Capítulo 32

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Dulce pensou um pouco, como iria dizer assim do nada? Respirou fundo e olhou para frente, talvez olhando para outra coisa fosse mais fácil das palavras saírem.

- É que... — Começou a dizer, mas logo ouviram passos atrás deles. Mais um engravatado vinha interromper.

- Christopher, será que você pode me mandar o relatório da última reunião? Estou terminando a apresentação de amanhã e queria dar uma olhada no relatório.

- Ah ok, eu mando. Já está tudo preparado? Amanhã é a chance de convencer o pessoal, apesar de achar que realmente não podemos investir mais no marketing. O ideal seria usarmos algumas ferramentas de guerrilha. — Continuaram conversando.

Aquele não era o momento de Dulce falar, Christopher parecia ter até se esquecido que estava ao seu lado. Parecia que o mundo realmente queria que ela não se declarasse.

Não tinha mais nada para fazer ali, não daria para contar com uma pessoa ouvindo, e os dois estavam bem entretidos no assunto. Se afastou de Christopher e suspirou derrotada. O melhor era ir para casa e se sufocar com todas as palavras engasgadas na garganta.

- Depois nos falamos Christopher, preciso ir embora. Até amanhã. — Saiu em direção a seu carro. Fora um dia perdido, passou o tempo todo pensando em se revelar para ele, para no fim todo mundo interromper.

Quando chegou em casa, tentou se distrair, pensar em outras coisas, mas não conseguia. Anahí já havia lhe mandado mensagem perguntando se ela tinha enfim revelado, e a resposta era não. Um milhão de vezes não.

Ficou imaginando se contasse o que poderia acontecer, essa hora ela e Christopher poderiam estar numa boa na cama dele, celebrando a descoberta da paixão. Mas não, tiveram que estragar tudo. Que ódio!

Foi então que deve uma ideia, deveria entrar na chuva e se molhar de uma vez. Pegou o celular e ligou para Christopher, marcando de de verem em poucas horas em um barzinho próximo a casa dele.

Tomou um banho relaxante, ensaiou mais uma vez tudo o que ia dizer e foi para o quarto se arrumar, em meia hora deveria estar dizendo tudo e se livrando do peso nas costas. Quando entrou no quarto, tomou o maior susto seu closet estava virado de cabeça para baixo, cheio de roupas no chão e Maite separando algumas delas.

- O que você está fazendo? — Gritou furiosa.

- Separando as roupas para o bazar, fala sério Dul, eu duvido que você ainda use essa saia. — Mostrou uma saia de paetê justa, moda entre as garotas a anos atrás. — Tem um monte de roupa aqui que você não usa.

- E dai? Eu tenho paixão por roupas May, não é assim. Eu ia me livrar de algumas delas, mas no meu tempo. Tenho um carinho por todas elas.

- O evento é sábado Dulce, não da para te esperar. Todo mundo já doou suas peças, só falta você. E como eu sei que você não vai fazer isso nunca, estou lhe dando uma forcinha. — Levantou um casaco rosa cheio de desenhos. — Esse casaco é horrível.

- Eu comprei ele em Milão. — Puxou o casaco da mão dela. — Tem roupas aqui de outros países, a maioria quase, não posso me desfazer delas assim. — Protestou.

- Para de chorar, você precisa se desapegar, isso vai ser bom para você. Precisa jogar as coisas de volta para o universo, tipo essas roupas, e ele te dará outras muito melhores de volta. — Disse com sabedoria.

Dulce desistiu de discutir, e após fazer uma lista de exigências deixou Maite separar suas roupas, mas claro com várias exceções.

- Se você tocar em alguns dos meus sapatos, eu te mato! E estou falando sério. — Ameaçou.

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