Chasing Cars

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Nós faremos tudo isto sozinhos
Nós não precisamos de nada ou de ninguém

Se eu deitasse aqui, se eu apenas deitasse aqui
Você deitaria comigo
E esqueceria do mundo?

Eu não sei bem como dizer como me sinto
Aquelas três palavras são ditas demais
Elas não são o suficiente

Se eu deitasse aqui, se eu apenas me deitasse aqui
Você deitaria comigo
E apenas esqueceria do mundo?
Esqueça o que foi dito
Antes de virarmos velhos
Mostre-me um jardim
Que esteja ganhando vida

Vamos perder o tempo perseguindo carros
Em volta de nossas cabeças
Eu preciso de sua graça
Para me lembrar, para me encontrar

Minha mente estava repetindo todas as coisas que me trouxeram até aqui. Eu me recordei de tudo. Comecei a lembrar das minhas escolhas, das minhas descobertas e de quando decidi ser eu. Realmente fui mais feliz a partir do momento em que parei de pensar no que as pessoas pensariam de mim e foquei em como me sentia. Eu nunca me arrependi de ser como sou. Ser gay não é algo que me foi dado como uma opção, só me descobri assim. Jamais me arrependeria das escolhas que fiz para ser quem sou. Eu não poderia.

Me recordava de Camila, de como a conheci. De como ela me encantou e me amou. Camila me amou e eu amava Camila. Nós temos uma filha. Deus, eu sou feliz. Tinha uma filha incrível e adorável. Tinha uma mulher com um sorriso lindo, com olhos castanhos maravilhosos, minha latina.

- Lo... Amor... Por favor, deixe-me ver seus olhos... Deixe-me ver que está bem...

No mesmo instante a minha mente travou. Camila. Era Camila. Eu estava escutando nitidamente a sua voz, sua voz chorosa e triste. Meu coração acelerou. Tentei abrir a boca e responder ou ainda abrir meus olhos e dizer que estava bem. "Estou bem, Camz."

- Não ouse a me deixar Lauren...

Céus eu não... Eu jamais deixaria você. Eu... Por Deus por que diabos a deixaria? Não é como se fosse uma escolha. Eu amava a Camila. Não poderia e não conseguiria desistir dela ainda mais depois de tudo o que passamos. Droga! O que diabos estava acontecendo? Pisquei diversas vezes meus olhos tentabdi abri-los, até que praguejei baixinho ao conseguir, me via diante de um enorme campo florido. O primeiro pensamento era estava num dos lugares mais lindos do mundo. A segunda era que estava me odiando por não ter trago a minha máquina, me renderia fotos tão incríveis.

Respirei fundo e o cheiro delas me atingiu. Era maravilhoso. Poderia passar o resto dos meus dias aqui. Observei uma linda borboleta passar por mim e começar a voar pelo campo, mais do que depressa comecei a ir atrás. Estava sorrindo, amava a natureza. Foi então que a voz de Camila me deteve.

- Lauren... não me deixe.

O que ela queria dizer com não me deixe? Já não estava bem claro que não faria isso? Foi então que escutei um soluço. Choro. Camila estava chorando, rapidamente o pânico me tomou.

- Eu não deveria ter deixado você sair daqui, sabia... Sabia que faria algo... Eu senti... Eu vi em seus olhos... Eu... - ela estava chorando.

Puta merda! Por que diabos ela estava se culpando por algo que nem tinha culpa? A culpa era do meu pai. Ele era o único culpado de toda merda. Ele era o homofóbico, o prepotente e o homem que prezava a sua maldita imagem acima de tudo. Foi então que me recordei da minha briga. Eu não tinha saído de lá. Eu não tinha ido para o meu apartamento como imaginei eu... Escutei o barulho de tiro.

The other side of the doorWhere stories live. Discover now