Capítulo 59

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Quando as coisas parecem não poder piorar, elas sempre pioram. Fazia três dias que Dulce nem ousava perguntar sobre o avô, ela nunca pensou que algo de ruim pudesse acontecer com ele neste meio tempo, mas a vida sempre da um jeito de surpreender. Maite havia ligado para avisar que seu avô estava passando por uma cirurgia as pressas, pois estava tendo um acidente vascular cerebral. O medo logo se aproximou, um AVC pode levar a morte e as sequelas irrecuperáveis. Dulce nunca pensou que algo assim pudesse acontecer, ainda mais estando tão afastada do avô. A culpa era dela, ele já era um senhor de idade, não poderia passar pelo que estava passando. Havia pegado pesado com ele, e sentia toda a culpa sobre suas costas.

Saiu apressada para o hospital, precisava saber o que estava acontecendo e se havia alguma maneira de ajudar. Tinha muita culpa nisso, se seu avô morresse não conseguia nem imaginar o que faria. Em pouco tempo chegaram ao hospital, Dulce tremia como nunca, chorava de soluçar, estava aflita com o que poderia acontecer com o avô, apesar de tudo, o amava demais. Foi alguém muito importante para a vida dela, e não merecia partir sem ouvir seu perdão.

Encontrou Maite e Christian na recepção, os amigos logo trataram de acalma-lá lhes contando o que estava havendo e as chances de Henrique. Havia passado mal na empresa, começou com formigamentos e poucas horas depois estava com muita tontura e desequilíbrio. Por sorte, não foi levado tarde para o hospital, e ainda havia chances de sair sem nenhuma sequela.

- Vai dar tudo certo, vamos manter a calma. - Christian entregou um copo com água para Dulce, e a levou para sentar-se nas poltronas da sala de espera.

- E se ele morrer. A culpa é toda minha, eu fui muito dura com ele, fui cruel. Ele já é velho, não pode passar por essas coisas. - As lágrimas continuavam a cair.

- Você precisa ficar calma Dulce, ou eu vou ser obrigado a te dar alguma coisa para se acalmar. Vamos rezar ok, eu vou lá dentro ver se descubro mais alguma coisa e você fica com as meninas. Respira fundo e reza, vai dar tudo certo.

Maite e Anahí estavam ao lado de Dulce dando apoio, e também aflitas pelo o que poderia acontecer. Eram realmente momentos de tensão, juraram-se em oração, só mesmo uma prece para acalmar o coração das garotas. O tempo passava e Christian não aparecia com notícias. Ninguém falava nada e o medo os consumia.

Dulce tentou ligar para Christopher várias vezes, mas ele não atendia. Acabou ligando para Fernando, apesar dos poucos dias, sentia uma ligação forte como o homem, e mesmo o mal entendido entre Fernando e Henrique sabia que o pai não negaria palavras dr consolo.

Foram horas difíceis e depois de um longe tempo Christian e outro médico foram ao encontro das garotas.

- E então o que houve com ele? Ele ta bem ne? - Perguntou Dulce, aflita.

- Está sedado e continuara assim por algum tempo. A cirurgia ocorreu bem, o caso foi que seu avô teve um AVC hemorrágica, houve um rompimento de um vaso cerebral, ocorrendo um sangramento e consequentemente inchaço no cérebro. Foi necessário colocar um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço. Henrique teve dois sangramentos, um que o trouxe para cá e logo depois outro.

As garotas ouviam atentas, sem conseguir segurar as lágrimas. Nunca pensaram que algo assim pudesse acontecer a Henrique, ele sempre foi um homem saudável e forte.

- Mas porque isso aconteceu agora? Ele ficou muito nervoso não foi? A culpa é toda minha. - Dulce ainda estava desesperada, sentindo-se culpada.

- Vários fatores foram podem ter influenciado, Henrique já está com 70 anos, uma idade em que os índices de AVC são maiores, também está acima do pesa, tem hipertensão e tem histórico de tabagismo. Tudo isso influência para um quadro como esse. O importante é que a cirurgia ocorreu bem, precisamos esperar ele sair da observação e acordar para saber se houve alguma seqüela, o que infelizmente, tem grandes chances de acontecer.

A proposta.Where stories live. Discover now