Capítulo 2 - Lembranças: Parte 01 (Revisado)

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Um ano antes, mais ou menos, aconteceu algo que acabou me fazendo, às vezes, passar por situações assim ao me deparar com certos rapazes. Muito embora, nenhuma delas jamais tenha chegado perto de parecer com o que aconteceu com Victor. Naquela época não passava pela minha cabeça sentir atração por homens. Eu estava num relacionamento sério com Fernanda havia mais de 3 anos e já fazia planos para casar. Mas algo fez minha vida mudar​ drasticamente.

Era início de 2016, eu me preparava para o começo do meu último ano na faculdade, TCC, relatórios, estágio... Sabia que seria um ano submerso nos estudos. Por isso, marquei uma farra com os amigos mais próximos, no meu último fim de semana de férias. Seriam dois dias bem loucos, na chácara dos meus pais, livre das namoradas, íamos beber até não aguentar ficar em pé.

Davi, meu primo e melhor amigo, deu a idéia de nós dois irmos um dia antes antes, na sexta à noite, para ver se estava tudo certinho por lá, prepararmos as coisas, colocar as bebidas para gelar, salgar a carne do churrasco e tudo mais. Fazia sentido e fizemos isso. Por isso, ele e eu dormiríamos por lá uma noite a mais.

Por sorte, o caseiro estava de férias e tinha viajado para visitar seus pais. Isso me deixava aliviado, porque a esposa dele era muito fofoqueira e, com certeza, Fernanda ficaria sabendo das meninas que meus amigos levariam pra festinha.

Sentado num dos balanços que ficam no alpendre da casa sede, enquanto dava um gole em mais uma cerveja, olhei pra o relógio do celular que marcava 02:17 do sábado. O que para muitos seria tarde, para mim que convivia com a insônia desde que comecei a guardar lembranças, era um horário normal, apenas o início de mais uma madrugada.

Davi tinha ido dormir pelo menos duas horas antes. Ainda bebeu umas três cervejas comigo, depois que terminamos de organizar as coisas. Por mais cansado que eu estivesse, não sentia sono. Eu olhava o Instagram e assistia vídeos na esperança do sono chegar, quando ouvi o barulho de algo caindo na piscina. Franzi o cenho, num leve sobressalto.

O barulho persistiu, como se alguma coisa estivesse se debatendo na água. Coloquei meu celular no assento ao meu lado e me levantei para olhar do que se tratava. No meu movimento, a garrafa de cerveja que também estava ao meu lado, desequilibrou com o movimento descordenado de vai e vem do balanço e foi direto ao chão.

O barulho da garrafa quebrando me assustou, mas a curiosidade me fez ir em direção ao peitoril do alpendre, ver o que havia caído na piscina. Tomei cuidado com os cacos de vidro e então descobri que o barulho vinha de um morcego que, certamente, errou no rasante, caiu na água e se debatia lutando pela sobrevivência.

Pulei o peitoril para evitar os cacos de vidro, corri até o depósito ao lado da área de lazer e peguei uma peneira de limpar piscina. Consegui resgatar o morcego da água com vida e, mesmo ainda estando molhado, ele levou pouco tempo até levantar voo e sair dali. Fiquei feliz. Valeu o prejuízo que tive com a cerveja.

Quando girei meu corpo, para retornar à casa me deparei com uma cena, a princípio, bem engraçada. Davi estava em pé, parado, na parte de cima da escada que liga a casa à área de lazer, só de cueca, segurando uma uma pá de lixo para trás, como se fosse bater com ela em alguém. Ri ao ver aquilo.

Só depois parei pra notar que a dedicação dele aos treinos na academia e dieta começava a transformar o seu corpo, que já não era mais tão magro e passava a exibir alguns músculos. O abdômen dele de mostrava definido a cada contração causada pela respiração ofegante. Desci mais um pouco a vista e vi algo que me desconcertou um pouco, o volume marcado na cueca branca mostrava que ele estava voltando de uma ereção. Ele pareceu notar que eu estava olhando, deu uma ajeitada. Senti uma coisa estranha.

— Só falta a vassoura! — Falei, mudando o foco e apontando na direção dos cacos de vidro próximos a ele. — Cuidado pra não pisar.

— Me assustei com o barulho! O que aconteceu? — Ele perguntou abaixando a pá, colocando-a, em seguida, ao lado do seu corpo.

Contei o que tinha acontecido, enquanto pegava a vassoura para limpar a bagunça. Ele acabou despertando e ficou comigo conversando no balanço, onde eu estava antes. A curiosidade, volta e meia, me fazia olhar seu corpo. Eu já estava um pouco bêbado e fiquei surpreso com as transformações pelas quais ele passara. Fazia um tempo que não o via sem roupa.

Lá pelas tantas, comecei a perceber que Davi parecia querer me provocar, de propósito, levando a conversa às lembranças de histórias sexuais pelas quais havia passado, mesmo quando eu mudava de assunto. Mas eu tentava colocar a culpa desse julgamento na embriaguez. Era normal falar desses assuntos com ele e com meus outros amigos. E porque Davi teria interesse de fazer isso propositalmente?

Então, conversa vai, conversa vem... ele começou a me contar detalhadamente uma história, que eu já conhecia muito bem, e que ele sabia que me deixava doido, por se tratar de um fetiche que eu sempre tive e nunca havia realizado.

Certa vez, ele e  Diego, um amigo nosso das antigas, transaram ao mesmo tempo com duas meninas. E meu maior fetiche era transar com duas mulheres ao mesmo tempo. No meu caso não envolvia outro cara, mas de qualquer modo eu ficava doido só de imaginar as cenas daquela história. E ele falava detalhe por detalhe.

Não deu outra. Meu pau já pulsava, duro como uma pedra, dentro do short jeans, imaginando tudo aquilo. Eu tentava disfarçar o volume, que estava me incomodando, apertado, quando notei que Davi estava na mesma situação. Diferente de mim, ele não fez questão nenhuma de esconder. Foi aí que ele encarou sem nenhuma cerimônia o meu volume, depois olhou pra mim e sorriu.

— Não precisa se acanhar. — Ele olhou novamente para meu pau e continuo. — Eu também fico assim lembrando. — Então segurou o dele por cima da cueca e falou. — E só tem um jeito de acalmar isso.

Eu estava congelado com aquela situação. Fugia de qualquer coisa que eu pudesse imaginar que aconteceria ali. Mas ele conseguiu piorar tudo ainda mais, quando começou a colocar o pau dele pra fora. Assim que ele desceu suficientemente o elástico da cueca, aquilo pulou, como se estivesse desesperado por estar preso.

O membro ereto de Davi apontava pro céu. Ele o segurou pela base e pude perceber que era bem maior do que aparentava quando o vi dentro da cueca. Meu primo puxou sua pele branquinha, liberando a cabeça rosada, começando delicadamente a se masturbar. Então, mais uma vez me encarou e, com um sorriso super malicioso na cara, me perguntou:

— Se importa?

Insônia (Romance Gay)Where stories live. Discover now