Capítulo 08 - Adrien

4.5K 411 710
                                    

  "Você é um ímã vivo: você atrai para a sua vida pessoas, situações e circunstâncias que estão em harmonia com seus pensamentos dominantes. Qualquer coisa em que você se concentre em nível consciente se manifesta em sua experiência."


- Brian Tracy.


- Amor! - Gritou Lila, praticamente invadindo a sala. Minha secretária revira os olhos e movimenta a boca como: "Boa sorte" e fecha a porta, travando-a. - Podemos almoçar juntos hoje?

A voz da Lila era melosa e irritante. Prometi que iria aguenta-lá até o desfile dos modelos da empresa no final desse ano, porém não está sendo fácil. A imprensa está esperando eu pedi-lá em casamento desde o final do ano passado.

- Lila... Entrou uma nova... Funcionária hoje, e eu tenho de explicar algumas coisas sobre a empresa e eu achei o almoço perfeito. - Invento uma desculpa, olhando para os papéis em minhas mãos.

- Perfeito! Eu posso almoçar com vocês, o que acha? - Lila sentou-se à mesa, afastando alguns papéis e canetas. Estava usando um vestido extremamente curto.

- Amor, são coisas sobre a empresa, não posso leva-lá para esse almoço. Mas não se preocupe, vou jantar com você hoje. - Pego a mão dela, acariciando a mesma.

- Promete? - Ela faz bico e se levanta, caminhando até mim e sentando-se em meu colo, fazendo o vestido subir. - A gente podia aproveitar esse momento...

Olhei-a, balançando a cabeça. Ela tinha um corpo bem moldado, uma verdadeira mulher. Passei a mão por suas coxas e suspirei, cansado. Precisava daquilo.

- Tudo bem. - Digo, sorrindo.

Ela avança e me beija, arranhando minha nuca com as unhas feitas, mordendo meu lábio lentamente.

Não esperava as batidas da porta quando ameaçava tirar seu vestido. Rapidamente levantei, derrubando-a no chão. Ela resmungou e se levantou, ajeitando o vestido e o cabelo. Coloquei a gravata no lugar e ajeitei meu cabelo, abri a porta com o cartão e vi um ser pequeno de cabelos escuros meio azulado na minha frente, segurando um bolo de papéis.

- Marinette? - Murmuro, limpando a boca. - Precisa de alguma coisa?

Ela esticou o olhar e viu Lila olhando-a mortalmente e encolheu-se. Estendeu o bolo de papéis e continuou de cabeça baixa.

- Acabei os relatórios das empresas distribuidoras de tecidos importados. - Murmurou.
Percebi pela primeira vez sua roupa e de como seu corpo pequeno e com poucas curvas ficava bem naquele terninho. Ela se tornou estranhamente atraente, e linda diante dos meus olhos quando estava corada. Eu nunca tinha percebido isso.

- Quer almoçar comigo hoje? - Soltei, porém rapidamente consertei a frase de uma forma não suspeita diante dos olhos de Lila. - Preciso lhe explicar algumas coisas da empresa antes de você subir de cargo.

- O que? - Vi as bochechas corarem ainda mais e os lábios levemente avermelhados se entre abrirem, fazendo-me encarar descaradamente. Movimentei a cabeça de leve e voltei a olhar em seus olhos. - Claro! Tudo bem. Acho que meu namorado não vai se importar se eu faltar um almoço com ele.

- Se eu estiver atrapalhando... - Comecei, porém fui interrompido.

- Não! Ele ficará bem. - Ela sorriu. Os olhos azuis brilharam de uma forma que minha mente ficou em câmera lenta.

Assim que fechei os olhos, vi aquele rosto, naquela posição, como uma foto.

- Amor! - Gritou Lila, com os braços cruzados. - Temos que terminar o que começamos querida, então pode dar licença?

- Você é a namorada do Adrien? - Marinette perguntou, olhando-a.

- Sim, por quê? - Lila encarou-a.

- Nada. - Marinette calou-se, se virou e fechou a porta.

- Não precisava ter sido tão grossa com ela, Lila! - Digo, irritado.

- Eu não fui grossa, amor! Ela estava descaradamente dando em cima de você! - Ela elevou a voz.

- Não grite comigo! - Gritei e abri a porta, dando espaço para ela sair. - Saia e só volte após desculpar-se por sua grosseria!

- Mas... - Lila arregalou os olhos.

- Saia! - Gritei.

Ela pegou seus sapatos e sua bolsa, saindo da sala. Fechei novamente a porta.

Praticamente joguei-me na cadeira, voltando minha atenção para os papéis a minha frente.

~●~

- Mari! - Chamei-a assim que sai da sala para almoçar. - Vamos?

- Já? Ainda não encerrei a lista que o senhor me pediu para fazer... - Murmurou desesperada.

- Aquela lista é um teste, na verdade. Você tem a semana inteira para fazer. - Cruzei os braços, rindo de sua expressão.

- Por que não me disse antes?! - Marinette revirou os olhos. - Obrigada! Estou quase a finalizando.

- Que bom, menos trabalho para você durante a semana. - Retruco.

- Isso significa que se eu fizer tudo que tenho para fazer antes da semana acabar, posso passar o resto dos dias em casa? - Perguntou os olhos brilhando.

- Sim, mas como são seus primeiros dias, ainda não vou manda lá para casa por isso. - Cruzo os braços.

- Ah sim. - Ela confirma e começa a andar ao meu lado, as pequenas mãos entrelaçadas na frente do corpo.

- Vamos ter que pegar meu carro, tudo bem? - Viro-me para ela.

-... Claro. - Murmurou. Ela pareceu hesitar antes, mas fiquei em silêncio.

Seguimos para o estacionamento em silêncio, peguei a chave com o manobrista e andei até a área de negócios. Aproximei-me do carro e abri a porta para ela entrar, educadamente. Logo em seguida entrei e dei partida no carro, direcionando-me para a saída.

O que eu não esperava era que uma bicicleta, um garoto jovem, foi atravessar na minha frente, achando que iria dar tempo. Arregalei os olhos e em um movimento súbito, coloquei a mão na frente de Marinette, o braço para ser exato, e com a outra puxei o banco para trás. Ela deu um grito quando atingimos o garoto. Eu apertei o freio, logo em seguida engatei a última e o carro rapidamente ficou em ponto morto. O garoto se levantou todo ralado, e as pessoas se amontoaram para ajuda-lo. A primeira coisa que percebi foi o Air-bag não tinha atingido Marinette, e dei graças a deus por isso. Ela estava toda encolhida, o que me fez suspirar.
Estava todo ardido por baixo do terno. Meu rosto estava um pouco vermelho e minhas mãos também. O air-bag tinha me atingido, mas eu estava bem. Peguei-a e firmei seus pés no chão, logo envolvendo meus braços em volta de seu corpo.

- Você está bem? - Perguntei preocupado.

- Sim. - Ela suspirou e abraçou-me mais, escondendo seu rosto em meu pescoço.

Quando finalmente nos soltamos, olhei para frente e o garoto já tinha ido. Graças a deus ele estava bem.

Sai do carro para ver os prejuízos e não foi nada grave, alguma coisinha no para-choque, mas nada demais.

- Quer voltar? - Pergunto, após entrar no carro novamente.

- Não... Quero sair daqui. - Murmurou.

E assim fiz.

Sem saída! A ação vai começar a partir do capítulo 10, espero vocês lá! <3

~Lay.

SEGREDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora