PRÓLOGO 2/3 - Natiel

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Olá pessoal!!! 

Acompanhem a música, que está no vídeo do topo da página, enquanto estão lendo!!! Excelente leitura a todos!!!


Acordei novamente. Era a terceira vez só naquela noite. Olhei para o relógio e percebi que eu mal estava conseguindo pegar no sono. Eu chegara tarde novamente e fazia apenas 35 minutos. Era três da manhã e eu estava exausto! Ainda assim, era só eu fechar os olhos que luzes difusas e um som muito alto me atormentavam. Ao passo que quando eu acordava eu apenas ouvia o meu arfar e minha visão enxergava apenas a fraca luz azul escura do abajur. Distraindo-me de preocupações, olhei para ele e ri de mim mesmo, para variar. A "criança" aqui ainda tinha medo do escuro total, pois me fazia sentir indefeso.

Eu saía bastante, mas sempre para lugares bem iluminados e, com muito barulho, claro, coisas que nunca me perturbaram antes. Mas, por que estavam me perturbando o sono agora? Só podia significar uma coisa... O dia recente jogado para escanteio nos recônditos de minha mente estava querendo ganhar papel de personagem principal na minha vida. Ele estava querendo voltar à tona! Mas, por quê? Essas minhas falhas já aconteceram antes, mas, estava diferente agora. As anteriores não insistiam para serem lembradas, porém essa... O que me aconteceu no último domingo de março?

Eu evitava pensar a respeito, mas a verdade é que a frequência de meus esquecimentos estava maior do que outrora. Preocupante! Muito!

Geralmente eu não me lembrava dos acontecidos, fatos esses que me levavam a perda de memória parcial; e acabava sabendo todo o ocorrido por meio de terceiros, sem que percebessem que havia algo de errado comigo. Eu não queria me submeter a tratamentos mais mirabolantes, muito menos chegar ao diagnóstico que eu tanto temia. A distrofia muscular já me era muito aterradora e me impedia de fazer diversas coisas. Acrescida de lacunas de memória, o que não era algo previsto para a evolução da doença, pode me ser insuportável.

Sendo assim decidi procurar por atendimento logo de manhã. Eu não avisara aos meus irmãos, nem minha mãe, mas eles não estranhariam. Não seria a primeira vez que eu saía sem avisar...

- Bom dia!

Cumprimentou-me uma moça sorridente na recepção do hospital. Talvez ela poderia se interessar em tomar um café depois do expediente, mas enfim... Eu precisava me concentrar!

- Bom dia - retribui o sorriso, e, apesar de me esforçar para me concentrar na tarefa, não pude conter a troca de olhar. - Preciso falar com...

Estaquei.

- Com? - Ela questionou fechando a expressão, em tom de preocupação. Provavelmente por perceber minha feição alterada em espanto.

Forjei minha expressão e voltei a sorrir. Apressei em dizer, falando mais baixo e tentando soar mais sedutor:

- Não é nada! Acho que seria muita ousadia minha pedir isso a você... - Eu não tinha coragem mesmo e também não tinha jeito! Que se dane a memória. Vou me preocupar com o agora! Vou me esbaldar agora!

A bela recepcionista riu, anotou algo em um rascunho e me entregou disfarçadamente. O encontro daquele dia estava garantido, mas não foi aquilo que eu havia ido procurar...

***

Era comum para muitos terem vícios. Alguns bebiam, consumiam outras substâncias de maneira pouco controlada, muitos não conseguiam sair do computador, de redes sociais, da televisão, de jogos diversos... Enfim, assim como todos, eu também tinha um vício e ele não deixava de ser preocupante. As mulheres são capazes de me virar completamente.

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now