Capítulo 7 - Fael da Tribo da Floresta

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Os três não eram o único grupo de catadores no campo de batalha.

Até onde sua vista alcançava, Tetsuko podia ver vários grupos vasculhando o campo de batalha atrás de qualquer coisa de valor.

Então é assim que encontrarei meu próximo usuário... sendo vendida por catadores... catadores que ficam felizes com qualquer pedaço de metal que não esteja quebrado...

Tetsuko sentiu uma vontade repentina de rir.

Eu era exigente demais para quem vendia minhas armas no meu mundo e agora serei vendida como uma lataria qualquer!

Demorou um pouco para ela parar sua risada que não emitia som.

Acho que o destino é assim mesmo... e aqui vai o meu, pensou enquanto os catadores se aproximavam dela.

Então o trio finalmente chegou onde Tetsuko estava.

— Ei, olha só... — disse o garoto empurrando o carrinho, apontando para Fael. — Não é o traidor?

A mulher olhou para onde ele apontava. Então fez uma carranca.

— Ele parece... tão jovem — disse a garota, caminhando até ele, inclinando-se para olhar seu rosto mais de perto. — E bonito... se não tivesse traído o reino e lutado contra os Habitantes da Areia, poderia estar vivo...

— Não tem como saber agora, tem? — disse o garoto, parando o carrinho e dando de ombros. — É uma pergunta pra profeta responder. Só sei que ele causou muitas mortes...

— É... foi tudo por causa dele — disse a mulher, olhando para Fael com uma expressão estranha.

Então, de repente, ela o chutou para o lado. E de novo, e de novo.

Enquanto chutava o cadáver, seu rosto se contorcia com mais raiva, seus chutes ficando mais pesados também.

A cada chute, a cabeça dele balançava molemente.

A cada chute, Tetsuko sentia a raiva ardendo dentro de si.

— É por causa dele que o Reino deu a louca... por causa dele que os soldados saíram da cidade... por causa dele que a mamãe foi morta naquele beco... por causa dele, perdemos tudo... é tudo culpa dele! — gritou ela, sem jamais parar o pé.

Os outros olharam na direção dela, mas ninguém disse nada.

Tetsuko sentiu a energia dentro dela arder sem controle.

Então ela concentrou aquela energia na mulher.

Pare, pensou, transformando a energia dentro de si em algo frio. Não importa o quanto o culpe, não insulte os mortos. Não insulte Fael da Tribo da Floresta, meu usuário.

A mulher finalmente parou de chutar o morto.

Arfando e suando, ela tirou o cabelo da frente do rosto.

Então seus olhos caíram sobre a espada que Fael se recusava a largar.

A mulher encarou Tetsuko por muito tempo, sem se mover.

— Ei... dá uma olhada na espada — disse ela quando notou Tetsuko.

— Como um macaco desses arrumou uma espadona dessas? — perguntou o garoto, estendendo a mão para pegá-la.

— Espera! — gritou a mulher. — Não toque nessa espada!

O garoto congelou e olhou para ela, aterrorizado.

— Por quê...?

A mulher mordeu os lábios enquanto os irmãos a encaravam.

Ignorando as crianças, ela empurrou a mão do garoto para o lado e se aproximou.

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