ele parece confiante.

A principio, ele não parece ser o tipo que se defende a qualquer custo... mesmo sabendo que está errado. E muito menos ser o tipo que mentiria em uma situação tão grave.

Pelo contrário, já notei que ele tem até uma certa tendência em aceitar a culpa e assumir a responsabilidade pelos seus actos, às vezes até demais.

Além disso, acho que ele sempre foi sincero comigo. Ele me contou sobre as suas falhas e fraquezas sem tentar esconde-las.

Isso é muito estranho...


CAROLINE: Ryan, se você acha que precisa ver para crer, eu sugiro que você veja o computador imediatamente.


Caroline não parece hostil quando diz isso, ela parece neutra, de facto.


NICOLE: Eu acho que seria uma boa ideia, Ryan...


Eu não ouso dizer isso mais alto do que um sussurro. Ryan concorda sem dizer uma palavra.

Ele se levanta, abre a porta do escritório e sai rapidamente. Eu me levanto e corro atras dele.

Quando chego na sala onde o pai de Marco está ainda inconsciente, conectado a todas essas maquinas, Ryan já está verificando o histórico da prescrição no computador.

Ele está paralisado.


RYAN: Kardegic. Caroline estava certa...


Sua voz é nada além de um sussurro.


RYAN: E aqui está o numero do registro... é o meu numero mesmo... Eu não entendo.


Eu me aproximo do computador.


NICOLE: Quando você prescreveu isso?


Ele repete.


RYAN: Eu não prescrevi isso a ele! Mas está aqui, claramente... Eu não sei mais o que pensar...


Eu clico na linha para ver os detalhes.


NICOLE: Terça-Feira, às 09:33 da manhã. Terça-Feira, Terça-Feira... o que fizemos na Terça-Feira?


De repente, eu me lembro...

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