Quarenta e dois

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— Para onde vamos? — Indaguei com a voz trêmula.

Sondou-me com os olhos ônix.

— Não queria nos ver como mafiosos? Bem, conseguiu. Vamos para meu escritório principal.

Arregalei os olhos. Iria... Para o escritório principal de um mafioso? Como seria esse lugar?

Natsu acelerou.


LANCEI OUTRO OLHAR AMEDRONTADO EM DIREÇÃO A NATSU. Estávamos na estrada fazia algum tempo e não havia nem sinal de construção alguma que pudesse servir de escritório para mafiosos — embora fosse óbvio que não seria algo fácil de achar.

Ao lado do carro, apenas árvores e arbustos serviam de paisagem. Saímos de uma região movimentada há bastante tempo.

Queria perguntar para Natsu se faltava muito, mas seu olhar revelava que o melhor a se fazer era ficar calada.

Ajeitei-me melhor no banco, cogitando até mesmo tirar um cochilo. Como um dia que teve como desenvolver tão maravilhoso meu primeiro encontro com Natsu terminara assim? Uma pessoa que eu mal conhecia fora ferida e ainda o deixamos inconsciente na frente do condomínio. Qualquer pessoa que passasse por ali veria o corpo dele!

— Natsu. — Chamei, finalmente juntando coragem para fazer a pergunta: — Por que o deixamos para trás?

— Quem? — Perguntou algum tempo depois.

— O tal Max! — Exclamei chocada. Parecia tão preocupado, pensei que fosse com ele. — Deveríamos ter chamado uma ambulância! Ou tê-lo levado ao hospital! E se ele estiver — engoli em seco antes de soltar a possibilidade — morto?

— Está se preocupando à toa. Max não foi atingido com a força necessária para ser morto, caso contrário não teria nem chegado perto do carro naquela hora.

— Isso...! — Voltei a exclamar. Ele parecia tão indiferente a isso agora que chegava a ser assustador. — Mesmo assim, deveríamos...

— Lucy. — Cortou-me, em momento algum sem tirar os olhos da estrada. — Já liguei para o Gajeel. Ele dará um jeito nisso, não se preocupe mais que o necessário.

Encarei-o.

— Ce-certo. — Concordei relutante.

— Estamos chegando, se segure. — Avisou.

— Eh? — No mesmo momento foquei meu olhar à frente do carro. — Espera um pouco... — Murmurei alarmada ao ver uma enorme encosta aparecer mais a frente. O rosado pisou fundo, nos jogando para fora da estrada e em direção ao mar. Fechei meus olhos com força, crendo que aquele seria nosso fim.

— Por que está tão assustada? — Indagou o rosado como se não fosse nada.

Lentamente atrevi abrir os olhos, e acabei encarando um enorme saguão com alguns carros que tenho certeza já ter visto na garagem da mansão Dragneel.

— Onde nós estamos? ... Ou melhor, como chegamos aqui? — Indaguei embasbacada. — Agora mesmo você acabou de jogar o carro no meio do mar e...

— É segredo, você não precisa saber. — Fez mistério, soltando seu cinto de segurança e abrindo a porta.

— Como assim? — Perguntei. Se não estivesse tão chocada com certeza já teria apelado para a violência a essa altura — mesmo que não seja violenta com Natsu há muito tempo.

— Há coisas que realmente não precisa saber, Lucy. Agora me siga calada, okay? Ninguém que vai ver no caminho está aqui para brincadeiras.

Meu Estranho MafiosoWhere stories live. Discover now