Capítulo 11 - A festa

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Sábado, 19:22.

– Mãe eu fico com vovô Lalau. Pode ir.

– Tem certeza que não quer ir minha filha?

Clotilde abaixou o volume da TV.

– Tenho sim. Não gosto mesmo de sair.

– Na verdade nem eu queria ir a esta festa, mas padre Afonso insistiu tanto.

Juliano aproximou-se delas.

– Estou bem? Cadê tia Esperança?

– Está terminando de se arrumar. Que pressa é essa? O jantar está marcado para as 20h – disse Elvira ajeitando os cabelos.

– Bem, agora vocês podem sair aqui da sala porque estão atrapalhando minha série – disse Clotilde com o controle remoto na mão.

Juliano passou a mão na cintura da tia e a acompanhou até o quarto. Ele estava vestindo uma calça jeans preta e uma camisa de manga longa vermelha. Os cabelos estavam bem penteados, a barba feita.

Aproximou-se do espelho.

– Estou irresistível tia?

Ela sorriu.

– Não... Você é irresistível meu querido.

Ela terminou de se maquiar e depois calçou os sapatos. Ao se olhar no espelho suspirou fundo.

– Estou pronta.

* * *

Arlete atraiu a atenção de todos quando chegou à festa. Usava um vestido preto longo, com um ousado decote entre os seios. Os cabelos estavam presos em um coque. Salvador a recebeu e beijou-lhe as mãos. Depois a conduziu até a mesa onde estavam Gilda, seu irmão Hernandes e Sandro.

Ao ver dona Elvira ela acenou a mão e sorriu.

Hernandes fixou o olhar em seu decote. Gilda lhe deu um cutucão discreto.

– Você está muito elegante Arlete – disse Gilda observando-a.

– Mudar o visual de vez em quando faz bem. Eu me sinto outra pessoa. Estou mais feliz.

– E que mudança hein! – Disse Sandro com um suspiro. Gilda deu-lhe um beliscão na coxa e ele murchou o sorriso instantaneamente.

Os convidados estavam encantados com a receptividade de Salvador. Sempre sorridente e com aquele olhar fascinante recebia cada um na porta e os deixavam à vontade.

Quando padre Afonso chegou já passava das vinte horas e trinta minutos. Ele sentou-se à mesa do prefeito, bem ao lado da mesa onde se encontrava a família do pastor Ruben.

Samuel veio correndo, abraçou-o e pulou em seu colo.

– Estou com tanta vontade de brincar de cavalinho com o senhor – disse e começou a fazer os movimentos de sobe e desce sobre as coxas do padre. – Como sinto sua falta no meu quarto...

Sofia cutucou o pastor Ruben discretamente para que ele olhasse para a cena. Ele percebeu o constrangimento do padre e chamou o garoto para brincar com Dan.

Samuel desceu devagar do colo do padre e foi até Dan. Tomou-o pela mão e o levou para dentro de casa.

A festa estava acontecendo numa área nos fundos da casa, ao ar livre.

Antes do jantar Salvador pediu a atenção de todos e disse que tinha algo a comunicar. Primeiro agradeceu a presença de cada um e disse que estava muito contente por eles terem aceitado o convite.

A Luz e a SombraWhere stories live. Discover now