141 ♦ O PEQUENO SOPRO DE VIDA

289 33 4
                                    


Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

"Confie na verdade, e ela te libertará..."

1897

Conde Von Hills acaba de desferir um golpe certeiro em minha cabeça. É um objeto demasiadamente volumoso, como uma grande caixa de metal. Certamente o velho homem esperava que nunca mais conseguisse erguer a cabeça novamente, ou qualquer outra parte do meu delicado e casto corpo. Uso vestes habituais. Os ferros do espartilho agora entram por cada parte de minhas costas e abdômen.

Sou uma vítima. Não precisava ser assim.

— Digo-lhe para confiar em mim, adorada mãe. Este homem é lunático. Quer me ver assustada e aparece nos momentos em que ninguém está olhando. Acredita que ontem, enquanto banhava-me no rio, encorajou-se a ver meu dorso nu?

— Não repita isso, menina! Quer que seu pai cometa uma tragédia? Sabe que ele não aceitará qualquer fala sobre isso, e nesse momento precisamos dos investimentos do conde.

Vendida. Mamãe não se preocupou nem um pouco com a minha dor, que na tentativa de externalização, acabei trancando dentro do peito. Foram muitos dias de pânico. Horas sem conseguir dormir olhando para as janelas.

Até que o tempo disse que era para relaxar.

E assim foi. Relaxei.

Até acordar de uma hora para outra no quarto dele. O homem despudorado e nojento. Fui sempre aconselhada a nunca resistir, mas resistência era a força necessária para tentar salvar minha vida e integridade. Resisti. Fui golpeada.

E agora as figuras embranquecidas e angelicais dão-me um sopro de vida.

Com a energia revitalizada, pego o pesado objeto e atiro de novo na direção do Conde, que está de costas e nem imagina que o seu fim irá chegar. 

250 contosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora