AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

31 - EM BUSCA DO DIÁRIO DE NATIEL - Primeira Parte

Mais um capítulo para vocês!!!

Enquanto estão lendo, ouçam o vídeo, que está no topo da página!

Excelente leitura!

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Não me lembro quando ou como eu fui para a casa, muito menos do momento em que eu consegui adormecer; algo pela qual eu não tinha absoluta certeza também, pois eu sentira que apenas pregara os olhos por poucos instantes. No entanto, algo me fez abri-los rapidamente e eu ainda fiquei contemplando o teto do meu quarto até perceber que o meu celular estava tocando e vibrava em minha mão esquerda, fazendo um pouco de cócegas na palma. Desbloqueei-o e, suspirando, despertei enfim... Ele estava com pouca bateria.

– Bom dia Nando – cumprimentei meu irmão, ao telefone.

– Bom dia, Natalie. Liguei para te lembrar da consulta hoje... Você ainda está em casa?

– Consulta? – Sussurrei.

– É... Venha logo para o hospital, você não pode perde-la.

– Está bem – falei por fim e desliguei o celular. Não estava a fim de papear ou discutir com ele.

Apesar da impaciência de meu meio-irmão, eu não estava com pressa alguma. Eu nem estava me lembrando de qualquer consulta... Levantei devagar, esfreguei os olhos, bocejei, espreguicei e senti uma pontada dolorida na têmpora direita; logo abstraí.

Ainda sem pressa, fui ao banheiro... Sentia que os músculos de minhas pernas estavam cada vez mais pesados, embora eu não estivesse fazendo muitas atividades físicas mais, para não dizer nenhuma, no último mês. ... Ótimo, eu estava ficando molenga!

Eu não podia dizer que estava totalmente em mim, mas a verdade é que eu não sabia como eu estava. Eu não sabia se deveria ficar feliz ou não, se me preocupava ou não. Ontem pegaram o diário opressivo do Natiel, e eu ainda não havia ouvido grandes explosões, excetuando, claro, o que o próprio Natiel me fez. De qualquer maneira, aquele seria um dia em que, o que tivesse que acontecer, aconteceria... Foi pensando nisso que decidi ligar para a pessoa principal de minhas suspeitas quanto ao roubo do diário.

***

Acredito que eu ainda não havia percebido o quão grave era ter uma doença como a que Natiel tinha. Doença esta que me afetara também... Nando me dissera algo como um caso em mil. Minhas atividades físicas haviam sido suspensas até que eu pudesse realizar mais exames, mas, ao que parece, já haviam comprovado a minha deficiência muscular... Eu não havia tido tempo para pensar a respeito, e nem me interessava parar para isso no momento. Meu foco ainda estava em outro lugar, por isso chamei a Estela para me acompanhar naquela manhã tímida de sol.

– São tantos exames assim? – Perguntou impressionada quando lhe contei.

– Sim, mas só farei um hoje – falei de modo tranquilo, singelo. – Os demais estão espalhados pela semana. Terei que passar com diversos especialistas, incluindo o retorno com o oftalmologista.

Estela ainda me olhava com preocupação. Será que foi realmente ela quem pegou o diário? Comecei a rir e exclamei:

– Não me olhe assim!

Ela suspirou e expirou um riso.

– Não acho que eu seja a melhor pessoa para te falar isso...