Capítulo 21 - O dia do crime

15 2 2
                                    


Dionísio parou o carro e esperou a poeira se assentar, depois desceu olhando para os lados e seguiu em direção ao rio. Afastou alguns galhos com as mãos e foi andando até chegar ao rio.

Sentou-se sobre um tronco de árvore e ficou batendo os pés no chão. Ouviu passos vindo em sua direção.

– Está um pouco atrasado, não acha? – indagou sem olhar para trás.

O homem raspou a garganta.

– É que não sabia direito o caminho. Mas estou aqui, não estou?

– Sim, está – disse virando-se para ele e olhando-o de cima a baixo. Dionísio abriu a boca rapidamente, como se estivesse fazendo um exercício teatral. – Bem, seu aspecto é de causar espanto até mesmo em mim, mas deixa pra lá, o que importa é o que tem que ser feito.

O homem tinha uma barba grande e com aspecto de suja. Era magro e alto. Vestia uma calça larga com bolsos nas laterais, e uma camisa de basquete.

– Hoje é o dia perfeito – continuou Dionísio enquanto digitava um número no celular. – Quando atenderem este telefone você vai dizer que o pastor Ruben sofreu um acidente de carro e morreu. Não dê muitas explicações e desliga o telefone rapidamente. Entendeu?

– Perfeitamente, senhor!

Dionísio olhou-o com desdém e lhe entregou o celular.

– Está chamando. Seja breve. Pede para falar com dona Sofia.

Ele fez como foi ordenado, porém começou a demorar desligar e Dionísio fez sinal para que ele encerrasse logo. Depois tomou o celular de suas mãos e o atirou no rio.

– Agora vá para a Praça do Girassol e espere. Alguém levará a garota até lá e te dará um sinal.

– Tudo bem. É aquela do girassol gigante?

– Claro. Aqui só tem uma praça. A maioria fala Praça da Matriz.

Dionísio estava saindo quando o homem segurou forte em seu braço.

– Eu não vou fazer o serviço sem um adiantamento.

– Está achando que não vou te pagar? – indagou repreendendo-o com o olhar. O homem soltou-o devagar e afastou-se.

– Pega aí – disse Dionísio jogando um bolo de notas no chão. – O resto será pago após o serviço.

O homem abaixou rapidamente e pegou o dinheiro e começou a contar.

* * *

Taiana apareceu na cozinha segurando a mão de Ester e de Dan.

– Vou levá-los pra minha casa. Eles estão muito assustados com essa situação.

Gilda hesitou um pouco, mas concordou.

– É bom mesmo. Aqui está tenso. Depois eu vou buscá-los.

– Não se preocupe querida. Eu os trarei depois, quando tudo se acalmar.

Gilda colocou uma mão no braço dela.

– Obrigada.

– De nada – respondeu Taiana com um ar de sorriso e saiu em seguida.

Ela se esquivou de algumas pessoas pelo caminho e saiu daquela casa o mais depressa que pode.

Ester olhou para trás quando pisaram na calçada.

– Mamãe está chorando.

– Ela está triste, mas vai passar logo, logo – disse Taiana segurando firme a mão da menina. Ela sabia que a tristeza não iria passar e que em pouco tempo a dor só aumentaria.

A Luz e a SombraWhere stories live. Discover now