"O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente..."
- Mario Quintana.
Depois do susto com o rapaz da bicicleta, permaneci o trajeto todo até o restaurante calada. Nem adiantava opinar sobre pagar uma parte, conhecia Adrien, ele faria um protesto dizendo que aquilo era seu dever como homem e coisas assim.
Ele estacionou e deu a chave para o manobrista, não argumentei, apenas peguei minha bolsa e percebi que meus dedos tremiam. Solto o ar preso nos pulmões e ando lentamente ao seu lado.
Passamos pela porta de entrada e a moça loira de olhos castanhos nos oferece uma mesa para dois, Adrien pega minha mão e me leva até a mesa. Sua mão estava quente e transmitia certa segurança. Meu coração acalmou e eu suspirei, fechando os olhos assim que me sentei à mesa.
- Está tudo bem? - Perguntou preocupado. - Desculpe, eu não vi o rapaz... Ele veio rápido demais e...
- Obrigada. - O cortei. - Por salvar minha vida. Eu poderia ter ido pro hospital, estar gravemente ferida pelo Air-Bag, mas você me salvou e eu devo minha vida a você por isso.
Adrien arregalou os olhos, sorrindo levemente. Balançou a cabeça segundos depois. Nossas mãos ainda estavam juntas em cima da mesa. Já estava acostumada com o calor que sua pele emanava.
- Eu que agradeço por me livrar da Lila, minha suposta "namorada". - Ele diz, dando ênfase nos aspas. - Tive que ficar com ela devido à imprensa e a fama da empresa. Não tive escolha.
Fiquei calada. Pela posição que ela estava no colo dele quando entrei na sala, ele parecia bem à vontade com ela. Deveria ser calor do momento. Tirei a minha mão de cima da mesa e coloquei-a em meu colo, entrelaçando meus dedos.
- Muito bem, vamos direto ao assunto. - Diz ele, voltando a ter aquele ar profissional e intenso de mais cedo. Um garçom chega e peço um prato único de estrogonofe de carne e Adrien pede de carne assada com batatas, educadamente o homem se retira com um breve movimento.
- Então, onde estava? - Pergunto, coçando a garganta.
- Ah sim. Queria saber melhor sobre você, no caso. - Ele diz, bebericando seu copo de coca com gelo e limão.
- Pode fazer as perguntas que quiser. - Digo, apoiando-me na mesa.
- Eu lembro que desde a adolescência você era apaixonada por moda. Da onde nasceu essa paixão? - Perguntou com um ar curioso.
- Não sei. Que eu me lembre dessa foi à única coisa que me apaixonei realmente, encontrei meu caminho aí e acabei me formando nessa área. Nunca me vi fazendo outra coisa. - Admito.
- É me lembro de bem que você venceu da sala toda a competição de chapéus do meu pai. A Chole acabou por plagiar seu desenho. - Adrien riu e o segui, balançando a cabeça.
- Foram bons tempos. - Digo suspirando. - Mas enfim, sim, eu sempre tive esse dom.
- Você já trabalhou com o cantor Jagged Stone na época, não foi? Fez a capa do novo álbum, na época. - Comentou.
- Sim. Você me pediu um autógrafo. - Ri corando de leve.
- E você quase caiu por segurar o nada. - Ele riu e eu demorei a entrar na brincadeira. - Sem ofensas, você era um pouco desastrada.
- Com licença, mas você não viu nem a metade. - Solto uma risada. - Então? Nathalie está bem?
- Sim. - Sorriu. - Cuidando dos filhos.
- Ela teve filhos? - Sorrio abertamente. - Que bom! Graças aos deuses!
- Sim, os empregados agora tem liberdade absoluta em certos pontos. - Disse ele e eu sorri. - Mari... Você lembra-se do meu aniversário? Aquele que meu pai me deu um cachecol?
- Sim. - Mordo o lábio, pois sabia que não foi o pai dele quem deu o cachecol a ele. E sim eu.
- É estranho, mas ele estava com o cheiro do seu perfume. - Ele diz e se apoia na mesa. - Você me deu, não foi?
A baixo o olhar e confirmo com a cabeça.
- Nathalie deve ter pegado e ter fingido que era do seu pai. Eu coloquei um papel assinado, mas aparentemente ele foi jogado fora... E você estava tão feliz, não queria estragar sua felicidade. - Digo meio hesitante.
- Obrigada, novamente. - Ele sorriu.
A comida chegou minutos depois. Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios e lembrando-se de nosso passado, os bons momentos. Ele riu quando viu minha expressão diante do dia do vídeo game, meu rosto ficou tão vermelho quando flashes daquele dia apareciam em minha mente, e ele continuou a rir.
- Você lembra-se da Ladybug? - Perguntou, de súbito.
Deixei o garfo cair e minha mão esbarrar no prato, fazendo-o cair junto com o talher no chão.
- L-Ladybug?! É claro que lembro! Ela e o Chat Noir não? Eles eram os maiores heróis de Paris. - Sorri, desajeitada.
- Eu tive um sonho estranho essa semana. - A expressão dele ficou séria. -... Sei que posso confiar em você.
O garçom rapidamente chega e arruma a mesa e limpa o chão, retirando-se.
- Claro que pode. - Murmuro, olhando para ele. - Que sonho?
- Ladybug caia de um prédio... Era na Espanha. - Ele murmurou. Arregalei os olhos. - Ela tentou se salvar com o ioiô, mas não conseguiu e o Chat pulou atrás dela e acabou... Não conseguindo salva-lá.
- Engraçado... - Murmuro. Nesse momento não tive a consciência do que falei. -... Tive o mesmo sonho. Será que está acontecendo algo com... Eles?
- Você? - Ele arregalou os olhos, depois estreitou os mesmos. - Tudo bem, podemos investigar... Pesquisar, sempre tem matéria nova na Espanha todo dia, eles são muito pontuais.
- Ótimo. Amanhã, então? - Pergunto nervosa. - Preciso ir... Voltar ao trabalho. Tenho um artigo para montar até sexta.
- Vamos colocar isso a prova. - Ele diz, pegando minha mão.
Concordo com a cabeça.
Uma coisa ele tinha razão: Algo estava muito errado nessa história.
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SEGREDO
Fanfiction"SEGREDO: Mantenha-se em silêncio, deixe guardado esse segredo. Confiamos em você." - L. E C. Marinette Dupain-Cheng acabara de se formar na faculdade e, em sua festa de formatura, teve de conter a surpresa ao ver Adrien Agreste em pé no jardim de s...