DELIRIA NERVOSA [• ziam] [✓]

06 - True

— O que houve? Você está longe? - Brandon perguntou à Louis, o observando. Os dois estavam deitados na cama dele, mas nada havia acontecido. Louis sempre tivera medo de dar o próximo passo.

— Minha carta de pareamento chega amanhã - Louis murmurou, tentando segurar as lágrimas.

— Eu vou falar com meu pai hoje à noite. Juro que tentei falar antes, mas ele nunca me deixa terminar. - Brandon respondeu e Louis sentiu sua raiva sob a falta de atenção do pai. E para piorar a situação, Brandon ainda não havia assumido para os pais que gostava de garotos.

— Minha carta chega amanhã, Bran - Louis repetiu. — Acho que não adianta mais - Louis respondeu, os olhos já marejados.

— Como assim? - Brandon ficou em alerta. — Você não tá querendo dizer...?

— Daqui à uns dias sua carta também vai chegar. - Louis argumentou, sem conseguir responder realmente a pergunta. — Talvez seja melhor aceitarmos e seguirmos como amigos.

— Amigos? Não, Louis! - Brandon levantou, sentando-se na cama. — Eu não gosto de você simplesmente como amigo, eu... eu... gosto de você...

— Eu preciso ir. - Louis murmurou, levantando da cama.

— Lou... - Brandon segurou o namorado levemente pelo pulso, também com os olhos marejados.

— É sério, Brandon... - Louis tentou manter o controle. — Daqui a pouco seus pais chegam e em vinte minutos vai dar o toque de recolher. É melhor eu ir... - soltou-se do namorado e saiu do quarto apressado. Brandon não o seguiu e Louis agradeceu por isso, se não tudo teria se tornado pior.

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Brandon estava no quarto, pensando em todos os momentos que tivera com Louis, quando ouviu a porta central da casa sendo aberta e a voz de seus pais e desceu até o andar de baixo.

— Filho, ainda acordado? - Lydia sorriu para Brandon, mas este não retribuiu.

— Sim, eu precisava falar com o pai sobre um assunto sério. - Brandon respondeu, o que fez seu pai lhe olhar.

— Engraçado, pois também temos um assunto para tratar com você. - Conrad sorriu para Lydia e voltou a atenção ao filho. — Sua carta chegou mais cedo. Na verdade, com uma ajudazinha minha, consegui parear você com Skye Longford. - e piscou sorrindo para Brandon, como se isso fosse algo positivo.

— O senhor o quê? - Brandon quase gritou.

— Isso mesmo. Os Longford são uma ótima família, será ótimo unirmos forças. E você não pode negar que a Skye é...

— Não. - Brandon o interrompeu. — Eu não vou casar com a Skye.

— Como assim "não vai casar"? - Conrad deixou o sorriso de lado e assumiu o tom que Brandon conhecia. — É claro que vai. Sua carta já chegaria antes, só aceleramos...

— Eu não vou, pai! - Brandon o cortou novamente. — Eu... Eu não contei antes para vocês porque não me sentia preparado, mas... eu... eu coloquei na entrevista que queria ser pareado com um garoto. - Brandon sentiu o ar fugindo dos pulmões. Sabia que um dia teria que assumir sua orientação para os pais, mas não tornava o momento menos difícil. — E eu já tenho uma pessoa em mente queria ser pareado.

— Garoto? Você... você é gay, Brandon? - Lydia ainda estava em choque, e Brandon se sentiu mal pela mãe. Diferente do pai, sempre tivera uma boa relação com ela; deveria ter contado à ela mais cedo.

— Eu queria ter contado, mãe, mas é muito di...

— Você vai casar com a Skye. - Desta vez foi Conrad que o interrompeu. — Eu tive acesso à sua entrevista e alterei sua opção escolhida. Não há garotos de família qualificada disponíveis no momento, então você casará com Skye Longford. - respondeu, centrado.