78 ♦ FUI MORAR ONTEM LÁ!

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— Onde é lá? — Meu amigo prestou atenção no menor dos detalhes, para variar, e encarou meus olhos nervosos como se isso fosse a coisa mais normal do universo. — Anda, você não me respondeu. Onde é lá? — Perguntou novamente.

Agora irritada, comecei a explicar que "lá" era minha nova casa, localizada no final da rua 4, a mesma rua da dona Catarina e do seu Zé Victor. Muito perto de uma igreja, na esquina de uma padaria e bem em frente a um cemitério.

Deus me defenderay! — Ele exclamou. — Quem mora perto de um cemitério, gente?

— E de uma padaria! — Lembrei. — E de uma igreja! — Enfatizei.

— Tá bom, tá bom, e qual é o problema?

Finalmente os refrescos! Comecei a contar sobre a noite passada, a minha primeira noite. Contei sobre o ambiente e sobre a decoração, colonial e bem arcaica, do jeitinho que eu gosto e acho bonito. Além disso, comentei em como a noite tinha sido fria, e a água do chuveiro gelada. Por fim, falei sobre o bonito gato laranja.

— Um gato laranja, que fofo... — ele não resistiu.

— Não é fofo, você ainda não sabe o fim da história — alertei, e retomando o fôlego, continuei: — Não volto lá nunca mais!

— Medo de gato? Onde já se viu!

— Em mim já se viu! Fui na vizinha ver se era dela, ele parecia perdido e com fome. Quando procurei para pegar, ele tinha sumido, mas fui perguntar mesmo assim.

— E era?

— Era!

— E então?

— O nome dele era Epaminondas!

— Nomes diferentes te assustam?

— Não, só o fato dela ter enterrado esse gato no cemitério do outro lado da rua, ano passado. 

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