— Ashley, você não vem? 

     Parei minha atenção na irmã caçula que tinha lágrimas não derramadas nos olhos e parecia interessada nas pessoas circulando pelo aeroporto. Amélie me fitou satisfeita.

     — Tô enjoada. Boa viagem.
     — Você não está grávida, não, né?

      Me virei para Amélie e a fuzilei com o olhar que aparentemente não havia entendido o motivo de eu estar tão irritado com sua implicância para com a irmã.

      — Claro que não, meu namorado e eu nos protegemos.

       Isso é mentira. A não ser que ela esteja transando com outro. Essa constatação me deixou aceso de raiva. A fitei que não desviava os olhares dos meus.

     — Ótimo, menos um problema — Amélie continuava tagarelando. Ela sabia ser chata 99% do dia — Fala para o seu namorado conhecer logo nossos pais, quem sabe eles dão uma tranquilizada.

     Olhei para cima visivelmente incomodado. Esse assunto não tinha fim.

     — Amelie, não sou você, a filha prerfeita. Sou maior agora e não tenho que dar satisfação a ninguém.

    Amélie bufou de raiva ao meu lado. Sei que não gosta da irmã. Se tivesse uma arma, já a teria matado. Tudo isso por causa de Josh.

     — Tá bom, Ashley, preciso ir, se cuida e juízo.
     Amelie saiu arrastando a mala de carrinho com toda raiva que emanava nela e eu entrei no carro, no banco de trás. Eu não podia permitir que Ashley pensasse coisas a meu respeito sobre qualquer coisa que ela não entendesse.

    — Não demoro, por favor, me espere, precisamos conversar.

     Ela limpou o rosto e evitava meu olhar. Aquilo me incomodou. Ela estava sofrendo como eu queria antes, mas e agora? Dói tanto vê-la assim e tudo que eu quero é confortá-la.

     — Vou pegar um táxi, foi uma péssima ideia ter vindo.
    — Não, não foi. Você não vai se arrepender e essa irritação irá passar — Dei um beijo demorado e molhado nela — Me espera?

     Ela assentiu sorrindo e fui me encontrar com minha falsa esposa que me aguardava irritada com as mãos nos quadris.

     — Da próxima vez tenta disfarçar o que sente por ela, porque qualquer um pode ver que está perdidamente apaixonado.

      — Qual é o problema, Amélie? Ela está grávida. Naquela linda barriguinha tem um filho meu e ela nem sabe ainda. Se ela não tivesse que ir para a universidade, eu ficaria enroscado no corpo dela todo o maldito dia.

      — Então vai desistir da nossa vingança?

      — Nossa? — Arqueei as sobrancelhas.

      — Você entendeu. Engravidar a sua queridinha é a primeira fase. Vai desistir? De repente ficou paternal?

      — Eu... — Meus pensamentos sumiram e tudo se resumia a ela — Eu a amo, Amélie — Confessei em voz alta — Apesar de eu não saber o que significa esse sentimento e muito menos não sei o que fazer com ele.

       — Amor não machuca, não fere, Matthew. Se você a amasse, não seguiria em frente. Simples.

       — Então é isso?

       Ela revirou os olhos e limpou algumas lágrimas.

       — Você não tem que trabalhar, sabe, checar suas prostitutas?

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