EPÍLOGO 1/3 - Natiel

977 112 10
                                    


Sim, estamos no final!!! :'( 

Leitores maravilhosos, obrigada por tudo o que vocês têm me proporcionado. Os encantadores irmãos continuarão conosco e ainda veremos mais... Muito mais! Enquanto isso, confiram a música do momento na melhor versão já feita da mencionada, pelo nosso norueguês que inspira "Natiel".

Maravilhosa leitura!!!

~~~~~~~~~~~

Rebobinando...

Acordei de súbito ofegando, suando e com o coração acelerado. Levei a mão a testa e reparei que estava sem a touca. Então eu não havia sonhado!

Tão logo me virei pude constatar o motivo de tão adrenalínica reação. Ela estava ali, do meu lado, envolvida por minha manta silvestre, encolhida como um feto. A meia luz, proporcionada pelo novo abajur, afinal quebrei o outro há poucos dias; me era suficiente para poder enxerga-la. Estava com a cabeça apoiada no braço direito e, com a mão esquerda, cobria o ouvido do mesmo lado. Inclinei-me para ela, sem fazer grandes movimentos a fim de não a despertar. Sem medo, desta vez, me pus a contemplá-la. Devagar, deslizei minha mão por seus cabelos lisos, cor das estrelas que, mesmo estando um pouco embaraçados, cediam perfeitamente ao encontro dos meus dedos. Aproximei-me mais a fim de sentir o aroma deles mais uma vez. Era tão bom poder respirá-la...

Levei meu nariz ao encontro do seu, roçando-o levemente... Tão delicado! Sua inspiração e expiração se tornaram mais profundas, mas ainda se manteve no mundo dos sonhos, ocultando assim, os belos olhos acastanhados. Com o polegar toquei em seus lábios, contornando-os suavemente. Ansiava por sentir a macies e doçura deles novamente. Como eu havia esperado por isso!

Natalie sempre foi a mais bela dentre todas e a única que foi e ainda era capaz de me intimidar.

Durante o período escolar, quando ainda estávamos no ensino regular, eu fazia de tudo para lhe chamar a atenção. Ela despertou meu interesse logo no primeiro dia de aula, quando se apresentou para a turma... e como não despertaria? Não havia quem não notasse a sua beleza, sua delicadeza, sua feminilidade... E não era apenas isso. Ela sempre se mostrou disposta a ajudar a todos. Costumava ser voluntária sempre que os professores solicitavam, inclusive, ajudava a pequena equipe de saúde que nos atendia na escola de vez em quando, auxiliando com curativos. Podia até mesmo ser loucura, mas, após eu tanto brigar na escola, passei a ansiar por mais, a fim de receber dos cuidados dela depois. Assim eu poderia sentir de suas frágeis e delicadas mãos e lhe receber de toda a atenção; além de poder observá-la por mais tempo. Não era possível em sala de aula, visto que ela sentava a minha frente... Ainda assim, eu dava um jeito de fazê-la se virar sempre que possível. Era o melhor momento do meu dia...

Manter meus pensamentos na Natalie me permitia me mover, assim não ficando recluso e sofrendo com o que acontecia com minha família, principalmente no que se referia ao meu irmão mais velho.

Por ela comecei a me esforçar e aprendi a jogar bola, me interessei por tocar instrumentos e cantar... Era tudo por ela e para ela. Porém, acontecia de, muitas vezes, me tirarem do sério. Como souberam que eu tinha um irmão que estava internado em uma clínica psiquiátrica? Por certo, ouviram comentários dos próprios pais, que ouviram da vizinhança. Eles não se interessavam em saber como estávamos, afinal, era mais fácil fofocar e tirar as próprias conclusões, estando sempre a distância. Nem mesmo a minha doce Naná podia abafar as vozes ferinas alheias...

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora