The other side of the door

I'll Fight

Se você um dia cair direto para o fundo
E não conseguir voltar para onde você começou
Sem força para resistir
Eu vou alcançar sua mão
Quando a situação ficar difícil
Bem quando estiver doendo
Eu estarei lá para aliviar seu fardo
Em qualquer lugar, a qualquer hora
Você tem que saber que por você eu vou lutar

Os dias se seguiram e eu tinha novamente criado uma rotina: revezava as noites entre dormir com Camz e com Lana. Nesse meio tempo, eu e minha filha estávamos cada vez mais unidas e quando eu a contava de Camila seus olhinhos brilhavam e tudo o que fazíamos ela dizia que deveríamos trazer a mama Camz aqui; então eu prometia que íriamos trazer e recebia o seu abraço comemorativo, era fantástico.

Quando eu não dormia no hospital com Camila, sempre conseguia chegar a tempo pela manhã para tomar café com ela. O clima entre nós era realmente pacífico. Ela por vezes se mostrava indignada por ser casada comigo, enquanto outras ela apenas ria das coisas que eu lhe contava. Às vezes, nós assistíamos filmes juntas e me divertia horrores quando ela chorava em algum filme de romance idiota e a mesma me batia, ela ficava emburrada me fazendo rir mais ainda do seu bico, que a propósito era completamente beijável. Por vezes, me pegava olhando seus lábios desejosos e quando via Camila desfazê-lo e desviar o olhar, notava suas bochechas vermelhas, pois eu sabia que ela tinha percebido a minha vontade, nessa hora eu ria e simplesmente me afastava.

Doutor Mendes se mostrava completamente otimista com o fato de que cedo ou tarde Camila deixaria o hospital. Ela estava se recuperando muito bem e estava até mesmo irritada com o fato de ter que ficar em um hospital, ela odeia hospitais. Sua perda de memória era uma incógnita. Ele tinha realizado todos os exames possíveis e nenhuma alteração foi encontrada, aparentemente Camila estava sofrendo um bloqueio de sua mente e isso a impedia de se recordar de algumas coisas. Ela estava saudável e praticamente recuperada do seu grave acidente. Para ajudar com o bloqueio ela estava fazendo terapia e segundo sua doutora, ela está pronta para voltar a sua rotina, pois isso poderia ajudá-la a se recordar das coisas. Ela faria exames periódicos assim que fosse pra casa e tomaria alguns remédios para dores de cabeça, cada vez mais raras, e outros para algumas dores musculares.

Em uma manhã, duas semanas após ela ter despertado do coma, eu tinha acordado já com algumas metas para o dia. Logo ela receberia alta e acho que estava na hora dela começar a saber de algumas coisas, Lana, por exemplo. A pequena e eu tínhamos tido uma noite agitada, não por causa dos pesadelos, que eram raros agora, mas pelo fato de que ontem a noite foi o dia free. Uma espécie de dia na semana que criei para não termos hora para dormir e comer doces e besteiras a noite inteira. Então, imagina uma criança agitada. Agora imagine que esta mesma criança agitada coma doces. Resultado: ela dormiu quando o dia estava quase amanhecendo. Tínhamos rodado todo meu apartamento correndo e nos escondendo uma da outra e brincando. Só paramos de madrugada para assistir filme e no terceiro ela acabou dormindo no começo. Fato é que pela manhã foi uma luta imensa conseguir fazê-la acordar para que Ally pudesse a pegar, ela iria à praia com Bryan e Troy. Depois do imenso charme e bico, ela enfim acordou e depois de arrumá-la, esperamos Ally e deixei o apartamento.

Estava indo para o hospital quando passei em frente a uma loja e parei. Eu tinha tido a ideia de reconquistar Camila. Queria mostrar a ela os motivos que a levaram a se casar comigo. Tinha resolvido que a conquistaria da maneira certa agora, sem erros. Assim, eu comprei dois presentes e animada segui meu caminho para o hospital. Passaria a manhã de sábado com ela, mesmo desejando minha cama para dormir muito, mas ela precisava saber de Lana. Eu precisava dar a ela tempo para ela se acostumar que tem uma filha de três anos. Quando cheguei ao hospital segui para seu quarto. Quando entrei a mesma estava saindo do banheiro.