Antes que partissem, Fael chamou Lia para conversarem a sós.
— Tome cuidado, por favor — disse quando estavam sozinhos. — Se descobrir qualquer coisa, sopre o chifre. Irei imediatamente.
— Você também — disse ela, unindo suas mãos às dele, gentilmente acariciando-as. — Por favor, cuide-se.
Fael mostrou um sorriso triste e uniu as duas testas.
— Espero que ninguém encontre nada — sussurrou ele para ela.
— Não é só você.
— Eu planejava pedir pra um com você quando eu vencesse a Caçada — disse ele, tentando conter as lágrimas.
— E se eu vencesse?
— Então eu esperaria que você me pedisse — disse, sorrindo.
— Sendo assim, já está decidido, vamos nos tornar um quando isso acabar. — Lia riu.
— É uma promessa.
Os narizes dos dois se tocaram, um sinal de amor, antes de se unirem a seus respectivos grupos.
Por favor, que não seja nada demais, rezou ele para seus ancestrais, apertando a lança que já pertenceu a seu pai.
Mas sua prece foi em vão.
Eles encontraram os Habitantes da Areia próximos ao rio que atravessava a Floresta.
Não pode ser... Ninguém no grupo teve qualquer reação enquanto observaram os invasores.
Tantos... eles planejam invadir o Reino novamente, Fael percebeu logo, as memórias voltando à sua mente.
Sua respiração ficou rápida e fraca. Ele sentiu uma dormência gelada assolar seu corpo. Isso não pode estar acontecendo de novo... não, por favor...
— Fael... — sussurrou uma de seus amigas.
Mas ele não demonstrou reação. A mulher balançou o jovem.
— Fael — disse ela, com a voz mais firme. — O que faremos agora?
— Precisamos... precisamos... saber... quantos são... — Fael conseguiu dizer com a voz rouca, sem tirar os olhos dos Habitantes da Areia.
Sem dizer nada, eles assentiram e foram para direções diferentes.
Fael ficou parado onde estava, observando o grande número de forasteiros andarem em uma formação fechada.
Ainda que eles sejam fortes e mortais na areia, a quantidade não deveria fazer tanta diferença na Floresta... Mas se queimarem tudo como da última vez...
O tempo passou lentamente enquanto ele esperava pelos números.
Mas, quando seus amigos retornaram, ele não pôde acreditar nas notícias que trouxeram.
— Não pode ser — disse Fael, com a voz grave, e ombros caindo.
— Ainda que não sejam tantos quanto antes, não podemos lutar.
— Seremos todos mortos desta vez.
— O que faremos, Fael?
— Nada... Não vamos fazer nada — disse, ainda sem tirar os olhos do grupo.
Até daquela distância, ele reconheceu as máscaras de pano que eles usavam. É a mesma coisa... ainda após dez anos...
— O quê? Não podemos fazer nada! Não quando estão invadindo nossas terras de novo — disse a mulher numa voz baixa.
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Re;Blade
FantasyTetsuko era uma ferreira. Desde que se lembrava, sua vida era em volta das espadas. E quando ela morreu, se tornou uma