Capítulo 19 - Paz despedaçada.

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As coisas estavam realmente complicadas. Eu estava muito preocupada com a situação do país, e saber que várias pessoas iam morrer por causa da guerra me deixava com um sentimento de culpa terrível.

Thomas combinou de se encontrar comigo no mesmo lugar que o outro dia e fui até lá ansiosa.

— Como estão as coisas? - Perguntou me abraçando.

Suspirei pesadamente.

— Nada bem. Estou tão preocupada, me sentindo tão culpada por tudo isso. - Falei com a cabeça apoiada em seu ombro.

— Você não tem culpa de nada. Já te disse isso outro dia. Você tem feito tudo que pode por todos, e acho que devia estar com orgulho por estar enfrentando tudo isso dessa maneira.

Eu sei... acho que você tem razão. Mas o que realmente me deixa aliviada é que essas pessoas que vão estar na guerra estão por livre e espontânea vontade. Eu jamais iria obrigar ninguém a lutar. Fico só imaginando como os familiares dessas pessoas estão angustiados.

— Eu fiquei com muito orgulho de você por ter enfrentado os conselheiros e feito isso. Meu pai era militar e até chegou a trabalhar como guarda aqui no palácio e eu sei bem o quão angustiante pode ser ter que ficar esperando notícias de alguém que está na guerra.

— Obrigada pela sua lealdade e por estar sempre ao meu lado. Às vezes penso que não te mereço, você é bom demais para mim.

Thomas me olhou como se quisesse me contar algo, e ao mesmo tempo eu vi culpa em seus olhos.

— Tem algo errado? - Perguntei tocando seu rosto.

— Não. Claro que não, está tudo em ordem. - Disse sorrindo.

Thomas me beijou, me abraçando bem apertado. Uma sensação estranha se apoderou dentro de mim. Uma coisa como se fosse um eco me disse que algo estava errado. Thomas estava escondendo algo de mim, mas eu preferi ignorar, e me perdi no beijo dele.

*

Três dias depois...

Mandei duas cartas tanto para Rússia quanto para Áustria e eles se negaram a parar suas tropas. Os dias iam passavam e cada vez mais rápido eles se aproximavam de Pandora. A maioria dos homens decidiram se alistar para combater a guerra, e por mais que eu não achasse que fosse acontecer algumas mulheres também se alistaram. Acho que o fato de ser algo voluntário fez com que todos eles quisessem lutar ainda mais.

Os conselheiros me parabenizaram pela iniciativa e pediram desculpas por não terem acreditado em mim. Fiquei com o peito inflado de felicidade e pela primeira vez senti que talvez esse negócio de ser rainha não fosse tão ruim quanto eu supunha.

Fui até a área de treinamento onde todos que se alistaram estavam e todos os voluntários se surpreenderam ao me ver. Um a um se abaixaram em uma reverência que me deixou emocionada.

— Gostaria de falar agora com cada um de vocês não como rainha, e sim como uma cidadã de Pandora, como uma pessoa igual a vocês. Agradeço a cada um de vocês que está aqui independente dos riscos que estão correndo. Peço a Deus que esteja com cada um de vocês, e que vocês voltem vivos desta guerra. A partir deste momento vocês não são apenas cidadãos de Pandora, vocês são verdadeiros heróis, e daqui a cem anos os nomes de vocês ainda serão lembrados, por terem tido coragem de arriscar tudo pelo bem maior de nosso país. Pandora é o nosso lar, e por causa de vocês, vai continuar sendo, certamente. 

  — Nós vamos fazer o até o impossível para manter Pandora como está. - Disse o general.

Um alvoroço se seguiu depois disso. 

A Rainha DestinadaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz