Capítulo 39 - Descontrole

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Tirei meu carro da Vaga. Ainda pensei em cometer a loucura de sair seguindo o carro de Davi, para ver o que ia acontecer. Mas Toninho estava comigo no carro. E além disso, no primeiro sinal, assim que o carro deles passou ficou vermelho para mim. Vi o carro de Davi sumir da minha vista. Quanto mais distante ele ficava, maior era o aperto que eu sentia no peito. Mais uma vez eu estava sofrendo por alguém que não me pertencia.

Me aproveitei do som alto dentro do carro parar seguir em silêncio até a boate. Para minha sorte Toninho também me ajudou, permanecendo em silêncio. Era tudo que eu precisava para pensar um pouco em como de repente tudo fugiu do meu controle. Logo no momento em que as coisas pareciam ter se encaixado. Tudo tinha feito sentido. Senti vontade de chorar. Respirei fundo e acelerei.

• • • • •

A Rua da Má Fama estava bem mais calma do que naquele outro dia. Consegui fácil uma vaga bem em frente à CXC Club. Meus amigos aguardavam na entrada. Estacionei. Toninho e eu descemos e nos juntamos a eles. Eu ia perguntar por Caio, quando Sophia saiu de dentro da boate. Respirei fundo, novamente. Não me dei ao trabalho de sorrir. Ela pelo contrário...

- Oi Theo! - Cumprimentou, toda sorridente. A simpatia dela era sincera. Mas eu não estava nem aí. - Nem consegui falar contigo lá na loja.

- Pois é! - Me limitei a falar. Em minha cabeça imaginava se ela sorriria tanto se soubesse onde Victor estava. Com quem ele estava, aliás. O risco todo envolvido.

- Parabéns! - Ela me trouxe de volta ao falar. - Tudo muito lindo.

- Obrigado! - Eu disse, finalmente colocando um leve sorriso no rosto. Atrás de mim, ouvia os meninos cochichando.

- Então. - Ela falou e mirou alguns cartões em sua mão. - Caio pediu pra eu entregar esses acessos. - Ela parecia contar. - Cinco! - Disse, confirmando minha suspeita. Então estendeu a mão que os segurava para mim. - E pediu para avisar que encontra vocês lá dentro.

- Obrigado, novamente! - Falei, pegando os cartões.

- Ah... - Ela pareceu lembrar de algo. - Hoje o valor da entrada é revertido em consumo. E Caio colocou mais cinquenta porcento do valor aí, pela rodada que ele prometeu. Divirtam-se!

Ouvi a comemoração dos meninos ao ouvirem a boa notícia ser dada. Sophia sorriu com a reação deles. Balancei negativamente a cabeça. Engraçado que a inocência em sua simpatia honesta não me possibilitou sentir raiva. Me esforcei para sorrir de volta. Ela girou seu corpo, se dirigindo de volta à entrada da boate.

- Porque essa alegria toda, se vocês nem vão beber? - Perguntei.

- Muito! - Completou Igor. - Não vamos beber muito. Inclusive, quem é a portadora das boas notícias aí? - Ele perguntou esfregando uma mão na outra. - Por ela eu passo a noite sem colocar uma gota de álcool na boca. Me apresenta, porra!

- Eu falei primeiro, caralho! - Reclamou Gui.

- Eu não sei se vocês perceberam, mas a garota tá trabalhando. - Falei.

- Não é possível que ela vá trabalhar até amanhã de manhã. - Disse Gab.

- Pois é! - Falou Toninho. - Até amanhã de manhã tem tempo pra fazer muita coisa.

- Não tem jeito pra vocês. - Falei, rindo.

- Relaxa! - Gui ordenou. - Já me liguei que tu tá de olho nela. - Me esforcei pra não demonstrar minha cara de surpreso. - A gente sentiu o clima. Então a gente vai ver o que encontra lá dentro.

Insônia (Romance Gay)Where stories live. Discover now