Capítulo 9

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Assim como seu avô lhe pediu Dulce deu carona para Maite a levando até um hospital onde faria uma entrevista para uma vaga na parte administrativa. Não era o tipo de emprego que buscava, mas por enquanto aceitaria qualquer oportunidade.

Dulce deu graças a Deus por se ver longe de Christopher por algumas horas, este homem ia enlouquece-lá tinha certeza. Logo que chegaram ao lugar Maite foi até o último andar para a entrevista enquanto Dulce ficou na recepção esperando a prima. Pouco tempo depois Maite voltou a recepção e convenceu Dulce a doar sangue já que estavam no hospital.

— May eu tenho medo de agulha. É sério. — Comentou enquanto andavam pelos corredores.

— Pare de frescura, já pensou em quantas vidas você poderá salvar com uma bolsa de sangue? Você precisa se libertar Dulce, deixar o medo para lá e pensar no bem que fará para as pessoas.

A falação de Maite acabou convencendo Dulce. Sempre teve muito medo de agulha e nunca doou sangue, estava apreensiva e não parava de torcer os nós dos dedos. Preencheram uma ficha e foram para a sala de coleta.

As mãos de Dulce estavam geladas quando sentou-se na poltrona e um dos enfermeiros veio com as agulhas e bolsas para começar o processo. Maite foi primeiro sem se importar com nada, já fazia isso a muito tempo e não ligava para agulhas ou o sangue saindo. Já Dulce era bem ao contrário.

— Será que posso mesmo doar moço? Acho que não posso, acabei de me lembrar fiz uma tatuagem a pouco tempo.— Inventou uma desculpa.

— Você não tem nenhuma tatuagem Dulce. Ela esta com medo. — A entregou para o enfermeiro.

Não tinha o que fazer iria tomar uma agulhada e seu sangue sairia e ela veria tudo. Começou a respirar cachorrinho não conseguindo olhar para o braço que o enfermeiro mexia. Isso não iria dar certo tinha certeza.

Sentiu uma picadinha no braço e quase se mexeu por conta da dorzinha. Era só não olhar para a agulha. Não olhar a agulha, repetia para si mesma. Mas seus olhos a traiu, olhou para o braço e quando viu o sangue vermelho saindo seu coração bateu mais forte.

Precisava ter calma, doar sangue não era coisa de outro mundo, só tinha que ter paciência. Nunca passou tanto tempo respirando cachorrinho e contando até dez e depois de algum tempo foram avisadas que havia acabado. O mesmo enfermeiro veio tirou as agulhas e colocou um curativo e em breve as meninas seriam liberadas.

— Viu foi super tranquilo Dul, e você fez bem as pessoas. Fala sério, é bem melhor que comprar sapatos, não?

— Nunca. Quando compro sapatos não me sinto assim. — Levou uma das mãos a testa respirando fundo. — Acho que não estou muito bem, tiraram sangue demais...

— Não começa Dulce, já vamos embora, ainda vou em uma manifestação que descobrir ter mais tarde. Você pode até ir comigo.

Dule negou com a cabeça repetidas vezes, jamais iria a um protesto, morria de medo de confusão. Mas realmente não se sentia nada bem, suas pernas estavam mole e se não fosse amparada por Maite cairia ao chão.

— Ai meu Deus, você ta mal mesmo! Alguém ajuda!! — Gritou.

Colocou Dulce sentada de novo na poltrona. Está via tudo girar, sentia-se sem forças, queria falar mas as palavras não saiam, as pernas não se mexiam. Devia estar com a pressão baixa.

— Meu Deus Dulce, você está bem? — Um homem alto e moreno apareceu ao lado de Dulce medindo seu pulso.

Maite estranhou aquilo, o homem não usava jaleco e nenhuma identificação, estava na cara que não era um médico.

— Ela precisa de um médico. — Tentou afastar o desconhecido da prima.

— Consegue me ouvir Dulce, acho melhor levarmos você para a emergência. — Se aproximou mais para pega-lá no colo, mas Maite o impediu agarrando seu ombros.

— Você está maluco? Quem pensa que é? Saia de perto dela, não estava vendo como esta debilitada, precisa de um médico não um aproveitador como você. Acha que não sei o que vai fazer? Que vergonha, um homão desse com tanta má índole. Ela precisando de ajuda e você querendo tirar proveito. 

— Está maluca? Eu estou tentando ajuda-lá é você que está me atrapalhando.  rebateu.

— Eu? Estou zelando por ela, enquanto você está tentando se aproveitar do estado dela. Quem é você? Aposto que nem trabalha nesse hospital, é o que um sequestrado? Se aproveita das mulheres indefesas? — O acusou.

O moreno a olhava chocado, de onde tinha saído uma maluca como aquela? A discussão entre os dois estava tão acalorada que nem perceberam quando os enfermeiros levaram Dulce até a sala da emergência.

— Vou te processar sua doida, falsa acusação é crime. Eu sou amigo da Dulce a muito tempo, você que é uma desequilibrada falando coisas sem sentido.

-— Processar? Pois processe, não tenho medo de processinho não. E para o seu governo eu sou a prima da Dulce e ela nunca me falou de você!

O rapaz analisou Maite por um tempo se lembrava quando as garotas comentaram dela, mas não imaginou que a conheceria assim e teria uma péssima impressão.

— Você nem sabe o meu nome. Sou o Christian, irmão da Anahí. Nunca pensei que a Dulce pudesse ter uma prima tão louca.

Maite ia revidar a acusação de loucura, mas não teve tempo um enfermeiro chegou perto dos dois acabando com aquela discussão.

— Senhor Christian o senhor pode me acompanhar?

Christian apenas assentiu e começou a caminhar junto com o rapaz. Maite ainda estava confusa, então ele trabalhava mesmo no hospital. Mas porque não estava de jaleco ou usava roupas brancas?

— Você trabalha aqui? — Perguntou andando atrás dele.

Ele sorriu e mostrou a credencial, em seu crachá dizia "diretor". A boca de Maite abriu perplexa, a moça da entrevista disse que a ultima palavra quem dava era o diretor do hospital. Agora que não passava mesmo na entrevista, tinha armado confusão com o diretor do hospital.

Foi ao encontro de Dulce a algumas salas um pouco afastada dali. Como iria reverter a situação? Se não fosse explosiva e tivesse uma péssima concepção de alguns homens não teria agido assim. Encontrou a prima sentada em uma fileira de cadeiras conversando com o enfermeiro seu rosto já estava corado e ela falava normalmente.

— Dul? Por Deus prima, que susto. Você está bem?

— Obrigado por ter me acompanhado viu dona Maite? — A repreendeu. — Estou melhor, minha pressão caiu um pouco.

O enfermeiro deixou as duas sozinhas na sala, Maite vendo que Dulce já esta melhor começou logo a despejar em cima da prima sua péssima primeira vez com o chefe.

— Dulce estou ferrada, você conhece mesmo esse tal de Christian?

— Ele é o irmão da Anahí, porque?

— Ai meu Deus, você precisa me ajudar!!

A proposta.Where stories live. Discover now