Quarenta e seis

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LEVY APERTOU MINHA mão novamente.

— Está tudo bem, Lu-chan. — Repetiu. — Logo estaremos na mansão Dragneel em segurança.

Permaneci calada. A azulada não era de muita ajuda com aqueles tremeliques no corpo e na voz. Embora eu não devesse estar muito melhor...

— Levy está certa. — Afirmou Gajeel, concentrado na estrada. — Gray já está lá e Natsu foi avisado.

— Não precisava atrapalhar Gray! — Era o que tentei dizer, porém minha voz falhou logo na primeira palavra...

O moreno suspirou.

— Sabemos que não quer monopolizar ninguém, loirinha. — Parou em um sinal vermelho. A luz intensa no meio da noite lembrou-me dos algodões avermelhados, encharcados de sangue. Senti meu estômago revirar. — Mas tem que perceber que todos nós temos andado preocupados com você. Não porque é a namorada daquele imbecil, e sim porque é a nossa — soltou um sorriso de canto — amiga.

O sinal ficou verde e ele tirou o carro do ponto morto.

— Gajeel... — Consegui balbuciar.

— Eles está certo, Lu-chan! — Exclamou Levy em uma incrível recuperação.— Se tem algo que reparei desde que cheguei aqui é que a Máfia Dragneel sempre resolve seus problemas! Seja lá quem for a pessoa que mandou aquilo, vai pagar muito caro!

A pessoa que mandou aquilo... Observei a caixa branca no banco do carona. Essa pessoa tem que ter muita ousadia para mandar algo assim sob o nome de Natsu...

Ou poderia ter sido mesmo Natsu; o pensamento assaltou minha mente. Balancei a cabeça, jogando-o para longe. O rosado nunca faria algo assim!

No entanto ele quase lhe matou antes... Não podemos saber do que Natsu é capaz ao cumprir suas obrigações na máfia.

Não! É impossível Natsu voltar a fazer algo do gênero! Impossível!

Não está apenas tentando convencer a si mesma?

— Argh! — Soltei mais alto do que gostaria, assustando a azulada.

— Lu-chan?

— Desculpe! Só... tive um pensamento realmente irritante... — Expliquei.

— Chegamos. — Avisou o moreno, estacionando diante as portas duplas da Mansão Dragneel. Assim que pisamos fora do carro Virgo explodiu por elas, correndo em nossa direção e tomando a caixa das mãos de Gajeel. Outro empregado apareceu para levar-nos até o escritório de Natsu, onde Gray aguardava.

— Finalmente! — Exclamou, pegando minha mão e guiando-me até o sofá vinho. — Aqui, Lucy. — Deu-me um copo com água. — Beba um pouco e tente relaxar. Está em segurança.

Apenas afirmei com a cabeça.

— Gray, não tem noção de quem possa ter enviado aquilo? — Indagou Levy. Ele negou com a cabeça. — Nem de quem possa ser a — pigarreou sem jeito — mão?

Meu corpo tremeu com a menção.

— Não. — Respondeu sério. — Mira está aqui e irá avaliá-la... — Suspirou audivelmente. — As coisas não se mantem calma por muito tempo, hein?

— Desculpe por atrapalhar seu momento com a Juvia, Gray... — Pedi.

— Não se preocupe com isso. Conseguiu se acalmar? — Indagou sentando-se ao meu lado e apertando minha mão consoladoramente.

— Hum. — Balbuciei. Na verdade, devia estar óbvio que não. Meu corpo todo tremia, como se estivesse estado sob a água fria de um rio. Até me deram um cobertor enquanto nos dirigíamos até o escritório...

Meu Estranho MafiosoWhere stories live. Discover now