EPÍLOGO 3/3 - Natiel

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Olá queridos,

Muito grata por tudo e por todos! Foi um imenso prazer escrever esta história e mal posso esperar para começar a terceira! Aguardo vocês!!! ;)

Ouçam a música e, se possível, assistam o vídeo que está na mídia (topo da página). São algumas montagens do cantor norueguês que inspira o personagem principal da história com a música que virou tema do nosso casal lindo!!! <3

O choro é livre!

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Em todos aqueles anos eu não havia esquecido o que a Natalie me provocava, mesmo no período em que não a vi. Eu também tinha certeza de que, assim que voltasse a vê-la, me sentiria de novo como aquele infante adolescente tolo que tinha medo de sequer lhe dirigir a palavra. Minha memória não havia me traído quanto a isso... Será que algum dia poderia ser diferente? Será que eu chegaria a esquecer tudo o que sentia por ela?

– Afinal, doutor, o que eu tenho? – Assombrei-me e impaciente perguntei.

Com aqueles óculos quase despencando daquele nariz avantajado, ele me olhou de soslaio, enquanto ainda analisava meus exames. Logo se empertigou na poltrona, de frente a mim, relaxou os ombros e falou:

– Nada.

Num sobressalto e gaguejando indaguei:

– O... quê? Como assim "nada"?

– Os exames não apresentaram nenhuma alteração nos lobos do seu encéfalo, nem no cerebelo, nem no tronco cerebral.

– Mas, como pode justificar minhas perdas de memória? – Vociferei, como se o culpasse por não me diagnosticar. – O senhor não pode dizer que são normais! O que eu tenho então?

– Acredito que seu problema seja de caráter emocional, Natiel... Alguma afecção no sistema límbico – respondeu paciente. – Aparentemente você sofreu um trauma psicológico muito grande ao perder seu irmão, quando ainda era muito novo. Para liberar a dor, seu sistema lhe fez esquecer de algumas informações dolorosas; porém elas continuam em seu subconsciente.

Olhei cético para o neurologista, no entanto eu começava a ver algum sentido no que ele falava. Meus medos, minhas inseguranças... Nada era mais penoso para mim do que perder alguém que estimo e isso vinha desde a perda do Maciel. Abaixei minha cabeça reflexivo e me lembrei de suas feições... Há tanto tempo que eu evitava pensar nele! As poucas fotos que tínhamos daquela época estavam trancadas em algum lugar e nunca me interessei por vê-las, ao contrário de Daniel. Na verdade, chegava a me irritar a insistência dele e agora eu podia entender... Voltei minha cabeça sorrindo e senti uma irritação nos olhos. Bruaco era muito parecido com ele, não apenas fisicamente, mas era tão disposto quanto. Será que era por isso também que eu era tão apegado ao Adriel e tão desesperado em não perder a Natalie?

Ainda sorrindo e afastando a reação emotiva dos olhos, perguntei ao médico narigudo:

– O que me sugere como tratamento doutor?

O profissional esboçou um sorriso. Eu estava disposto a enfrentar meus medos e liberar minha memória, a fim de poder viver da maneira mais plena possível com a mulher que tomara meus pensamentos há mais de dez anos... eu me lembrava perfeitamente! Na verdade, eram dez anos e dois meses. Eu nunca me esquecera da Natalie, nem nunca poderia.

***

– Eu ainda não sei o que farei – Natalie falou sem me fitar, com um pouco menos de ânimo. – Chegaram a me convidar para pertencer a equipe que auxilia nos treinamentos de handebol, mas eu não sei se quero isso...

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioWo Geschichten leben. Entdecke jetzt