She

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Ela
Pode ser a bela ou a fera.
Pode ser a fome ou o banquete.
Pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno.
Ela pode ser o espelho dos meus sonhos.
Um sorriso refletido em um riacho
Ela pode não ser o que ela pode parecer
Dentro da sua casca

Ela
Pode ser a razão pela qual sobrevivo
O porquê e o motivo de eu estar vivo
A única que eu vou cuidar prontamente ao longo dos anos durante as adversidades.
Eu vou pegar as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas as minhas lembranças
Para onde ela for, eu tenho que estar
O sentido da minha vida é
Ela, ela, ela

O tempo foi cruel. Muito cruel. Camila estava em coma há três meses.

Três meses.

Foram três meses tendo que confortar Lana, que acordava de madrugada chorando com saudades da mama dela. Ou então, quando ela ficava triste do nada e fazia birra somente por saudades de Camila. Ela chorava por um tempo em meus braços e eu a ninava até que ela dormia. Eu estava praticamente implorando pela vida de Camila. Não só por mim, mas por Lana. Céus como a pequena sentia falta de sua mama Camz.

Ontem a noite tinha sido uma noite longa e de pesadelos, mas o que diferiu das outras noites foi que esta era a quinta noite seguida de pesadelos e somente ontem ela revelou o que era exatamente eles: o acidente. Foi por isso que eu e as meninas decidimos que Lana precisava de ajuda especializada. A partir daí, ela passou a ter um acompanhamento psicológico. Eu conseguido uma médica com ótimas recomendações. Na primeira consulta eu quem levei Lana e após a mesma eu a deixei com Ally. Eu mal tinha dormido durante as noites passadas.

Assim que a deixei com Ally eu senti a necessidade de ver Camila. Por causa dos pesadelos de Lana eu não tinha a visto muito durante a semana. Então, segui diretamente para o hospital. Assim que entrei no quarto o mesmo estava como sempre. Assim que vi Camila meu coração se agitou. Qualquer um que olhasse sua expressão serena poderia dizer que a mesma apenas dormia tranquilamente e que iria acordara qualquer momento. Eu me aproximei e segurei sua mão. Depositei um beijo longo em sua testa e me sentei a seu lado ainda com sua mão na minha.

- Ei, Camz! Como está se sentindo hoje? – sorri e fiz um carinho em sua mão. – Eu preciso confessar que você tem se saído uma preguiçosa de primeira, Camila. Por Deus, eu sei que ama dormir, mas precisa acordar e voltar para nós amor. – suspirei. - Camz, o doutor Mendes disse que faz uma semana que você está sem os sedativos. - a olhei com pesar. - Uma semana, amor. Você estava indo bem com tratamento e sua lesão na cabeça está praticamente curada. Sem qualquer hemorragia. Você já deveria ter acordado, Camz... Lana... - senti meu coração apertar. - Nossa filha. Ela precisa tanto de você. Ela teve mais pesadelos. Sim, mais uma vez. Ela chamou você. Eu não sei mais o que fazer. - disse meio agitida. - Dói tanto a ver sofrendo, Camz. Nós precisamos de você. – beijei sua mão. – Lana disse que estava brava com você quando estava a levando a terapia. Falou que você só quer dormir. - ri. - Que é uma preguiçosa, pois só quer dormir e não quer vê-la. Eu sei... É engraçado. - olhei seu angelical e sereno rosto. - Eu sinto falta dos seus olhos olhando profudsmente os meus, Camila. Você não tem noção do quanto eu sinto sua falta. Estou sentido falta de suas manhas e de suas diversas maneiras de conseguir arrancar as coisas de mim. Amor. – levantei e beijei a testa dela. – Eu preciso ir... Eu volto amanhã. Eu te amo, Camz. – estava indo para soltar sua mão, quando senti um leve aperto. Foi tão sutil que quase não acreditei. Foi então que olhei para as nossas mãos e vi que ela segurava levemente a minha. – Camila? – passei a mão livre pelo seu rosto. Ela não se mexeu. Estendi a mão e apertei o botão. Dois segundos depois e a porta foi aberta e observei uma enfermeira e o doutor Mendes entrarem correndo. –

The other side of the doorWhere stories live. Discover now