Warrior

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Agora sou uma guerreira
Agora tenho uma pele mais espessa
Sou uma guerreira
Estou mais forte do que jamais fui
E minha armadura é feita de aço, você não pode entrar nela
Sou uma guerreira
E você nunca poderá me machucar novamente

Fora das cinzas, eu estou queimando como o fogo
Pode guardar suas desculpas, você não é nada além de um mentiroso
Eu tenho vergonha, tenho cicatrizes
Que eu nunca mostrarei
Eu sou uma sobrevivente
De mais formas do que você imagina

Porque toda a dor e verdade
Eu visto uma armadura de batalha
Tão envergonhada, tão confusa, eu não estou quebrada ou ferida

Porque agora sou uma guerreira
Agora tenho uma pele mais espessa
Sou uma guerreira
Estou mais forte do que jamais fui
E minha armadura é feita de aço, você não pode entrar nela
Sou uma guerreira
E você nunca poderá me machucar novamente

Eu não sabia descrever exatamente qual a sensação de entrar em um quarto de hospital e ver a minha filha, uma linda e adorável menina de cinco anos, em uma maca enquanto recebe auxílio de aparelhos para monitorá-la ou para ajudar a fazer as coisas que ela faria sozinha, mas por está debilitada ela não consegue.

Camila estava chorando enquanto olhava, mas eu não conseguia chorar. Não conseguia colocar para fora. Eu só apertava a mão dela enquanto via a minha filha ali. E só pensava em “por que”. Por que fazer mal a uma criança? Por que fazer mal a uma criança como Lana? Por que diabos fazer algo a minha filha só para me atingir? Se o problema era comigo, então que fizessem mal a mim. Não a ela. Ela não tinha culpa de nada. Ela... Ela era apenas uma criança!

Puxei Camila e fui me aproximando da maca. Ela estava com uma máscara e quase não dava para ver seu lindo rostinho. Seus olhos estavam fechados e seus cabelos soltos. Eu odiava vê-la ali. Eu odiava saber que ela estava ali por algo que nem era culpa dela eu só...

- Ela segurou a minha mão. – Camila falou. Olhei para as mãos das duas unidas. Ela segurava a mão da mama. – Ei amor... É a mama... Está tudo bem... – A voz suave de Camila falava bem pertinho do ouvido da nossa filha. – A mama e a mommy estão aqui, querida... Vai ficar tudo bem...

- Mama... – foi um sussurro bem baixinho. Eu ainda assim sorri, ela começou a piscar seus olhinhos.

Quando finalmente me encarou com seus olhos verdes e brilhantes, me permitir deixar umas lágrimas escaparem, ela me olhou e depois olhou Camila. Então ergueu a mão e a levaria para o rosto, mas Camila a impediu.

- Não. Você precisa ficar com isso, ok? - pediu.

- Mama... – sua voz era de choro e seus olhinhos se encheram de lágrimas.

- Está sentindo dor? – Camila perguntou preocupada.

- Casa. – ela falou.

- O que tem isso amor? - perguntei.

- Mommy... Quero... ir... Embora... – disse me olhando em súplica. Então entendi e lembrei do medo dela.

- Está tudo bem, minha princesa... – me aproximei e segurei sua mão. Beijei. – Você só passou mal, por isso precisou vir pra cá, mas agora está bem.

- Estou com medo, mommy. - disse com voz chorosa.

- Não há porque amor. A mama e a mommy estão aqui, não vamos deixar você. - prometi.

The other side of the doorWhere stories live. Discover now