17 - PERDENDO O CONTROLE - Natiel e Estela

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Olá seus lindos!!! Mais um capítulo para abrilhantar a noite!!!

Não esqueçam de dar "play" no vídeo, que está no topo da página, enquanto estão lendo - vocês precisam ouvir esse grande clássico na voz masculina mais bela que já ouvi (e que é inspiração para Natiel).

Excelente leitura!!!

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Agora que Adriel percebeu as falhas de memória de Natiel, o que irá acontecer?


Natiel

Eu havia me denunciado! Agora, todos iriam descobrir sobre as minhas falhas de memória e muito mais se a Natalie bisbilhotasse o conteúdo do meu celular.

Como eu pude me esquecer de uma conversa tão importante com Adriel? Ele falou que falamos a respeito ontem! Eu me lembro apenas de ter falado com Jadir, após o ensaio da banda, depois, qualquer coisa com a Natalie e da apresentação que fizemos. Mesmo agora, tentando manter o fluxo respiratório de modo adequado, eu não consigo encaixar o momento da minha conversa com meu irmão mais velho!

Eu havia me esquecido de um fato recente importante outra vez, e não apenas isso; o meu celular... Como pude me esquecer do celular? Ainda mais com a Natalie! Ela tinha motivos para querer olhá-lo, talvez mais do que qualquer pessoa que eu conheça. Àquela altura ela já devia ter olhado e analisado tudo e, aí sim, o meu fim estaria decretado.

Após perceber meu lapso de memória, muito mais tarde do que deveria – afinal, Adriel percebeu; tentei manter o controle por meio da técnica de respiração a fim de sair daquela, mas ao tocar no bolso em que meu aparelho deveria estar, não mais suportei. Entrei em pânico! Como se eu só tivesse despertado quando percebi Daniel, tentei voltar para a lógica, porém logo ele avisou que a Natalie estava com meu celular... Ah... Meu celular nas mãos da Natalie; isso era terrível! Peguei as chaves do carro, que meu irmão mais novo havia deixado no trinco da porta, e cá estou indo buscar o único objeto pelo qual eu jamais deveria esquecer.

Ainda mantendo a técnica respiratória enquanto dirigia, tentando assim não ultrapassar muito os limites de velocidade permitidos e direcionar devida atenção ao percurso, um clarão envolveu minha visão e tive de frear bruscamente. Por sorte eu estava com o cinto de segurança e a rua estava quase deserta... Como se só tivesse reconhecido o lugar naquele instante, me deparei com a rua da saída posterior da academia. Fiquei um pouco atordoado e comecei a sentir frio... Havia algo de errado naquele lugar! Mas, o que poderia ser? Por um momento, achei que o clarão que me inoculou pudesse ser um carro vindo em minha direção, pela contramão claro, mas, não havia carro algum... Só havia uma pessoa vindo em minha direção... Semicerrando os olhos fui conseguindo observar melhor e logo pude ver claramente. Era só o que me faltava...

– Natiel? O que há com você?

Abaixei o vidro da janela do carro e suspirei desanimado.

– Oi Estela.

Aquele dia ainda poderia piorar? Ah, é claro que poderia...

Preciso voltar a técnica respiratória.

***

Estela

Eu estava saindo da academia, após quase duas semanas sem ter comparecido, e decidi sair pela saída do café, pois precisava passar na loja de doces ali próxima. Não havia muitos programas ali no sábado, por isso não encontrei quase ninguém conhecido, exceto Emerson.

Emerson passou por uma mudança radical nos últimos meses, estava empenhado nos estudos, porém não deixou de frequentar a academia, só trocou os dias. Quanto a mim, eu estava muito atarefada... Marquei de encontrar Adriel mais tarde e ainda tentava tomar coragem para lhe falar tudo, enquanto falava com Jadir pelo celular.

No início não levei muito a sério, mas Adriel parecia cada vez mais incomodado quando eu citava Jadir, e o oposto também acontecia. Desde a época de cumplicidade, Jadir demonstrava reservas quando o assunto era Adriel. Mas, definitivamente, eu precisava me impor... Não seria justo chegar ao ponto de ter que escolher. Obviamente eu amava Adriel acima de qualquer um, mas não parecia direito que esse sentimento me forçasse a me afastar das pessoas que estimo.

Eu ainda falava ao celular quando ouvi uma forte freada a poucos metros de mim. Por um instante fiquei sem nada falar, um pouco assustada, e Jadir me chamou a atenção, preocupado.

– Está tudo bem, não se estresse. Vou desligar agora... Depois a gente se fala – apressei em lhe falar e encerrei a chamada.

Sempre me gabei de ter os sentidos apurados, principalmente os ouvidos, e eu não havia ouvido, nem visto carro algum quando atravessei. Por certo, ele vinha numa velocidade muito alta. Aproximei-me do carro, que continuava parado e logo tive um sobressalto ao ver quem estava por detrás do volante. A princípio não acreditei, mas era ele mesmo!

– Natiel? O que há com você?

– Oi Estela – respondeu sem nem me olhar, parecendo incomodado. Na verdade, ele não parecia nada bem... Os cabelos, medianos e lisos, estavam desgrenhados e visíveis! Ele estava sem a touca!

– Você não parece estar bem. Para onde vai com tanta pressa?

– Tenho que ver a Natalie – respondeu sério, parecendo entediado, fitando a sua frente. Natiel estava segurando de modo muito firme o volante, dava para ver as pontas dos dedos se avermelhando. Ele estava muito estranho! Onde estava aquele ser alegre e contagiante de sempre? Parecia até com Adriel...

Ele engatou a marcha, um tanto ofegante, e falou de modo brusco:

– Eu preciso ir agora, se você permitir...

– É claro que não permito – respondi com irritação. – Abra a porta desse carro Natiel!

Ele me olhou sobressaltado... Só podia estar louco se pensava que eu o deixaria dirigir naquele estado.

– E então? – Perguntei, batendo o pé.

Ele engoliu em seco, abaixou a cabeça e saiu do carro.

– Você podia ter matado alguém, sabia?

– Desculpe – falou, olhando para o chão, rouco.

– Vá para o lado do passageiro, deixa que eu dirijo. Eu ia mesmo me encontrar com a Natalie...

Natiel me fitou surpreso novamente. Mas, logo se recompôs e sorriu – ele estava voltando a si. Deixei-me levar pela sua risada e me distrai dos problemas, pelo menos, por alguns instantes... Eu não o conhecia tão bem, nem tínhamos tanto contato quanto eu tinha com Daniel, o irmão mais novo, mas sabia o suficiente para perceber o que estava errado e o que estava certo. Seria muito perigoso deixa-lo seguir sozinho dali... 

– Ah, e obrigada por não me atropelar – falei-lhe divertida, assim que entrei no carro e colocado o cinto de segurança.

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Por um instante tive dúvidas a respeito deste capítulo... Estou sentindo falta da alegria da Natalie! Mas, ela voltará no próximo! Pelo menos, a princípio e tão logo, não haverá nenhum homicídio na história - Obrigada Estela!!!

Até breve e obrigada por tudo, lindos leitores ;)

Músicado capítulo: " Hey Jude" – Beatles (CoverBy Per Frederik "Pellek" "Ãsly")



AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora