Who You Love

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Você ama quem você ama?
Quem você ama?
Você ama quem você ama?
Quem você ama?

Minha menina, ela não é a única que vi chegando
E às vezes eu não sei para onde ir
E eu tentei correr antes
Mas eu não estou correndo mais
Porque eu lutei o suficiente contra isso para saber

Que você ama quem você ama
Quem você ama?
Você ama quem você ama?
Quem você ama?
Você ama quem você ama?
Quem você ama?
Oh, você não pode se impedir de sonhar
Com quem você está sonhando
Se esse é quem você ama, então é quem você ama

Eu estava com os nervos à flor da pele. Estava numa irritação e falta de paciência que evitava ficar na companhia de qualquer pessoa, nem estava me aguentando. Se pudesse eu mesma me deixaria. Pense num ser insuportável, eu. Tudo isso graças a dois motivos: o garoto do Stuart Little, pessoa que eu era obrigada a ouvir sobre, toda vez que a minha filha chegava do colégio. O pior era fingir que o assunto me agradava, pois ela falava do nerd tão empolgada que me sentia obrigada a fingir que estava ok com isso. O outro motivo era Camila. Ela, além de concordar e apoiar a pouca vergonha autorizando a minha filha a passar o fim de semana na casa daquele moleque, ainda tinha a ousadia de me provocar até chegar ao meu limite, quando eu perdia o controle ela simplesmente parava, ou então alguém nos interrompia. Alguém, leia-se Dinah Jane, que ficava gritando que não devíamos fazer a casa dela de motel. Tudo porque Camila tinha se recusado a voltar a morar comigo no apartamento.

- Talvez seja porque ela percebeu que morar com você é uma merda. – olhei para o ser pálido a minha frente. – Que? Você é insuportável. Eu precisei te aturar por um bom tempo. Foi quase tortura. Você é folgada e...

- Cala a boca. – suspirei irritada.

Escutei a risada da Li e fiquei com mais raiva. Ela tinha justamente que chegar a Miami agora que estava assim? Ela conseguiu pegar uns dias de folga no trabalho por agora, trabalhava em Londres, era médica responsável pela necrópsia de um dos maiores hospitais de lá.

- Eu estou bem animada por estar aqui. Finalmente vou poder conhecer a todos. - sorriu.

- Nem tão cedo. - suspirei irritada. - Ontem acabei discutindo com Dinah, estou proibida de entrar na casa dela, até segunda ordem. - revirei os olhos.

- O que você fez dessa vez?

- Eu só dei o troco. - disse inocente.

- Troco de que?

- Ela vivia empatando a minha foda. – dei ombros. – Ontem eu retribui.

- Você é o pior tipo de ser humano.

- Eu sei. – sorri.

- O que você fez?

- Bati na porta dela e avisei que tinha umas pessoas lá embaixo que insistiam em falar com a dona da casa. Ela tentou de todas as formas se esquivar. - ri lembrando. - Até falou para eu me virar e mandar todos embora, mas insisti até que ela saiu do quarto puta da vida. Desceu e subiu feito o diabo, pois não encontrou ninguém. Camila teve que me esconder no quarto, pois se ela me visse iria me matar.

- Vocês transbordam maturidade, impressionante. - riu.

- Eu só estava de saco cheio.

- Falta de sexo. - debochou. - Eu pensei que fosse chegar e pegar você transbordando bom humor. Já estava me preparando psicologicamente para ter que te aturar melosa e insuportável. Fico feliz em poder lidar com você assim.

The other side of the doorOnde histórias criam vida. Descubra agora