The other side of the door

End Of The Day

Tudo o que sei no fim do dia é que você quer que você quer e você diz o que você diz
E você vai seguir seu coração mesmo quando ele for quebrar
Às vezes
Tudo o que sei no final do dia é amar quem você ama
Não há nenhuma outra maneira
Se há algo que eu aprendi a partir de um milhão de erros
Você é a única que eu quero no final do dia

Peguei meu carro e fiquei dirigindo em alta velocidade por horas, tentando não pensar em nada. Eu queria manter tudo longe. Depois de um tempo tomando muitas multas, enfim me vi estacionando em frente a empresa que pertencia a minha família. Entrei e logo as pessoas me olhavam, afinal eu não pisava ali faziam anos. Segui direto para o andar que Chris ocupava. Chegando lá, nem esperei ser anunciada e fui logo entrando.

- Ei... - ia levantando, mas parou quando me viu. - Que merda, Lauren! Isso aqui não é bagunça. - tentou impor meu irmão.

- Oi para você também, irmãozinho. – falei irônica e segui até a estante que ele tinha ali. Achei a garrafa de uísque e me servi um pouco. Eu sabia que Chris me olhava sem entender. Sentei a sua frente e tomei um gole.

- Quer me contar o motivo da sua aparição repentina? - perguntou me analisando.

- Saudades. – dei ombros.

- Está na cidade há alguns meses e só sentiu saudades agora? - debochou.

- Estava resolvendo umas coisas. - dei ombro e tomei outro gole do uísque.

- Que tipo de coisa? - perguntou se ajeitando na cadeira.

- Nada demais Chris. - respondi sem vontade.

- Isso tem haver com Camila, certo? - deduziu.

- Estamos juntas novamente. - anunciei.

- Eu sabia. E deixa-me adivinhar... Brigaram? - sorriu irônico.

- Na verdade não. Camila não sabe que nos separamos há algum tempo. – ele me olhou sem entender. – ela sofreu um acidente. Estava em coma e acordou há algumas semanas.

- Mas que merda, Lauren! Você passou por tudo isso e nem ao menos se lembrou que podia contar comigo? – esbravejou irritado.

- Eu estava ocupada conhecendo a minha filha, Chris. - joguei.

- Filha? – disse levantando da cadeira num salto. – Está me zoando, né?

- Lana é o nome dela. - falei calma.

- Mas que diabos, Lauren! Você vai me contar tudo o que está acontecendo! - suspirou irritado. - Bem que Taylor avisou que tinha algo muito grande na sua volta para Miami! Desembucha!

Comecei a contar a ele, mas só o fiz porque senti que naquele momento precisava me distrair e conversar com meu irmão me pareceu o certo. Eu, ele e Taylor éramos unidos. Mas eu não podia simplesmente despejar minhas coisas em cima de Taylor, ela estava curtindo o nascimento da filha. Chris me ouvia atentamente e eu apenas lhe contava tudo com detalhes. Quando terminei ele ficou em silêncio por um tempo.

- Por que está tão agitada, Laur? – Chris perguntou depois de um tempo.

- Eu pensei que seria fácil, mas lidar com Camila e com as lembranças... Elas... Elas acabam comigo. E aquele apartamento, aquele droga de cama! - rosnei.

- Você jamais seguirá em frente se não a perdoar, Lauren. - disse calmamente.

- Eu já a perdoei.

- Perdoar de verdade, Lauren. Precisa fazer isso de coração e só assim essas lembranças não irão mais te afetar como fazem agora. - disse.

- Como se fosse fácil, Chris. - suspirei.