Capítulo 10

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Eles encontraram um parque natural uma quadra depois, e decidiram render hora ali. Viram flores, conversaram sobre natureza e encontraram uma feira de artesanato. Kihyun comprou sabonetes artesanais para si e deu alguns para Changkyun também, como presente belo bom dia. Depois ele se pegou pensando: "estou mesmo presenteando ele?!". Algo não estava certo.

Perto das 19h, Kihyun se arrependeu de ter saído de bermuda, pois estava começando a esfriar.

— Está com frio? — Changkyun perguntou, olhando para o de cabelos rosas ao seu lado, que assentiu. — Quer voltar?

— Pior que não. — Kihyun admitiu. — Não quero estragar o dia por ser friorento. Acho que aguento.

— Você não vai estra- — um trovão soou bem no meio da fala de Changkyun. Ambos olharam para o céu que se fechava acima de suas cabeças, com nuvens escuras e densas e acumuladas com chuva. — Bom, de qualquer forma, eu acho que agora devemos nos apressar.

Eles apressaram o passo em direção oposta a onde estavam indo, para saírem do parque. Teriam de correr três quadras se quisessem chegar antes da chuva arriar, pois nenhum dos dois tinham um guarda chuva em mãos no momento. Obviamente eles não poderiam competir com fenômenos naturais, e chegando na primeira quadra, a chuva arriou de uma vez. Eles estavam ensopados quando decidiram que era melhor esperar em uma marquise do que pegar um resfriado.

Ofegantes, encostaram-se na parede, consideravelmente próximos e espremidos devido ao tamanho pequeno da marquise. Eles se olharam e começaram a rir. Changkyun já havia notado antes, mas agora ainda mais, que Kihyun tinha um sorriso largo e gengival e seus olhos se transformavam em dois riscos enquanto ria; a risada dele também conseguia ser sempre baixa, não importava o quê. Ali, apenas com a iluminação dos postes de luz e com todo o mundo despencando do céu, eles sentiam que eram os únicos sobrando. E quando suas risadas se cessaram e seus olhares se encontraram, Kihyun entendeu o que tanto disparava em seu corpo sempre que estavam perto.

O jeito que Changkyun o olhava não havia mudado mesmo depois da poção. Aquele olhar que tanto o irritava, o deixava louco de raiva e tão ardente que precisava sair de perto, era nada menos do que pura atração. Atração que tinham um pelo outro desde sempre. Kihyun poderia ter gostado de Minhyuk o quanto quisesse, mas jamais sentiu o que sentia quando encontrava com Changkyun. Ele era diferente.

Eu... — Kihyun engoliu a seco, o corpo de repente muito quente depois de cair na razão, mesmo estando ensopado de chuva gelada. — Obrigado... por hoje.

— Eu fico feliz que tenha me dado uma chance. — Changkyun sorriu com covinhas. — Infelizmente vou ter que te deixar em paz depois de hoje, não vou?

Vai mesmo? Kihyun lamentou mentalmente.

— Não vou te obrigar a cumprir isso.

— Fico feliz, então. — Changkyun se aproximou dele. Estavam perto demais. — Porque eu não ia.

Kihyun deu risada. Talvez ele fosse se arrepender disso depois, mas quando as mãos de Changkyun tocaram seu rosto e os lábios deles foram pressionados gentilmente um no outro, ele não conseguiu pensar em mais nada.

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