Adormeci pensando nas últimas semanas e nas loucuras que fiz. Minha vida sempre fora repleta de estudos. Meus pais eram obcecados pelos meus ensinamentos, então, com isso, pagavam as melhores escolas, melhores cursos e professores particulares que eu mal tinha tempo para os meus amigos e só restaram os verdadeiros. Agora eles não podiam mais me obrigar a fazer o que queriam. Eu era dona do meu próprio nariz e ninguém mais. Sinto falta de Matthew, porém estou aprendendo a ficar sem ele, é extremamente difícil, pois ainda me arrepio toda bendita vez que me lembro dele, dos seus toques, beijos e voz. Aquela voz me fazia ficar em puro êxtase. 

    Horas depois desembarcamos no aeroporto de Montreal. Me despedi dos meus amigos e respirei fundo quando o táxi que dividimos me deixou no belo casarão que foi meu lar por 18 anos. 

     — Quer que eu fique por aqui e chute a bunda deles? — Mark perguntou sério com a porta do carro aberta. Ele nunca gostou dos meus pais e também nunca escondeu. Ele é muito transparente. Amo meu irmão de outros pais.

       — Ficarei feliz se me ajudar com as malas.

      Prontamente eles as tirou do porta-malas e pôs para dentro onde o mordomo as pegou. Abracei Jesse e acenei para os outros. Sorriu para meu amigo antes de cair em seu abraço de urso.

        — Cuide dela.

        Ele piscou para Jesse e sorriu pra mim com seus lindos dentes brancos.

       — Você sempre soube e não me contou.

       — Sou fiel aos meus amigos, mas então uma hora eu teria que bater em você.

      — Eu ia apreciar que alguém me fizesse enxergar além de mim mesmo.

       — Ótimo. Mas eu ainda vou te bater se ela correr pra mim chorando. Não a magoe. Sei esconder muito bem um cadáver.

        — Engraçadinha.

        Jesse ficou ao meu lado e pôs as mãos na cintura assim como eu e os encaramos séria.

         — Se livra dessa, Mark — Jeff falou rindo alto dentro do veículo.

         — Cala a boca, idiota — Seu olhar era mais de Jesse do que meu e ele a puxou pra si e a beijou — Eu irei cuidar. Tenho ela agora, pra sempre.

       — Vocês são os melhores. Amo vocês.

       Mal entrei e fui bombardeada por uma chuva de pessoas andando por todos os lados, indo e vindo na direção do jardim e acabei lembrando que hoje era o casamento da minha irmã mais velha Amélie. Como fui esquecer? Finalmente ela achou alguém que a ature. Subi para o quarto de maquiagem. É o fim do mundo, mas temos isso em casa. Capricho da minha querida irmãzinha que não sabe passar algumas horas sem tantos rebocos na cara. Ela estava sentada fazendo limpeza de pele. Sentei na cadeira vaga ao lado. O espelho é amplo que dá mais ou menos umas 4 pessoas. Amélie e eu não somos amigas. Ela deixou claro quando éramos crianças e tentou me assassinar jogando copos e facas em minha direção depois que em uma noite pediu para nosso pai ler uma história. Era seu aniversário e ele não tinha lembrado. Ele nunca lembrava quando se tratava dela. Ele se recusou e a mandou crescer. Ela só tinha 10 anos. Aquilo foi cruel. Ao invés disso, ele me pegou no colo e leu uma história pra mim na minha cama. Nunca mais esqueci do olhar de mágoa dela parada a minha porta ouvindo e observando. Deitou em sua cama em seguida e chorou a noite toda. No dia seguinte, tentei fazer algo para alegrá-la que reagiu com ódio. Nossa mãe a deteve e ligou para nosso pai quando implorei que não fizesse. Amélie apanhou, ficou de castigo e ainda foi comparada a mim. Aquilo me doeu. Por que ele tinha que ser daquele jeito horrível com ela? Ela é filha dele também.

AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE PAIXÃO POSSESSIVA - LIVRO 4 - FAMÍLIA WINSORWhere stories live. Discover now