Capítulo 50

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Christopher entrou em casa confuso, mas quando viu seu pai rolando no chão e Dulce chorando e quase vomitando, não precisou pensar muito para entender.

- O seu pai... ta... mentindo para você.

Dulce tremia muito, abalada pela confusão. Não conseguia nem olhar para o homem no chão, e só de pensar que talvez Christopher pudesse não acreditar nela, o pânico crescia ainda mais.

- Foi ela filho. - Victor não conseguia levantar sozinho. - Ela veio aqui querendo ficar comigo, e quando eu rejeitei, me deu um chute. Ai como dói. - Se contorcia no chão.

- Não, não é verdade Chris... O seu pai... - Não conseguia falar mais, sua garganta estava trancando. Iria desmaiar, sabia que iria desmaiar tamanho o nervosismo daquela cena.

Christopher aproximou-se de Dulce preocupado com ela. Estava ficando branca, tremendo como ele nunca havia visto. E quando percebeu que seu pulso estava vermelho, não teve dúvidas. Levantou o pai do chão, pelo colarinho da camiseta e lhe acertou um soco no rosto.

Era inadmissível que o homem que tanto amou, se espelhou e ajudou na sua formação fosse capaz de tamanha atrocidade. Ninguém mecheria com Dulce, muito menos seu pai. O desejo de acabar com Victor crescia dentro de Christopher. Ele havia encostado em Dulce, sua garota. Seu próprio pai tinha assediado sua namorada.

- Vou acabar com você!

Acertou uma série de socos em Victor, que não conseguia revidar nenhum. Sua boca já sangrava, e havia um corte no supercílio. O que era para ser apenas uma visita de um pai a muito tempo desaparecido estava quase se tornando um caso de polícia.

Christopher estava possuído pelo ódio e a decepção. Não percebia mais o que estava fazendo, queria apenas ferir aquele que feriu sua namorada. Não conseguia acreditar que era seu próprio pai. Que tipo de ser humano Victor era, e como escondeu isso tanto tempo de Christopher. Sentia desprezo por aquele que o criou, e ódio, muito ódio.

Se a porta do apartamento não se abrisse novamente e Alfonso entrasse, ninguém sabia o que poderia ter acontecido. Ele segurou Christopher com força o afastando do pai, enquanto Victor sangrava e malmente conseguia se mexer. Anahí estava atrás de Alfonso e logo que viu o estado de Dulce, correu para ampara-lá.

- O que está havendo? - Poncho estava confuso e segurava com toda a força que podia, Christopher que ainda bufava de raiva.

- Some da minha casa! Some da minha vida! Não acredito que foi capaz de uma coisa dessas, o meu próprio pai... Some daqui, nunca mais quero olhar para essa sua cara imunda.

- Filho... Posso explicar, eu juro. Vamos conversar por favor! - Conseguiu dizer com muita dificuldade.

Mas Christopher não queria ouvir, a cena foi demais para ele. Deveria imaginar, seu pai não era flor que se cheire, fez sua mãe sofrer tanto, e sempre foi um mulherengo e safado de primeira. Todos diziam que Christopher havia herdado isso do pai, e pela primeira vez quis nunca ter sido comparado a um homem como ele.

- Tira ele daqui Poncho. Tira ele ou eu vou matar esse desgraçado. - Ameaçou. 

Alfonso fez o que Christopher pediu, com muito custo conseguiu tirar Victor da casa. Estava muito machucado, precisava de cuidados.

O apartamento ficou em um silêncio horrível, poderia ouvir apenas os soluços de Dulce. Foi então que Christopher caiu em si, aproximou-se da namorada preocupado.

- Você está bem Dul? Ele machucou você?

Apenas negou com a cabeça sem conseguir dizer nada. Christopher a abraçou também, as mãos sujas de sangue, o coração doendo. Aos poucos Anahí foi a soltando, e Christopher a segurou mais forte nos braços, passando consolo a Dulce. Depois de um copo de água com açúcar, Dulce conseguiu parar de chorar. Sentou-se  o sofá sendo amparada por Anahí e finalmente conseguiu dizer alguma coisa.

A proposta.Where stories live. Discover now