Capítulo 9 - A reunião

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– Eu vou com você – disse Calebe levantando-se da cadeira.

Juliano concordou com o olhar.

– Ligue para padre Afonso meu filho! – disse dona Elvira.

– Eu ligo – disse Calebe enfiando a mão no bolso à procura do celular. Revirou os bolsos mas não o encontrou. – Sai tão rápido quando fiquei sabendo que devo ter esquecido em casa.

Juliano abriu a porta do carro e entrou rapidamente. Entregou seu celular para Calebe e pediu que ele ligasse para padre Afonso.

Os dois foram até a funerária e depois ao cartório. Tomaram todas as providências necessárias para o sepultamento de Carmem. Juliano estava muito abalado com os últimos acontecimentos, mas mantinha-se firme e vez ou outra soltava um suspiro cheio de pesar.

– Vamos lá em casa. Preciso do meu celular – disse Calebe.

– Tudo bem. É bom que eu vejo a sua prima.

– Sai dessa meu amigo!

– Preciso sair mesmo, mas eu a amo demais.

Calebe deu um tapinha em seu joelho.

– Estou brincando. Eu sei como é que é...

Calebe desceu do carro e foi correndo buscar o celular. Gilda foi até ele assustada.

– Que correria é essa Calebe?

– Nada. Só vim pegar isso – disse mostrando-lhe o aparelho.

– Como estão as coisas por lá?

Calebe franziu a testa.

– Daquele jeito.

Saiu correndo de volta e entrou no carro.

– Estranho – disse olhando para o visor do celular.

– O que? – indagou Juliano girando a chave na ignição.

– Uma mensagem de Fred me pedindo desculpa... Espera... Tem outra...

Calebe leu a mensagem e ficou mudo por um instante. Juliano ficou esperando, mas ele apenas lhe passou o aparelho.

"Calebe eu sinto muito por ter te enganado o tempo todo. É o fim da linha pra mim."

Juliano ficou pensativo ao ler a mensagem. Devolveu o celular para o amigo e antes que dissesse alguma coisa Dionísio tocou em seu braço causando-lhe um susto.

– Puta Merda! – Exclamou. – Você surgiu do nada?

– Que cara é essa de vocês? – Indagou Dionísio com olhos atentos.

– Você sabe. Dona Carmem está morta. E agora Calebe recebeu uma mensagem estranha de Fred. – Calebe mostrou a mensagem para Dionísio.

– Não fiquem assim. Pra dona Carmem foi melhor. Ela não tinha ninguém por ela mesmo... Quanto a Fred... Eu posso imaginar o que ele quis dizer – disse Dionísio fazendo um muxoxo.

Calebe olhou curioso para ele.

– Entre aí que vamos descobrir – disse Juliano.

Quando chegaram à casa de Frederico perceberam que o portão da frente estava aberto e uma criança brincava com um triciclo velho do lado de fora. Juliano acariciou os cabelos do garoto e seguiu na frente. Bateu na porta e ela se abriu. Estava apenas encostada.

A Luz e a SombraWhere stories live. Discover now