Dionísio parou o carro e esperou a poeira se assentar, depois desceu olhando para os lados e seguiu em direção ao rio. Afastou alguns galhos com as mãos e foi andando até chegar ao rio.
Sentou-se sobre um tronco de árvore e ficou batendo os pés no chão. Ouviu passos vindo em sua direção.
– Está um pouco atrasado, não acha? – indagou sem olhar para trás.
O homem raspou a garganta.
– É que não sabia direito o caminho. Mas estou aqui, não estou?
– Sim, está – disse virando-se para ele e olhando-o de cima a baixo. Dionísio abriu a boca rapidamente, como se estivesse fazendo um exercício teatral. – Bem, seu aspecto é de causar espanto até mesmo em mim, mas deixa pra lá, o que importa é o que tem que ser feito.
O homem tinha uma barba grande e com aspecto de suja. Era magro e alto. Vestia uma calça larga com bolsos nas laterais, e uma camisa de basquete.
– Hoje é o dia perfeito – continuou Dionísio enquanto digitava um número no celular. – Quando atenderem este telefone você vai dizer que o pastor Ruben sofreu um acidente de carro e morreu. Não dê muitas explicações e desliga o telefone rapidamente. Entendeu?
– Perfeitamente, senhor!
Dionísio olhou-o com desdém e lhe entregou o celular.
– Está chamando. Seja breve. Pede para falar com dona Sofia.
Ele fez como foi ordenado, porém começou a demorar desligar e Dionísio fez sinal para que ele encerrasse logo. Depois tomou o celular de suas mãos e o atirou no rio.
– Agora vá para a Praça do Girassol e espere. Alguém levará a garota até lá e te dará um sinal.
– Tudo bem. É aquela do girassol gigante?
– Claro. Aqui só tem uma praça. A maioria fala Praça da Matriz.
Dionísio estava saindo quando o homem segurou forte em seu braço.
– Eu não vou fazer o serviço sem um adiantamento.
– Está achando que não vou te pagar? – indagou repreendendo-o com o olhar. O homem soltou-o devagar e afastou-se.
– Pega aí – disse Dionísio jogando um bolo de notas no chão. – O resto será pago após o serviço.
O homem abaixou rapidamente e pegou o dinheiro e começou a contar.
* * *
Taiana apareceu na cozinha segurando a mão de Ester e de Dan.
– Vou levá-los pra minha casa. Eles estão muito assustados com essa situação.
Gilda hesitou um pouco, mas concordou.
– É bom mesmo. Aqui está tenso. Depois eu vou buscá-los.
– Não se preocupe querida. Eu os trarei depois, quando tudo se acalmar.
Gilda colocou uma mão no braço dela.
– Obrigada.
– De nada – respondeu Taiana com um ar de sorriso e saiu em seguida.
Ela se esquivou de algumas pessoas pelo caminho e saiu daquela casa o mais depressa que pode.
Ester olhou para trás quando pisaram na calçada.
– Mamãe está chorando.
– Ela está triste, mas vai passar logo, logo – disse Taiana segurando firme a mão da menina. Ela sabia que a tristeza não iria passar e que em pouco tempo a dor só aumentaria.
YOU ARE READING
A Luz e a Sombra
Mystery / ThrillerAntes vocês ouviram falar dele, talvez tenham escutado histórias de terror e muitos contos sobre o diabo, mas agora ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS e veio para ganhar as almas de Girassóis, esta cidade tão devotada e temente a Deus. Ele é tão astuto que vei...