Capítulo 19 - Marinette

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"O poder vem de dentro, juntos somos mais fortes."

- Desconhecido.

Marinette

Estávamos assim a mais de uma semana. Fugindo de nós mesmos, do que nós dois sentimos. Agora subimos um patamar no que pensamos ser infinito. No nosso amor que suportou muito mais coisas do que pensamos que era capaz. Na verdade, pensamos que ele já havia sido levado pelo vento. Uma parte do nosso coração estava adormecida pelo tempo, nossas lembranças juntas haviam sido deixadas de lado, mas nunca esquecidas.

- Está pronta? - Perguntou Adrien, estendendo lentamente sua mão em minha direção. Ergui o olhar, mordendo o lábio inferior.

Encarei a Espanha em minha frente, passando os olhos ao mundo em meu redor. As fronteiras limitadas por prédios, casas, ruas, montanhas. Respirei fundo. Não haveria momento melhor para aquilo estar acontecendo. O vento chocando contra nossos corpos, fazendo-me dar um passo para trás. Imediatamente senti a mão de Adrien segurar a minha, sempre transmitindo aquela segurança que ele havia dentro de si, sem deixar o medo ou qualquer outra ameaça surgir. Sempre me colocando a frente de si mesmo.

- Estou. - Murmuro confirmando com a cabeça. Ele retirou o bastão e acionou o mesmo, retirei o ioiô da cintura e atirá-lo para o prédio mais próximo, pegando impulso e pulando para o próximo prédio, assim por diante.

Vi o mundo passando pelos meus olhos. Agora estávamos preparados para o que viesse.

- Os últimos ataques têm vindo dali. - Disse Adrien, apontando para a parte norte da cidade. - É como se estivessem sendo feitos para nos atrair para lá.

- Mas é exatamente esse o objetivo. E vamos realizá-lo. - Retruco, dando um mortal para frente após pegar impulso no prédio e atirar o ioiô para frente, agarrando no prédio a frente. - Vamos chegar lá como se não soubéssemos de nada. Será um modo de atrairmos a atenção desse tal Vilão, precisamos ficar atentos, principalmente com o Akuma!

Percorremos toda a cidade até o norte, onde estava completamente vazio. Não víamos pessoas na rua, nem movimentações de carros, um barulho se quer. Apenas o barulho do vento e as folhas arrastando no chão. Paramos em cima de um dos prédios mais altos dali e eu agachei-me para olhar nas ruas vazias em baixo de nós e senti mãos em minhas costas, arregalei os olhos e rapidamente peguei meu ioiô, perdi o equilíbrio e cai para frente. Fechei os olhos e comecei a gritar, a mesma sensação que antes, estiquei a mão e joguei o ioiô, mas ele chocou contra o invisível e voltou para mim, enrolando-me. Chat Noir gritou e se jogou rapidamente na tentativa de me pegar, ele esticou a mão e eu a peguei foi então que eu notei um breve lampejo de luz abaixo de nós, como um reflexo.

- É uma miragem! Chat Noir coloque seu bastão em uma dessas janelas! - Gritei agarrada em sua mão. Ele rapidamente encaixou seu bastão na abertura da janela e parou nossa queda, segurando no bastão enquanto eu me segurava nela. - Estamos lidando novamente com a Invisível, pelo que vejo.

- Que joaninha esperta... - Murmurou uma voz masculina, seguida de uma risada obscura. Revirei os olhos. - Pelo jeito o gato não puxou essa inteligência.

Chat Noir reprimiu os lábios, claramente ofendido. Senti sua mão escorregar e cairmos mais um pouco em direção ao que quer que esteja lá em baixo.

- Quem é você? - Pergunto, agarrando forte a mão do Chat Noir.

- Me chamo O Invisible. - Sorriu apenas o sorriso aparecendo em um vazio. Logo o seu corpo foi aparecendo aos poucos. Vestia um terno preto, alguns botões estavam abertos da camiseta social. Ele tinha os olhos puxados, cabelos lisos negros e olhos azuis como oceano. Seu sorriso era um tiro no coração de qualquer garota.

Um estrangeiro.

- Uma armadilha. Que inteligente. - Murmurei, confirmando com a cabeça. - E o que pretende fazer com a gente?

- Quem sabe picar vocês em pedacinhos e dar pros cães policiais quando eles chegarem aqui algumas horas mais tarde? Hum? Ouvi dizer que carne de herói tem um gosto ótimo. - Ele riu, desviando o olhar.

Olhei para baixo e sorri, negando lentamente com a cabeça. Desviei o olhar para o Chat Noir e fiz um breve movimento com os lábios "Você confia em mim?"

"Depende." Ele respondeu hesitante.

O Invisible nos encarou e começou a falar sobre algum problema na vida dele.

"Desative o bastão." Digo.

"O quê?"

"Confie em mim, Adrien!" Implorei, mordendo o lábio.

Ele olhou mais uma vez para o cara em nossa frente e desativou o bastão, agarrando minha mão e puxando meu corpo contra o seu. Senti algo fofo em baixo de nós, respirei fundo, aliviada.

- O que aconteceu? Nós morremos? - Murmurou Chat Noir, de olhos fechados.

- Não. Caímos em cima de balões. - Rio baixo, revirando os olhos. - Ele não pode nos matar. Por isso, não poderia haver nada aqui em baixo capaz disso. Se não ele ia ser morto por você sabe quem.

- Como você tinha tanta certeza? - Perguntou Chat Noir.

- Não tinha. Mas precisávamos arriscar. Ali, naquela posição, estávamos a dispor dele. Nem podíamos nos mover direito. - Digo pegando impulso e pulando para frente, caindo no chão. Chat apareceu em seguida, passando a mão nos cabelos loiros. Sorri, corando de leve.

- Seus...! - Resmungou Invisible, irritado. Aproximou-se de nós e apontou o dedo para meu rosto. - Não esperem a vitória ainda...

Ele sorriu um sorriso maligno.

A miragem atrás de nós se desfez. A cidade inteira estava ali, presa em bolhas do tempo, completamente parados. Vi nove pessoas, três mulheres e o resto de homens, com roupas diferentes e máscaras cobrindo seu rosto. Eles nos encararam com ódio.

- Isso está longe de acabar. - Murmuraram todos juntos, o que me fez estremecer.

Adrien pegou minha mão e respiro fundo.

- Precisamos de ajuda, Ladybug. - Disse, lutando para não deixar seu desespero tomar conta de si.

- Não é o fim, não pode ser o fim. - Resmunguei, dando alguns passos para trás.

Ouvi passos, correndo, se aproximando de nós por trás.

- E não é. - Ouvi uma voz familiar. - Não vai se livrar da gente tão fácil, Ladybug. Somos uma família. 



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