Capítulo 6

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Christopher não entendia o porque ainda se lembrava da maldita hora que Dulce caiu em seu colo. Ele deveria ignorar essa garota, faze-lá pagar por todas as difamações que inventou sobre ele e apresenta-lá ao grande mundo dos negócios, e no futuro ganhar sua parte do acordo e fim. Não pensar nela como uma mulher de verdade, uma mulher bonita e que Christopher poderia muito bem ficar interessado. Não! Não tinha que vê-la dessa forma, Dulce Maria era só um passa-tempo para poder fazer uma coisa de verdade, como administrar uma grande empresa. 

Era somente assim que deveria enxerga-lá, mas porque não conseguia esquecer a sensação que sentiu ao tocar os lábios da maluca? Seria mais difícil do que pensava seguir a proposta a risca. Precisava desencanar, esquecer um pouco a empresa e principalmente Dulce, este havia sido somente o primeiro dia e ele nem sabia de tantos mais precisaria para faze-lá se interessar por aquilo. 

Ligou para Alfonso e ficou de encontrar o amigo em um bar perto da casa deles, talvez uma cerveja bem gelada e outras mulheres ao redor o ajudaria a se livrar dos malditos pensamentos sobre qual seria o gosto dos lábios de Dulce Maria.

— Foi uma merda de um dia, precisei levar a doida no colo para a minha sala. — Contou a Poncho quando se sentaram de frente para o balcão do bar. 

— Quero só ver o que vai sair de vocês trabalhando na mesma sala. 

— Morte, com certeza vai sair morte. Vamos pedir logo algo para beber antes que eu enlouqueça. 

Pouco tempo depois Dulce e Maite estavam esperando o carro de Anhaí na entrada do condomínio, iriam para um barzinho beber e jogar conversa fora. Seguiram o caminho em meio a conversas e risadas e Maite contando as loucuras que aprontava em sua cidade. 

Assim que chegaram ao tal bar escolheram uma mesa do lado de fora e fizeram os pedidos. Estavam tão distraídas que nem repararam em quem estava sentado de frente para o balcão.

— O que pretende fazer aqui na cidade May? — Perguntou Anahí enquanto esperavam as bebidas. 

-— Trabalhar, estudar um pouco mais. Você tem alguma vaga para mim na sua loja? Não, espera, por acaso você trabalha com roupas de couros ou pelos de animais? Ou então com marcas que utilizem trabalho escravo? 

Anahí possui lojas de roupas em dois shopping na cidade, e esta se dando muito bem no ramo empreendedor. Trabalhar com moda sempre foi sua grande paixão e se sente totalmente realizada no emprego, bem ao contrario de Dulce. 

— Como vou saber, só compro as roupas, não vejo como elas são fabricadas. 

— Pois deveria. Esse é o erro das pessoas, elas só sabem consumir e nunca questionam como são feitos esses produtos. Existem muitas empresas que trabalham com mão de obra escrava e isso é terrível, sabe quantos anos faz que a escravidão acabou e ainda há pessoas que precisam se submeter a esse tipo de serviço para poder alimentar seus filhos? E sabe o porque de tudo isso? Esse sistema, é tudo culpa do sistema! — Deu um soco na mesa se alterando. 

Maite sempre foi diferente na forma de pensar, gostava de contestar e de criticar o sistema implantado na maioria dos países, para ela o capitalismo era um descaso com os pobres e menos afortunados e sempre que podia estava envolvida em projetos e protestos contra o sistema e a favor da comunidade carente. 

— Tá bom May, já entendemos. Vamos falar de outra coisa não é? — Dulce tentou amenizar a situação. 

Os pedidos logo chegaram e o clima se amenizou. Começaram a comer e beber e comentar sobre as pessoas ao redor. Maite cismou que precisava encontrar alguém na cidade grande, tinha que viver a vida por aqui em grande estilo e isso incluía beijar muito na boca.

— Meninas, tem dois gatos ali no balcão. Meu Deus que homens, vai tirem no par ou impar que eu vou decidir qual eu quero.

— Tá maluca Maite? Eu tenho namorado. -— Rebateu Dulce. — E pode parar com isso, não vai ficar se esfregando com homem nenhum.

Dulce gostava de sair, beber e dançar,  mas no quesito ficar era sempre mais reservada. Não dava moral para qualquer um e geralmente seus namorados eram de classe alta e ela conhecia por meio de eventos da alta sociedade.

Não era de jogar charme para ninguém quando saía com as amigas, gostava de ficar na dela e sempre tinha uma resposta na ponta da língua para afastar homens chatos e nojentos. Bem ao contrário de Anahí que gostava de seduzir e chamar atenção por sua beleza.

Mas Annie tinha uma paixão secreta por seu melhor amigo Alfonso, e encontra nos outros homens um motivo para ele perceber que era desejada por outros. Apesar do mesmo nunca demonstrar nenhum desconforto.

— Seu namorado está em Milão fazendo sabe lá o que. — Acusou Maite após dar um sorriso para a prima.

Dulce bufou e revirou os olhos. Pior que ela tinha razão, Tony sumiu para Milão com a desculpa de estar a trabalho e ao que Dulce conhece dele está aprontando todas lá e dando uma de solteiro.

— Onde estão May? Não to vendo. — Perguntou Anahí curiosa olhando para os lados.

— Ali ó. — Maite apontou com o dedo para o lugar em que eles estavam sentados.

Annie forçou o olhar para ter certeza estava vendo certo. Jamais confundiria Poncho mesmo de costas, e ela tinha certeza que era ele. Poncho e Christopher. Passou tempo demais na companhia do primeiro para poder reconhece-lo em qualquer lugar.

— Mas aqueles são o Poncho e o Chris.

— Que? — Dulce virou correndo procurando-os com os olhos.

Não era possível até fora do expediente o babaca de Christopher a seguia. Não tinha superado a ultima vez que o viu a pouco mais de três horas e muito menos o incidente que ocorreu. Gostaria de sair correndo e apagar que o viu de sua mente.

— Você os conhece? — Maite quis saber.— Ótimo. Me apresente para o do cabelo mais claro, ele parece ter um corpo bem interessante.

— Ah pode ser, é até melhor porque o Poncho ele ta meio enrolado sabe? Ele não vale muito a pena, mas o Christopher é bem interessante, pelo menos é o que dizem dele.

Os comentários incomodou Dulce, como assim ele era interessante? E como sua prima no primeiro dia na cidade já queria ficar com ele? Não, de jeito nenhum! Ninguém da Família Saviñón poderia ficar com Christopher Uckermann.

— A Annie esta exagerando ele é um babaca, melhor ficarmos aqui May. Não está perdendo nada deixando ele para lá. — Deu um gole enorme em sua bebida para ver se o calor que estava sentindo diminuísse.

— De jeito algum, quero socializar Dul. Vamos falar com eles por favor?

— Não! — Bebeu o resto que estava no copo de uma vez. — Não vou falar com esse idiota.

— Tudo bem então você fica, vamos Annie assim fica um para mim e um para você.— Levantou-se da mesa.

— Que isso May, eu e o Poncho somos quase como irmãos.

— Ok, então você os apresenta para mim.

Dulce não podia acreditar que Maite ia mesmo seguir com essa ideia. Iria se arrepender muito quando conhecesse Christopher, não tinha nenhuma qualidade e Dulce tinha certeza que ele beijava muito mal. Mas sua prima parecia decidida e quando viu que Anahí aprovou a decisão e levantou, sabia que tinha que fazer alguma coisa.

Só não entendeu o porque de ficar tão irritada com a situação, Maite poderia fazer o que quiser de sua vida. Dulce não estava brava porque a prima iria dar uns beijos em Christopher e ela não, não é? Claro que não. Estava defendendo sua prima de contaminar sua boca com germes daquele inútil.

E com a fúria que sentia levantou da mesa e quase gritou.

— Você não vai ficar com o Christopher!

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