Capítulo 14

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Kihyun, por sorte, tinha o número intocável de Minhyuk em seu celular. Eram quase onze da noite quando ele tomou coragem para ligar. Minhyuk demorou um certo tempo para atender e isso o fez querer desligar e fingir que nada tinha acontecido, mas mais cartas estavam em jogo naquele momento. Ele não podia fazer isso.

Alô? — A voz de Minhyuk soou sonolenta do outro lado.

— M-Minhyuk! — Kihyun limpou a garganta, e logo prosseguiu. — Aqui é o Kihyun. Yoo Kihyun. Desculpe ligar essa hora, é que...

Aconteceu algo com o Chang?

— Aconteceu. Aconteceu sim, é... seu irmão está no hospital, ele passou mal e agora está aqui. Vai passar a noite. Eles querem algum responsável para assinar os papéis... pois vão... interná-lo. — Kihyun sentia sua boca amargar a cada palavra. Minhyuk, do outro lado da linha, desesperou-se.

M-Meu Deus! Eu vou avisar os meus pais, eles vão aí agora, eles- meu Deus, Kihyun, é grave? Ele está bem?

— Não, não... ele está bem sim, é difícil explicar a situação toda por telefone e eu acho que seria melhor a médica fazer isso, de qualquer forma. Diga aos seus pais virem pela manhã cedo, agora não tem necessidade... eu e os meninos devemos ficar a noite aqui.

Meus pais vão ir aí assim que souberem. Obrigado por tomarem conta dele, viu? — Minhyuk então desligou sem dizer mais nada.

Kihyun mal percebeu como tinha segurado a respiração até o momento em que desligou o telefone. Com os pés pesados, ele se dirigiu a Jooheon e entregou seu celular a ele, pedindo que se caso Minhyuk voltasse a ligar, ele atendesse. Logo depois, dirigiu-se até a ala de visitantes e entrou no quarto de Changkyun quando lhe foi concedida permissão.

Ele entrou silenciosamente pois temia acordar Changkyun, que dormia serenamente. Não aparentava ter nada de errado. Uma bolsa de soro estava ligada em seu braço e um monitor bipava ao som de seu coração preguiçoso e usado. Kihyun quis chorar.

— Eu queria que você tivesse mantido sua promessa de me deixar em paz. — Kihyun riu, triste, enquanto fazia carinho nos cabelos de Changkyun com o toque tão leve quanto asas de uma borboleta. — Assim você talvez não estivesse aqui agora. — Ele desceu a mão até o rosto, fazendo carinho nas bochechas dele. Um soluço involuntário o fez perceber que estava chorando. — Eu espero que você possa me perdoar por isso. Eu não tinha intenção. Eu fui egoísta, e idiota, e prepotente... — e então ele enfim entrelaçou seus dedos aos de Changkyun. — Eu estou apaixonado por você, mais do que eu pensava estar. Eu só... quero que fique bem.

— Eu também estou apaixonado por você.

POTION OF LOVEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora