Capítulo 32 - Lembranças: Parte 16

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A cortina da janela estava entreaberta, deixando uma fresta que permitia entrar no meu quarto luz suficiente para que eu enxergasse tudo à meia penumbra. Estava quente. Será que faltou energia ou o ar condicionado quebrou? Eu me perguntava enquanto descia o cobertor que cobria meu peito. Eu já começava a suar. O trinco da porta do meu quarto se mexeu e em seguida ela começou a se abrir. Eu jurava que tinha trancado à chave. Que vacilo!

- Acordou? - Perguntou Davi, enrolado numa toalha branca. Ele só podia estar de brincadeira. - Tava te esperando na piscina, mas com essa demora pra acordar vim conferir se tu estava vivo. Mas tô vendo que tá bem vivo. - Seus olhos miraram minha cintura e eu logo vi o que chamou sua atenção.

Ereção matinal. Algo muito comum para os homens. Dei um sorriso sem graça ao ver que o volume erguia o edredom. Davi fechou a porta atrás de si, mudando seu rosto antes sereno para algo mais provocativo. Ele deu alguns passos até encostar na minha cama, aos meus pés. Então se abaixou e levantou meu cobertor, entrando ali em baixo. Minha cabeça gritava me fazendo interromper meu primo, mas o tesão que eu sentia me mantinha amarrado.

As mãos dele deslizaram por minhas pernas enquanto ele avançava na direção do volume que chamou sua atenção. Senti sua língua quente tocar minhas bolas, e com elas brincar por um tempo. Ele abocanhava meu saco e em seguida foi dando mordidinhas pelo corpo do meu pau, até alcançar a cabeça. Ele então engoliu tudo, me causando contorções involuntárias.

Ele subia e descia engolindo tudo com uma facilidade que me surpreendia. Eu acompanhava o tecido que nos cobria se movimentar junto com ele. Tudo estava quente e molhado embaixo daquele edredom, inclusive Davi que já estava suando. Então, para aliviar seu calor e eu poder assistir àquela cena maravilhosa, levantei a coberta. Me assustei. Não era Davi, era Nanda.

- Então é isso que você quer? - Ela me perguntou.

Saltei, acordando assustado e me sentando na cama. Mais uma vez esse tipo de sonho me perturbava. E eles estavam ficando cada vez mais reais. As sensações. O calor. Mesmo com o gelo do meu quarto eu suava. Balancei a cabeça negativamente, sentido meu coração acelerado em meu peito. Esfreguei o rosto, para despertar. Em seguida levei uma mão ao peito e respirei fundo, tentando me acalmar. Foi só um sonho. Ou seria pesadelo? 

Pouco mais de um mês havia se passado. Período que serviu apenas para me mostrar o quanto eu estava tentando me enganar com aquelas histórias de Escala de Kinsey e tudo mais. Os desejos continuavam me afligindo. As atrações que eu passei a sentir por homens quando esses sonhos surgiram estavam ainda maiores. Me masturbar pra "acalmar" esses pensamentos virou uma rotina diária. Por outro lado, o convívio com Davi melhorou. No início ficamos um pouco estranhos, mas aos poucos, com a rotina, tudo se encaixou. 

Meu primo e eu estávamos mais cuidadosos com algumas brincadeiras, mas nada que interferisse muito na nossa amizade. Por um momento, depois da nossa conversa pós-sexo àquela noite, cheguei a cogitar que talvez meu primo estivesse apaixonado por mim. Agora isso parecia apenas loucura da minha cabeça. Isso meio que me ajudava na luta contra o desejo. Lembrei que era o dia do noivado de Fred e Luna e eu estava muito feliz por meu irmão e minha cunhada. Tratei de levantar da cama, deixando lá meus pensamentos sobre aquele sonho e todos esses assuntos. 

As coisas entre Nanda e eu estavam finalmente melhores, depois que minha mãe e sua língua solta deixaram escapar que aquele dia do jantar eu estava acordado às 5:00h da madrugada, quando eu havia dito a minha namorada que dormi assim que cheguei, acordando apenas na hora do almoço. Ela insistia que eu havia saído para "pegar alguma menina". Cada vez que ela repetia isso eu me arrepiava imaginando a possibilidade de ela saber a verdade.

Insônia (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora