Capítulo 8 - Suicídios

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Pastor Ruben estendeu a mão para Salvador e o cumprimentou. Pediu que se sentasse.

– Desculpe tê-lo feito esperar. Eu estava numa ligação importante.

– Não se preocupe. Sua esposa é muito gentil e me fez companhia – disse olhando para Sofia.

– Eu vou deixá-los a sós.

– Calebe ainda não voltou da chácara? – Indagou o pastor. Sofia olhou por cima dos ombros e disse que não.

– Bem pastor... Eu finalmente vou sair da casa do padre. Dona Elvira conseguiu uma casa ampla para nós. E... sabe... eu estava pensando em contratar a Taiana para cuidar do Sam. Ela precisa de uma ocupação. O que acha?

– Que ótimo! Ela precisa mesmo trabalhar, e sinto que já está sem graça de ficar aqui. Assim que ela chegar eu falo com ela.

– Tudo bem. Mas o senhor não se importa não é? Não estou sendo inconveniente?

– De jeito nenhum. É uma providência divina.

– Não. O milagreiro aqui é o senhor. A cidade não fala noutra coisa.

Pastor Ruben sorriu constrangido.

– Fala-se muito na morte do Fabiano também. Sejamos sinceros.

Salvador levantou-se e agradeceu pela acolhida, depois disse:

– Assim que estivermos na casa nova quero dar uma festa. Conto com sua presença.

– Nós iremos. Pode ter certeza.

Apertaram-se as mãos e se despediram.

* * *

No outro dia de manhã Salvador passou no supermercado após sua corrida. Ele usava uma calça de moletom sem cueca por baixo, o que chamava a atenção das pessoas que o encontravam pelas ruas. Vestia uma camiseta regata que deixava seus músculos à mostra.

Arlete não conseguiu disfarçar o olhar em sua saliência sob a calça. Ele deu um sorriso amistoso.

– Você está cada dia mais bonita. Mas você merece mais que isso! É uma deusa.

Ela inflou o peito e por pouco não teve um orgasmo quando ele segurou em suas mãos e as beijou delicadamente. Ela sentiu aquele hálito quente em sua pele e se estremeceu.

– Obrigada.

– Quero falar com dona Elvira.

– Ela não veio ainda. Mas Juliano está no escritório.

– Tudo bem. Vou até ele.

Juliano estava falando ao telefone e fez sinal para ele aguardar um pouco. Ele ficou olhando o pequeno escritório. Depois sentou-se e ficou folheando uma revista.

– Oi – disse Juliano colocando o celular sobre a mesa.

– Na verdade eu queria falar com sua tia. Queria agradecer por ter conseguido a casa pra mim. Quero dar uma festa assim que mudar pra lá e conto com a presença de todos vocês.

– Eu dou o recado a ela.

– Ah propósito, eu agradeço pelo que fez por Dionísio. Ele gostou muito do passeio. Disse que você é um bom rapaz.

Juliano deu um sorriso sem graça.

– Não fiz nada demais. Mas obrigado.

– Ele às vezes diz coisas impensadas, mas é um bom garoto.

A Luz e a SombraWhere stories live. Discover now